24 de maio de 2015

Lisboa: Miradouro da Graça

Lisboa: Rua Augusta

  
 
 
Fonte: Arquivo Pessoal
Fotos tiradas por MOZ

Uma história de sucesso por contar (São José Almeida)



Chegaram em barcos e aviões num movimento que durou poucos meses. Ficaram conhecidos como os "retornados". É meio milhão de pessoas que ajudaram a construir a democracia e o Estado social e cuja integração na metrópole é uma história de sucesso que a Revista 2 agora conta.

Meio milhão de portugueses foram integrados na sociedade portuguesa durante o período que vai do Verão de 1974 ao Verão de 1975, fruto da descolonização imposta pelo fim da ditadura do Estado Novo. É um movimento de integração populacional único que trouxe uma massa humana qualificada que contribuiu de forma decisiva para a construção do Estado democrático. Para a história ficaram conhecidos como os "retornados". Na realidade, são a última geração de portugueses que viveram e cresceram na África colonial portuguesa.

25 de Abril: Retornados contam história 40 anos depois



40 anos depois, os retornados de África contam o regresso a Portugal depois do 25 de Abril de 1974. A revolução, com o fim da ditadura e a descolonização, provocou um afluxo de centenas de milhares de portugueses ao país, muitos vindos das "colónias". A Lusa foi ouvir quem veio de Angola e Moçambique.

Leston Bandeira: "Aquela era a minha terra"

Leston Bandeira vivia no Lubango (antiga Sá da Bandeira) quando soube que "estavam a acontecer movimentações militares com consequências imprevisíveis" em Portugal.

Aquela "era uma terra pobre, apesar de se cultivar desde a banana à castanha" e de o distrito da Huíla ter "milhares e milhares de cabeças de gado", mas tinha três cinemas, boîtes e o mar a apenas duas centenas de quilómetros. "Vivia-se muito bem". Correcção: "Os brancos viviam muito bem".

25 Abril: Retornados são hoje "assunto da memória", diz sociólogo Rui Pena Pires



Os "retornados" que vieram de África para Portugal, após o 25 de Abril, não formaram "uma identidade coletiva" e são hoje "um assunto da memória", observa o sociólogo Rui Pena Pires.

A seguir à revolução de 1974, cerca de meio milhão de pessoas vieram para Portugal, dois terços de Angola e um terço de Moçambique e das outras ex-colónias, o que equivalia, na altura, a cinco por cento da população.

Foi "o maior" movimento demográfico, "em termos relativos", de todos os processos de descolonização e, portanto, teve "um impacto importante", assinalou Rui Pena Pires.

Porém, disse, o efeito foi-se "diluindo, à medida que os retornados foram sendo assimilados na população portuguesa".

Apesar da experiência comum, "tiveram uma existência muito efémera como entidade coletiva" e não se afirmaram em torno de "uma identidade própria", afirmou.

Retornados: a palavra possível nasceu há 35 anos (parte II)



"Os recentes acontecimentos de Moçambique e outros que se lhe possam seguir, devemo-los considerar como esporádicos, meramente emocionais, ação duma minoria que aproveita a falta de informação ou a informação desvirtuada em que o anterior regime deixava as populações das colónias." - Datada de 15 de Outubro de 1974, esta Informação de Serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros/Comissão Nacional da Descolonização contém as linhas mestras da atitude do Estado português sobre o que nesse mesmo período acontecia nos territórios sob sua administração em África e na Ásia. Ou seja, oficialmente não acontece nada que não esteja previsto e controlado. Tudo o que não coubesse nesta moldura era apresentado como o resultado duma minoria emocionalmente descontrolada e de forma consciente ou involuntária afeta ao regime anterior.

Retornados: a palavra possível nasceu há 35 anos (I)



Foi uma das maiores pontes aéreas mundiais para evacuação de refugiados. Mas eles não retornavam. Eles fugiam
"Estivadores africanos do porto de Lourenço Marques recusaram-se ontem a carregar barcos de carga destinados a Lisboa com bens pertencentes a colonos brancos que regressam a Portugal. Segundo anunciaram, respondem assim a um apelo lançado pela Frelimo no sentido dos residentes brancos permanecerem no território, ajudando ao seu desenvolvimento. Todavia, na capital moçambicana a tensão aumentou nos últimos dias, devido a uma série de deflagrações (...) que devem ser obra de extremistas das direitas."
Direitas. Extremistas. Colonos. Brancos - esta notícia do Telejornal da RTP do dia 21 de Junho de 1974 contém os tópicos básicos das notícias sobre aqueles que, um ano depois, passarão a ser designados como retornados. Mas em Junho de 1974 os retornados não só não existiam como eram precisamente aquilo que antecipada e firmemente se garantia aos portugueses que jamais sucederia. É certo que, em 1974, existiam em Portugal os refugiados de Goa e os refugiados do Zaire. Mas os primeiros surgiam como o resultado dos erros de Salazar e dos segundos não só mal se ouvira falar como também eram apresentados como a natural consequência do colonialismo.

