12 de abril de 2025

Lourenço Marques: Anúncio da FACOBOL - Fábrica Colonial de Borracha, Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio F. PARDAL - Taxidermista (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da C.I.P. - Companhia Industrial de Plásticos, S.A.R.L. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Anúncio do Banco Nacional Ultramarino (Ano 1964)

 

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques - Anúncio da Man Kay & Cia (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Lavandaria Cristal (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Anúncio da Empresa S.A.L. Produtos, Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Empresa Sul do Save, Limitada (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da ECSAL - Empresa de Comércio Sul Africana Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Rádio Electra, Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal´
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29 de março de 2025

Lourenço Marques: Anúncio da Cooperativa de Criadores de Gado (Ano 1964)

Fonte; Arquivo Pessoal
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Moçambique: Anúncio da Adriano Maia (Sucrs.) & C.ª. Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Companhia Industrial da Matola, S.A.R.L. (Ano 1964)

 

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Casa Coimbra (Ano 1964)

Fonte; Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Companhia de Seguros Fidelidade (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Electro-Bobinadora, Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal

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Lourenço Marques: Anúncio da Focus, Lda. (Ano 1964)

 


Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio da Sociedade Velosas. Ltda. (Ano 1964)


Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques - Anúncio da Espingardaria Diana, Lda. (Ano 1964)

Fonte: Arquivo Pessoal
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23 de fevereiro de 2025

Lourenço Marques: Banco Nacional Ultramarino (Ano 1969)


Av. da República, Nº 1695 - Telefone 28151

Delegações:

Bairro do Alto Maé - Avenida Pinheiro Chagas, Nº 1007
Vila Salazar (ex-Vila da Matola, por Portaria de 20 de Abril de 1968)
Bairro da Malhangalene - Avenida Augusto de Castilho, Nºs 1568 a 1572
Bairro da Maxaquene - Av. 24 de Julho, Nºs 1016 a 1032
Bairro da Polana - Av. António Enes, Nºs 930 a 932
Bairro de S. José - Avenida do Trabalho, Nº 1547

Fonte: Arquivo Pessoal
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Lourenço Marques: Anúncio do Banco Nacional Ultramarino (Ano 1974)


Fonte: Arquivo Pessoal
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19 de fevereiro de 2025

Moçambique: Mapa Turístico da Cidade de Lourenço Marques (Ano 1946)

 



Fonte: Arquivo Pessoal

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Lourenço Marques - Igreja de Santo António da Polana (Anos 1970)


Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Hasteámos a Bandeira e Parámos de Discutir o Projecto de Nação (Paulina Chizane, 2008)


Hasteámos a bandeira e parámos de discutir o projecto de nação – Alerta Paulina Chiziane, que convida moçambicanos para um debate afogado... pelo tempo (14 de Maio de 2008)
 
Paulina Chiziane é, definitivamente, uma mulher sedutora. Sim! Do ponto de vista do que escreve. Porque, dentre várias qualidades que a sua escrita reúne, tem a habilidade de fazer do senso comum um aliciante. Assim foi em “O Sétimo Juramento”, em que desmistificou a forma como a feitiçaria é abordada pelos moçambicanos, e em “Niketche”, fazendo falar a poligamia.
 
Desta vez traz “O Alegre Canto da Perdiz”, que vai lançar brevemente no país, sob chancela da Ndjira. No novo romance, Paulina Chiziane faz cantar várias perdizes a partir de um canto especial de Moçambique, a cidade do Gurué, na Zambézia, para onde foi trabalhar há alguns anos.

A partir daquele ponto procurou o “eu” de Moçambique, num contexto em que se fala de uma independência de que se não desfruta integralmente. E dessa procura o que sai é um debate tão actual quanto necessário, porque – defende – a sociedade moçambicana é mestiça. Esta representa a confluência entre o colonialismo e a africanidade, esta que às vezes sai ofuscada. E é essa mestiçagem, nas formas em que se manifesta no Moçambique de hoje, que dá corpo ao novo canto de Paulina Chiziane.

