6 de dezembro de 2010

Estrelas fulgurantes ou cadentes? (Canal de Opinião: por Noé Nhantumbo)


Canal de Opinião: por Noé Nhantumbo

ESTRELAS FULGURANTES OU CADENTES?

Ou exercício mediático de fabrico de “referências” e heróis?

Beira (Canalmoz) - Partindo de lances protagonizados pela comunicação social observam-se fenómenos de construção de imagens envoltos em mistérios. Isto porque não se sabe nem se consegue provar a motivação da avalanche de termos abonatórios nem dos elogios que certas figuras recebem.
A cantiga da auto-estima bombardeada constantemente até se justifica mas não sustenta nem serve de defesa do cultivo ou promoção de imagem que cheira a algum culto de personalidade.
Porquê dar tanto espaço e cobertura a tudo o que dizem ou fazem certas pessoas também designadas de personalidades?
A mando de quem e com que objectivo é que se montam as campanhas de marketing sócio-político habitualmente vistas nos “mídia” moçambicanos?

Matutuine: Encarregados exigem cabritos aos candidatos a emprego



Encarregados do “Bela Vista Rice Project” exigem cabritos aos candidatos a emprego

– denunciam régulos de Matutuine

Matutuine (Canalmoz) – Os responsáveis pela contratação dos trabalhadores para o “Bela Vista Rice Project’, que foi lançado semana passada em Matutuine, estão a extorquir cabritos à população local, em troca de promessas de postos de emprego. A denuncia parte dos régulos de Santaca e Djabula, no distrito de Matutuine, província de Maputo, em entrevista ao Canalmoz.
O projecto de produção de arroz em grande escala é da companhia Líbio-moçambicana, Lap-Ubuntu, que se propõe a cultivar, numa primeira fase, uma área de 5 mil hectares, com capacidade produtiva de 1,4 tonelada por hectare, em cada campanha agrícola.
Este projecto foi lançado a semana finda pelos seus proprietários e contou com a presença da governadora da província de Maputo, Ana Maria Jonas.
Entretanto, as autoridades tradicionais de Matutuine disseram à nossa reportagem que os responsáveis pela contratação dos trabalhadores da companhia Lap-Ubuntu exigem cabritos em troca de postos de trabalho.

Moçambique: Comissão Permanente aumenta regalias dos deputados



Em momento de crise

Comissão Permanente aumenta regalias dos deputados

Maputo (Canalmoz) – Os 250 deputados da Assembleia da República (AR) foram aumentados. No fim do mês vão ganhar mais, vão auferir mais dinheiro nas suas contas. A Comissão Permanente da AR reuniu-se sábado último, para aprovar subsídios de alojamento e aumentar o anterior subsídio de círculo eleitoral. Assim, a partir de 2011 o Estado passa a pagar mais 12 mil meticais para a renda de casa de cada deputado. Não importa se o deputado tem casa própria na capital do país, onde decorrem as sessões da AR, o facto é que cada deputado terá por mês, para além do salário actual, mais 12 mil para pagamento da renda de casa. Em relação ao subsídio de círculo eleitoral, não foram avançados valores.
São regalias para um sector que não é produtivo, é meramente político e com uma “maioria esmagadora” e “qualificada” detida pelo Partido Frelimo.

1 de dezembro de 2010

O fascínio do poder (Mia Couto)


O fascínio do poder (Mia Couto)

“Sucedeu connosco o que sucedeu com todas as outras nações. A política deixou de ser uma consequência dessa entrega generosa, dessa abdicação de si mesmo. Passou a ser um trampolim para interesses pessoais”

Ser político ou ser da política representou no nosso país, durante muitos anos, um risco de peso. A canção da velha Xica, do angolano Waldemar Basto, é bem representativa desses perigos: “xê, menino, não fala política…!”

Os que ofereciam para lutar pela causa da independência (a causa política por excelência, na altura) faziam-no, avaliando as consequências para si mesmo e para a família. Não havia vantagem nessa disponibilidade em ser-se político. Apenas sacrifício.

Aliás, ninguém se oferecia para ser “político”. Os militantes nacionalistas entregavam-se não à política em si, mas a uma missão que era a libertação do seu país. O sentido de entrega e de missão comandavam essa opção. Ser-se “político”, era uma implicação posterior, alheia à vontade do militante.

Numa palavra, a ligação com a política era apenas um corolário de uma atitude nobre e generosa: a de servir os outros. Não importa aqui questionar a justeza das definições políticas desse movimento. Falo, sim, da adesão pessoal, da superação dos interesses pessoais e da sua subordinação a interesses públicos.