Hinos do Grupo Desportivo de Lourenço Marques



MARCHA DO DESPORTIVO

1

Alvi-negra, e altaneira
Não se deixando vencer
É assim nossa bandeira
Que juramos defender
Cada Taça é uma vitória
É assim uma certeza
A juntar a tanta glória
Disputada com nobreza

Refrão

O Desportivo é motivo
De orgulho p'ra todos nós
Ser Campeão
É tradição
Que vem dos nossos avós
O seu emblema
Tem por lema
Ser, na luta, combativo
Vamos, rapazes!
P'ra sermos azes
Avante p'lo Desportivo

2

Quer na bola ou na piscina
Quer noutra modalidade
Para a gente Laurentina
Não há outro na cidade
É o “Grupo Desportivo”
– Que anda sempre na berra
O que tem por distintivo
O Escudo da nossa Terra

Refrão

O Desportivo é motivo
De orgulho p'ra todos nós
Ser Campeão
É tradição
Que vem dos nossos avós
O seu emblema
Tem por lema
Ser, na luta, combativo
Vamos, rapazes!
P'ra sermos azes
Avante p'lo Desportivo

Letra: Natália Paula
Arranjos: Raul Simões
Interpretação: Marinela


CANÇÃO DO DESPORTIVO


Refrão (entoar 2 vezes)

No Desportivo nunca estamos sós
O Desportivo
Está comigo
Está contigo
Está com todos nós

1

O Desportivo
É grande porque é unido
E sabe bem o sentido
D’Alma sã em corpo são
O Desportivo
A perder ou a ganhar
Com valor sabe marcar
Uma nobre posição

Refrão (entoar 2 vezes)

No Desportivo nunca estamos sós
O Desportivo
Está comigo
Está contigo
Está com todos nós

2

O seu atleta
Sempre firme, sem tremer
Suas cores a defender
Põe na luta o coração
E com razão
Quando acaba por vencer
Toda a gente anda a dizer
Desportivo Campeão

Refrão (entoar 2 vezes)

No Desportivo nunca estamos sós
O Desportivo
Está comigo
Está contigo
Está com todos nós

Letra: Campos Vieira
Arranjos: Artur Fonseca
Interpretação: Mariza


Fonte: Bigslam

3 de maio de 2015

Lisboa - Praça da Figueira

"Portugal na Hora da Verdade - Como Vencer a Crise Nacional" (Álvaro Santos Pereira)



Esta é a página nº 511 do livro “Portugal na Hora da Verdade – Como Vencer a Crise Nacional” (editora Gradiva), escrito por Álvaro Santos Pereira, agora Ministro da Economia e do Emprego.
Transcrição da página 511:

“POLÍTICAS PARA RETOMAR O SUCESSO

…Claro que não. Como sublinhei ao longo deste livro, há fortes indícios de que o nosso Estado está a matar a economia nacional. No entanto, isto não quer dizer que os funcionários públicos sejam os responsáveis por esta situação. Com efeito, nada poderia estar mais errado. Uma verdadeira reforma do Estado que torne as nossas contas públicas saudáveis e sustentáveis não deve ser feita contra os funcionários públicos ou contra o serviço público. Muito pelo contrário. Uma verdadeira reforma da administração pública terá de melhorar o serviço público, não piorá-lo. Uma verdadeira reforma da função pública terá de aumentar o prestígio do emprego público, não diminuí-lo. Uma verdadeira reforma do Estado terá de  incentivar a auto-estima dos funcionários públicos e fazer com que sejam eles próprios e estimular a mudança de que a nossa administração pública necessita. Finalmente, uma verdadeira e duradoura reforma do nosso Estado não poderá encarar a necessária dieta da administração pública como uma mera poupança de euros e de despesa pública, mas assim como uma oportunidade única para melhorar a eficiência do Estado e, assim, simplificar e auxiliar a vida dos portugueses. É neste sentido que uma reforma da administração pública tem de ser feita com os funcionários públicos e não contra eles. Porquê? Porque toda e qualquer reforma que seja contra os funcionários públicos está condenada ao fracasso. E porque, como já disse, não são eles os responsáveis pela situação actual, mas sim os nossos governantes.

É verdade que os funcionários públicos têm, em média, remunerações e benefícios sociais um pouco acima dos auferidos no sector privado. No entanto, não só esta situação é comum a quase todos os países mais avançados, como também não podemos fazer dos funcionários públicos os bodes expiatórios desta crise. Não são. A culpa do descalabro das finanças públicas nacionais não é dos funcionários públicos, é dos governos.” Fim de transcrição.

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Nota:

Será que o Sr. Ministro pode mostrar esta folha ao seu chefe Passos Coelho e ao seu colega das Finanças?

Ou será caso para dizer: “Façam o que eu digo (escrevo) e não façam o que eu faço”?


Fonte: Recebido por e-mail

Moçambique: "Búfalo" é neto bastardo do rei D. Carlos I


Em Moçambique, onde nasceu e espera viver sempre, é conhecido por "Búfalo". Resultado de uma "coincidência amorosa" mantém ainda viva a chama da monarquia de que descende.

"Búfalo" vive em África e é "rei" na selva e fora dela: o seu nome verdadeiro é Alberto Sousa Araújo, reside na Beira, segunda cidade de Moçambique, e assume-se como neto bastardo do penúltimo monarca português, o rei D. Carlos I.

Alberto Filipe dos Santos Sousa Araújo - conhecido em Moçambique como "Búfalo" - nasceu "no meio do mato e sem parteira" na selva da Gorongosa, no centro do país, e descende do fruto de uma "coincidência amorosa" do antigo rei português com uma dama da corte, que lhe haveria de traçar o destino.

"O meu avô de sangue, o rei Dom Carlos, teve uma coincidência amorosa e engravidou a dona Carlota, que era dama da corte muito chegada à rainha dona Amélia. A dona Carlota e o coronel Sousa Araújo, os meus avós de nome, vieram então para Moçambique em 1899", relata.