É um romance que fala abertamente do que é ser preto e ser branco; da “vantagem” e da “desvantagem” de ser mulato. Aliás, mulatos somos todos, porque culturalmente somos daqueles híbridos que nem sequer sabem que o são... Eis alguns trechos de uma conversa que tivemos com a escritora, depois de percorrermos as páginas de um livro que chama a nação para um debate nacional. Um debate nacionalista, porque está mais do que na hora de inicia-lo de peito aberto! !

- Vai no seu quinto livro, o romance “O Alegre Canto da Perdiz”. O título traz alguma curiosidade: o que é que a perdiz tem a ver com a história que traz desta vez?

- A perdiz é um animal, como muitos animais que poderia citar. Para eu usa-la aqui é porque há muita mitologia à volta dela. O nome da cidade do Gurué, onde eu trabalhei nos últimos anos, vem do canto da perdiz. Gurué, gurué... é assim que ela canta. Então, àquela cidade, há os que chamam Gurue e outros Gurué, imitando o canto daquela ave. E à volta disso há também os mitos da criação do mundo segundo os lomué e macuas. Portanto, dizem algumas vozes muito idosas que o mundo inteiro foi criado tendo como centro os montes Namuli. Quando falam do mundo inteiro referem-se ao dos macuas e lómuès. E os montes Namuli – dizem – foram criados no ovo de uma perdiz. Então, é daí que achei formidável criar o título a partir desta mitologia e destas estórias de uma terra também formidável. Toda a história também anda à volta dos montes Namuli, à volta da cidade do Gurué e à volta da Zambézia.

- O romance é fruto da sua experiência de vida naquele pedaço do nosso país ou é, digamos, uma espécie de visão de Moçambique como um todo no que se refere ao tema que agora explora: a mestiçagem e as suas manifestações?

- Gurué não é apenas centro de produção. Eu vivi e convivi anos lá. Emergi e bebi muito daquela cultura, que é bem diferente da minha. Aprendi muito dela, reconheço-a e respeito-a, como o devem ser todas as culturas, independentemente de se são nossas ou não, se nos são próximas ou distantes. Com tudo isso tive a vontade de fazer um registo de muitas das coisas de que se fala mas que na verdade não se conhece. Por exemplo, falamos muito do matriarcado, falamos do sistema matriacal e dizemos que o país é nesse aspecto dividido em duas partes a saber ..

- ... a norte e a sul do rio Zambeze com influência matrilinear e patrilinear, respectivamente...

- Isso mesmo!... Mas como é que se manifesta o matriarcado de que se fala no dia a dia? Tive a ocasião de viver neste mundo e então achei que devia partilhar um pouco desta experiência e vivência com outras pessoas que eventualmente passarão ter essa curiosidade.

- Exactamente que experiências é que quis partilhar sobre essas vivências e sobre aquela terra?

- Uma coisa que eu achei bonita é a filosofia do matriarcado. Quando falo da filosofia refiro-me à visão do mundo que eles têm. Como é que o mundo foi criado entre os macuas, fazendo comparação com a visão que se tem em sociedades patriarcais. Na visão patriarcal primeiro nasceu o homem e depois a mulher. Na matriacal  primeiro foi a mulher e depois foi o homem. Vendo bem, este mito de origem é que determina comportamentos futuros, porque no matriarcado a mulher é o centro do mundo. É por isso que nos mitos de origem desse leito, nos contos à volta da fogueira, nós encontramos sempre a mulher brilhante, airosa, etc. Portanto, lá a imagem da mulher é muito mais forte que a imagem de um homem.

- Ao ler o livro deparamo-nos com uma história que não se refere só no Gurué, mas a uma esteira bem maior, que é Moçambique, e que algo lhe revolta na vivência do nosso país...