Navegabilidade do Zambeze (Canal de Opinião: por Joé Nhantumbo)


Canal de Opinião: por Joé Nhantumbo

NAVEGABILIDADE DO ZAMBEZE – AS EVIDÊNCIAS DE CONFLITOS DE INTERESSES ACUMULAM-SE

Até se enganam ao nomearem porta-vozes e defensores…

Beira (Canalmoz) - Não tem lógica e nem se pode aceitar que alguém possa ser juiz em causa própria. Todos os que tem interesses privados nos portos de Nacala e da Beira, nas linhas férreas que confluem para estes dois portos são obviamente contra a possibilidade do Malawi e Zâmbia realizarem suas importações e exportações por via do rio Zambeze. E até são contra que outros negócios locais possam proporcionar progressivamente mais negócios aos locais e a elites nacionais que se possam vir a formar com autonomia relativamente aos grupos actuais preponderantes.
Obviamente que no domínio das relações económicas e comerciais tem sempre peso o interesse dos interlocutores. Na esteira do Caso Chire-Zambeze despoletado por questões relacionadas com a sua navegabilidade existe um processo de clivagem e crescente de desentendimento entre o executivo de Lilongwe e o de Maputo. Não é bom o tom e as relações de momento também estão azedas. As acusações mútuas acabam revelando a qualidade e tipo de relacionamento existente no seio da SADC.
Uma questão que deveria ser tratada no quadro dos mecanismos internacionalmente aceites e em conjugação com os interesses económicos e políticos de dois ou três países da região estão sendo conduzidos de maneira pouca diplomática e profissional.
Uns podem dizer que o Malawi colocou “a carroça à frente dos bois” ao avançar com a construção do porto de Nsanje antes de garantir acesso ao rio Zambeze.
Do lado malawiano multiplicam-se vozes de que o governo de Moçambique estás sendo obstrucionista e colocando interesses particulares acima do direito que países do interior e sem acesso directo ao mar possuem.
Em Moçambique o governo monta operações mediáticas para transformar o problema em outra coisa que de facto não é. Convenhamos que a pouca gente convence a tese da necessidade realização de estudos ambientais embora isso seja prática corrente a nível mundial. Quantas vezes não se atropelam as conclusões dos estudos de impacto ambiental e projectos abertamente contra o ambiente são autorizados?

Polémica entre estudantes na Universidade Eduardo Mondlane


Enchimento de urnas à moda da Frelimo

Polémica entre estudantes na Universidade Eduardo Mondlane

Maputo (Canalmoz) – Está instalado um ambiente turvo na Associação dos Estudantes Universitários (AE-UEM) da Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição de ensino superior do país. A discórdia entre os estudantes e a direcção da associação estudantil veio à superfície na semana passada, aquando da realização das eleições para o novo elenco directivo daquela agremiação académica.
O actual presidente da associação e seu elenco são acusados de orquestrar esquemas fraudulentos para favorecer uma das listas que é maioritariamente composta por amigos seus, e assim poderem continuar a dirigir a associação nem que seja a “controlo remoto”, para que não seja denunciada a suposta gestão danosa de que são acusados de terem sujeitado a agremiação até agora.
As eleições em que se deveria encontrar o elenco para substituir o actual elenco liderado por Jobe Fazenda, foram marcadas por muitas polémicas. As listas que concorreram ao escrutínio são a lista “A”, liderada por Dino Sampanha Soares, lista “B,” encabeçada por Helton Gimo António, a lista “C”, liderada por Dany Marangaze, a suposta lista dos grandes amigos do actual elenco, e finalmente pela lista “D”, encabeçada por Pedro Miguel Coimbra.
A lista “C” é conhecida entre os estudantes por integrar “meninos bonitos”, que assim como o actual elenco, segundo dizem os estudantes, não passam de bajuladores, característica com a qual a maior parte dos estudantes não se identifica. E não só: a lista “C” foi amplamente apoiada, segundo contam, pelo actual elenco que “goza de uma péssima reputação no seio dos estudantes por se promíscuir até ao pescoço com o partido Frelimo”. Entretanto, ainda segundo relato dos estudantes, estavam criadas todas as condições para a lista dos supostos “escovas” não ser votada.
Os estudantes contam que apercebendo-se da situação, o actual presidente da Associação, que também participa na organização das eleições, sugeriu, poucos dias antes das eleições, que as mesmas fossem realizadas alargadas à participação também dos estudantes das delegações provinciais, caso de Inhambane e Zambézia.

Moçambique: Governo vai monopolizar os casinos


Governo vai monopolizar os casinos

O Estado passa a ser o detentor exclusivo dos jogos de azar ou de fortuna

Membros do Governo e deputados da Assembleia da República integrantes de qualquer comissão parlamentar especializada passam a estar interditos de frequentar os casinos

Maputo (Canalmoz) – Os casinos onde se realizam os jogos de azar ou de fortuna vão passar a ser controlados exclusivamente pelo Governo. A medida surge como forma de “harmonizar as diversas legislações avulsas que regulam estes jogos que movimentam avultadas somas de dinheiro entre os seus praticantes”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula.
O decreto que vai regulamentar os jogos de fortuna ou de azar, ou seja, o regulamento da lei 1/2010, foi aprovado ontem, em Maputo, pelo Conselho de Ministros, na sua 43ª sessão ordinária.
Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, este regulamento aplica-se a todos os empreendimentos e actividades de desenvolvimento e exploração de uma ou mais modalidades de jogos de fortuna ou azar, bem como às matérias aplicáveis aos empreendimentos de exploração de actividades de prestação de serviços conexos e complementares.