- Eu acho que são várias coisas e não apenas “um algo” a incomodar-me. Quando digo a nossa vivência e se me perguntarem exactamente o que é a nossa vivência como cidadã de um país eu não posso dizer, porque estou na lua, no ar... e não tenho um caminho nem uma norma. Nós como moçambicanos somos produtos daquilo que é a nossa tradição? De um sistema? De um contacto de culturas? Quem somos nós e aonde vamos? Como é que nos relacionamos uns com os outros? Então, estas são questões que não encontram respostas. Por vezes eu digo: houve ao longo do tempo, que a história conta, um período em que não tínhamos o colonialismo, depois veio o sistema colonial e houve muito debate, muita luta sobre várias coisas, incluindo a nossa identidade. Mas depois hasteia-se a bandeira da independência nacional e parece que tudo está bem. Nunca mais se voltou a discutir o projecto de nação. Como é que eu me relaciono com o meu antigo colonizador? Como é que eu me relaciono com o produto híbrido, que pode ser o próprio ex-colonizador que ficou por cá e pode ser até o próprio colonizado? Portanto, quem somos nós a partir de agora? A partir dessas questões fiquei com a vontade de usar a minha experiência da Zambézia para começar a falar da nação. Mas não é por acaso, porque a Zambézia, por aquilo que eu consegui constatar, foi uma região do país severamente afectada pelo colonialismo. Eu penso que a colonização naquela região foi muito mais violenta, pelos relatos que consegui ouvir, do que, se calhar, em algumas partes do país.

- Isso tem reflexo no comportamento e no perfil do zambeziano hoje, é isso que está a dizer?

- Sim, sim e sim! Eles são o que são por causa deste processo. Então, quando eu falo de indivíduo híbrido, estou a incluir aquele indivíduo que na sua aparência é autóctone mas que por dentro já não é; é uma mistura de tanta coisa, de violência, de colonialismo, de luta pela independência e de uma afirmação que nem sei se a independência lhes trouxe.

- Se tivesse que caracterizar o zambeziano, hoje, o que diria?

- É um povo muito sofrido, sei que outros povos que formam o povo moçambicano também sofreram, mas ali... É na sua terra onde o regime colonial português experimentou as suas grandes teorias de miscegenação, falando concretamente das teorias políticas de Gilberto Freire. É uma coisa que se sente, ou seja a pessoa entra naquela terra e sente que “aqui houve alguma coisa”. Eu colocava-me questões como “como foi possível, o que é que aconteceu, como é que se deu este processo?...” E foi com muita mágoa que eu percebi que a materialização destes grandes princípios políticos e filosóficos foi feito no corpo das mulheres. Portanto, é o sangue delas que, de certa maneira, esteve no prato da balança para a construção deste projecto de nação.

- E os homens? O seu corpo não deu alma nem construiu a nação? 

- A situação do homem era outra! O homem é preto, o homem usa a força de trabalho, o homem é morto, o homem é deportado, etc., mas a mulher recebeu um tratamento diferente. Com isso pude também constatar um aspecto que é uma análise de género da história de Moçambique. Eu não sei se isso já alguma vez foi feito mas penso que é interessante analisarmos como é que o colonialismo influenciou as mulheres e os homens em Moçambique. Qual é o impacto de tudo isso na nossa vida, no nosso modo de ser e de estar? Para mim, o comportamento das mulheres, hoje, tem a ver exactamente com tudo o que a sociedade e particularmente elas foram viveram no passado. Tem muito a ver com todas essas políticas que eram ditas de desenvolvimento. As teorias são no papel muito bonitas, mas quando vamos ver na prática, as mulheres falam do seu sofrimento. Há marcas ainda hoje que testemunham isso. Trinta e poucos anos de independência são ainda muito poucos para apagar isso.

- Quais são essas marcas?

- Por exemplo, as nossas relações humanas: a relação da mulher negra diante de um homem branco! Eu às vezes digo, na aparência, pelo menos naquele tempo, a relação não era de amor! Nem sei dizer se as mulheres nessa altura, portanto as mulheres negras, atingiam o orgasmo. Era uma relação de dor e de submissão de alguém que diz “pronto, se eu faço o meu filho preto vai ser morto, então vale a pena fazer um mulato, pelo menos esse viverá”. É mais ou menos isso. Neste livro volto a perguntar: será que essas inquietações do passado já passaram? Quem é que já fez um balanço para saber como é que estamos e para onde estamos a caminhar?

- Na sua opinião a relação preta-branco é mera questão de sobrevivência e não necessariamente de amor? Referiu-se ao tempo colonial. E essa relação de interesse ainda ocorre hoje com a mesma frequência?

- Claro que sim! São sequelas do colonialismo. A situação do negro hoje ainda continua a ser o terror e o medo semeados e desenvolvidos pelo colonialismo. Porque foram muitos anos de violência colonial. A dominação portuguesa naquilo que é o nosso país começou há anos, antes mesmo de Moçambique ser formalmente colónia de Portugal. O mais importante, para mim, é de vez em quando discutirmos essas questões. O que eu coloco no livro é exactamente isso. Por exemplo: o homem negro, durante centenas de anos teve medo do branco, viveu aterrorizado por ele. E não deixará de ter esse medo nas três décadas em que formalmente conquistou a independência política. E isso é visível ainda hoje! A mulher negra, por sua vez, sempre teve medo do homem negro e do homem branco. Então, entre o homem negro e o homem branco ela teme mais o homem branco. Existem relatos soltos por aí assim do tipo num restaurante há vários negros à espera de serem atendidos e aparece depois um branco e ele é o primeiro a ser servido. Isso existe, porque se trata de uma sequela da violência do colonizador, que foi passando de geração em geração. Obviamente de outros factores também. Infelizmente o branco ainda representa em todos os sentidos o poder perante os negros. E a submissão dos negros tem a sua razão de ser. Penso que temos que discutir mais vezes estas coisas. Têm razão os historiadores quando recorrem ao passado para nos ajudarem a perceber algumas coisas e a interpretar aquilo que pode ser o nosso futuro. Em algum momento, durante a guerra de libertação nacional, que no fundo lutou e conseguiu uma libertação política, se discutiu a nação moçambicana. Definimos quem era o inimigo e defendemos que as diferentes raças têm que viver juntas. Alcançámos a independência e parámos de discutir essas coisas. Porquê? Esse debate tem que continuar, porque hastear a bandeira não é tudo. A minha intenção é provocar esse debate no seio da nossa família, a moçambicana, porque mais do que actual, esse debate é necessário.

- Acha que estamos numa situação de auto-desconhecimento, no que toca puramente à identidade, ou somos meros complexados nas relações entre uns e outros com base num mero detalhe que é a tonalidade de pele?

- Esse é um factor psicológico grande e que ainda está em peso nas mentes de muitos de nós. Pretos e brancos. E como factor psicológico isso vai levar muito tempo e muito mais tempo. E coloco as coisas de uma outra maneira: o colonialismo hoje ainda existe dentro de nós. E já não é estrangeiro. Nós somos os nossos próprios colonos. Nós é que nos rejeitamos a nós mesmos: eu como mulher negra rejeito-me, acho que a minha pele não é suficientemente clara e por causa isso tenho que comprar um clareador, que o meu cabelo não é suficientemente cabelo e tenho que ir buscar o verdadeiro modelo de cabelo. Portanto, por um lado temos o homem ou o ser branco a simbolizar o que o colonialismo foi dentro de nós. Mas por outro temos o próprio colonialismo que mudou e fez dos moçambicanos colonialistas de si mesmos. Não sei se estou a ser suficientemente competente, mas li muito Frantz Fanon, sobretudo “Pele Negra, Máscaras Brancas”, Eduardo Mondlane em “Lutar Por Moçambique” e em outros autores como estes encontramos o que aqui me refiro. E acho que não estou a fazer nada de novo. Os outros fizeram o seu pensamento político, as suas filosofias e eu pequei nos mesmos elementos e fiz o romance. De certa maneira, ao mesmo tempo que fazia as minhas leituras ia descobrindo que o colonialismo propriamente dito ainda não foi escrito.

- Não há nada escrito sobre o colonialismo? Os cientistas sociais, a começar pelos historiadores, avaliaram o colonialismo nas suas mais variadas facetas. Tanto aqueles de países colonizados como os dos colonizadores. E escreveram cientifica e sentimentalmente...

- Sim, é verdade. Mas o que eu digo é que nós falámos do colonialismo naquela parte que nos doía na altura. Queríamos a independência e pronto, falámos do colonialismo e o denunciamos. E a vivência, porquê não tratámos dela? Eu sou híbrida, filha de uma terra-macho, mas quando vieram com as armas, com a cruz e com a espada, de tanto a maltratarem, tornaram a minha terra fêmea, porque puseram o povo de joelhos. E quando o meu país recupera o sexo, com a luta de libertação e com a independência o que fica na verdade é o produto às vezes meio hermafrodita que somos. Hoje um dia somos machos e noutro sentido somos fêmeas como povo. Falo disso porque quando surgem as grandes teorias de Gilberto Freire, por exemplo, fizeram da nossa terra uma fêmea, onde as mulheres podiam ser violadas e usadas de qualquer maneira. E ai do homem negro que dissesse “estamos numa era do lusotropicalismo e então eu quero ter uma branca”, ele era morto imediatamente. Então, há que reflectir: o que é que nos deixou o colonialismo, quem somos nós, será que ele foi-se mesmo, com a independência de que tanto falamos desde 1975? Eu, por exemplo, quem me dirige e quem me ensina faz-me entender que para ser bom e para ser considerada primeiro tenho que passar pela escola da Europa. Então cria-se pretos com alma branca. Frantz Fanon já falava disso. Então eu acho que... não sei...

- Nesse aspecto não somos, então, uma terra liberta. Moçambique e África. África e América Latina. E alguma Ásia...

- Não, não, não somos! E não o seremos tão cedo. Acho que a liberdade é um processo. Temos uma bandeira, mas a hasteamos e a fazemos flutuar sobre quê? Não sei quantos anos ou décadas serão necessários, mas nós precisamos de ser libertos. Intelectualmente, economicamente... ainda não atingimos esse estado.

- Essa falta de liberdade não tem a ver com a falta de uma agenda nossa, inteiramente feita por nós mesmos, para nos debatermos? Falamos muito de nós mas com referência nos outros...

- Acho interessante isso! Durante a luta armada, por aquilo que eu consegui ler, sobretudo na poesia de combate, que penso devia ser lida por todos, jovens e adultos, apanho ali uma poesia-macho, de indivíduos que lutam por um ideal. Eh, pa! Ficámos com a dita independência e de repente parece que parámos no tempo e na luta. E acho que a culpa não é de quem trouxe a independência. Temos instituições, públicas ou não e a Associação dos Escritores é uma delas, que deviam criar espaços para esse debate. Os escritores têm que lançar esse debate. Os académicos, os políticos, os homens simples que tanto deram do seu pensamento, ainda que não reconhecido, para alcançarmos algumas das poucas coisas que alcançámos.

- Os moçambicanos estão aparentemente a resgatar o sentido de algo de nobre que há muito não se ouvia no nosso país, a auto-estima e o próprio Presidente tem insistido muito nisso nos seus discursos. De que é que estávamos à espera?

- Andámos a dormir! Os moçambicanos adormeceram talvez por motivos justificáveis. Como a própria euforia da independência, que tinha que ser digerida. Mas já chega, vivemos essa euforia e agora é preciso acordar e dizer “sou eu, aqui estou. Sou produto de uma luta justa, porque a minha terra tinha sido transformada em fêmea e era preciso lutar para recuperar a sua masculinidade”. É momento de começarmos a debater estas questões. A Associação dos Escritores, por exemplo, serve definitivamente para isso. As instituições académicas, religiosas, governamentais, etc. Isso é uma agenda que deve pertencer a todos. A nossa auto-estima como cidadãos é muito baixa! Eu conheço o moçambicano. Quando vai a uma conferência fora do país numa sala cheia de brancos enche o peito de ar ou empina o rabo e diz “eu sou assimilado” e não tem a coragem de dizer “eu sou negro e venho de Moçambique”. Já vi isso várias vezes. Algumas vezes até criticam-me dizendo “tu és muito tradicionalista...” Lembro-me agora que estive na feira internacional de Frankfurt com algumas pessoas que não eram de Moçambique mas dos países de expressão portuguesa, que foram muito preocupadas em falar o seu melhor português. Olhei para aquilo e fiquei assustada. E disse-me a mim mesma: “eu vou falar na língua da minha terra” e disse-lhes tranquilamente “esta língua que eu falo é aquela que os escravos falavam nas plantações de algodão”. E disse-lhes que falo essa língua e o português porque é outra língua que me deixaram. E fui a mais aplaudida!

18 de fevereiro de 2025

Portugal: Por Favor, Não Governem Mais! (Miguel Sousa Tavares, 2008)

 

 

Alguém que eu muito amei e que aprendi a admirar ao longo da vida dizia que não há nada mais perigoso do que políticos sem ideias mas cheios de iniciativas. Cada vez mais me convenço de que é uma grande verdade, confirmada dia a dia pela observação da vida política portuguesa: não há nada mais assustador do que os decisores desatarem a tomar decisões que ninguém lhes pediu e cuja necessidade ninguém sente. Apenas porque acham que assim estão a mostrar serviço.

Alguém sente necessidade de um acordo ortográfico, de matar as consoantes mudas (excepto as que os brasileiros usam)? Alguém o reclamou, tirando os 'especialistas' da língua da Academia das Ciências que, de outro modo, não teriam maneira de justificar a sua importância e as viagens de estudo que fazem ao Brasil e aos PALOP? Quem, de entre os que fazem da língua portuguesa a sua ferramenta diária de trabalho - escritores, editores, professores, jornalistas - pediu a normalização ortográfica com o Brasil, Timor ou a Guiné-Bissau? Porque hão-de então os 'sábios' impor-nos a sua vontade e a sua "expertise" - a língua não é nossa?

E quem sentiu a necessidade urgente de mais auto-estradas a rasgar todo o interior já deserto, de um novo aeroporto para Lisboa, de um TGV de Lisboa para Madrid, outro do Porto para Vigo e de uma nova ponte sobre o Tejo para o servir? Quem foi que andou a gritar "gastem-me o dinheiro dos meus impostos a fazer auto-estradas, pontes, aeroportos e comboios de que não precisamos"? Porque razão, então, o lóbi das obras públicas, os engenheiros, projectistas, banqueiros e advogados que os assessoram, mais a ilusão keynesiana do primeiro-ministro, nos hão-de impingir o que não pedimos?

Fomos nós, porventura - ou os autarcas, os especuladores imobiliários e os empresários do turismo - que reclamámos a legislação de excepção dos Projectos PIN para dar cabo da costa alentejana e do que resta do Algarve? Foi nossa a decisão que a Comissão Europeia classificou como uma batota para contornar as normas de protecção ambiental e ordenamento do território?

Fomos nós que reclamámos a privatização da electricidade para depois a pagarmos muito mais cara ou que, inversamente, protegemos até ao limite o monopólio da PT nos telefones fixos, em troca de termos o pior e o mais caro serviço telefónico da Europa?

Fomos nós que nos revoltámos contra o queijo da Serra feito em mesas de mármore, a galinha de cabidela ou o medronho da Serra de Monchique? É em nome da nossa vontade e da nossa cultura que o "ayatollah" Nunes e a sua ASAE aterrorizam e enfurecem meio país?

Fomos nós que estabelecemos uma sociedade policial contra os fumadores, que quisemos encher Lisboa de radares para controlar velocidades impossíveis e ajudar a fazer da caça à multa o objectivo principal da prevenção rodoviária?

Fomos nós que concordámos em que os agricultores fossem pagos para não produzir, os pescadores para não pescar, as empresas para fazer cursos de formação fantasmas ou inúteis, alguns escritores para terem 'bolsas de criação literária' para escrever livros que ninguém lê, os privados para gerir hospitais públicos com o dobro dos custos?

Fomos nós que aceitámos pagar por caças para a Força Aérea que caem todos sem nunca entrar em combate, helicópteros que não voam por falta de sobressalentes, submarinos que não servem para nada, carros de combate que avariam ao atravessar uma poça de água?

Fomos nós que decretámos que o Euro-2004 era "um desígnio nacional" e, para tal, desatámos a construir estádios habitados por moscas, onde jogam clubes que vegetam na segunda divisão ou se aguentam na primeira sem pagar aos jogadores, ao fisco e à Segurança Social? E é a nossa vontade colectiva que anda a animar uns espíritos inspirados que já por aí andam a reclamar um Mundial de Futebol ou mesmo uns Jogos Olímpicos?

Ah, e a regionalização, essa eterna bandeira de almas ingénuas ou melífluas, que confundem descentralização com jardinização? Esse último disparate nacional que falta fazer e com o qual nos ameaçam ciclicamente com o argumento de que está na Constituição, embora nós já tenhamos respondido, clara e amplamente, que dispensamos a experiência, muito obrigado?

Será que não se pode acalmar um bocadinho os nossos esforçados governantes? Pedir-lhes que parem com os "projectos estruturantes", os "desígnios nacionais", os "surtos de desenvolvimento", os PIN, os aeroportos, pontes e auto-estradas, que deixem de se preocupar tanto com o que comemos, o que fumamos, o que fazemos em privado e o que temos de fazer em público? Eu hoje já só suspiro por um governo que me prometa ocupar-se do essencial e prescindir do grandioso: um governo que prometa apenas tentar que os hospitais públicos funcionem em condições dignas e que não haja filas de espera de meses ou anos para operações urgentes, que os professores e alunos vão à escola e uns ensinem e outros aprendam, que os tribunais estejam ao serviço das pessoas e da sua legítima esperança na justiça e não ao serviço dos magistrados ou dos advogados, que as estradas não tenham buracos nem a sinalização errada, que as cidades sejam habitáveis, que a burocracia estatal não sirva para nos fazer desesperar todos os dias. Um governo que me sossegue quanto ao essencial, que jure que não haverá leis de excepção nem invocados "interesses nacionais" que atentem contra o nosso património: a língua, a paisagem, os recursos naturais.

Mas não há dia que passe que não veja o eng.º Sócrates a inaugurar ou a lançar a primeira pedra de qualquer coisa. E encolho-me de terror perante esta saraivada de pedras, que ora ajuda a roubar mais frente de rio a Lisboa, ora entrega mais uma praia a um empreendimento turístico absolutamente necessário para o "desenvolvimento", ora lança mais uma obra pública inútil e faraónica destinada a aliviar-me ainda mais do meu dinheiro para o dar a quem não precisa. Vivo no terror dos sonhos, dos projectos, das iniciativas de governantes, autarcas e sábios de várias especialidades. Apetece dizer: "Parem lá um pouco, ao menos para pensar no que andam a fazer!"

Além de mais, já não percebo muito bem o que justifica tanto frenesim. Já temos tudo o que são vias de transporte concessionado para as próximas gerações: auto-estradas, pontes, portos, aeroportos (só falta o comboio, mas os privados não são parvos, vejam lá se eles querem ficar com o negócio prometidamente ruinoso do TGV!). Já temos tudo o que é essencial privatizado (só falta a água e palpita-me que não tarda aí mais esse 'imperativo nacional'). É verdade que ainda faltam alguns Parques Naturais, Redes Natura e REN por urbanizar, mas é por falta de clientes, não por falta de vontade de quem governa. Já faltou mais para chegarmos ao ponto em que os governos já não terão mais nada para distribuir. Talvez então se queiram ocupar dos hospitais, das escolas, dos tribunais. Valha-nos essa esperança.

Portugal: Fenómeno El Niño Facilitou viagem de Fernão de Magalhães (Ano 2008)

 

O fenómeno oceano-atmosférico «El Niño», que nas últimas décadas tem intrigado os cientistas climáticos, poderá ter ajudado o navegador português Fernão de Magalhães a realizar há quase 500 anos a sua viagem de circum-navegação.

Segundo um novo estudo hoje publicado pela revista Science, Magalhães encontrou bom tempo a 28 de Novembro de 1520, depois de enfrentar durante dias a fúria do mar a sul da América do Sul.

A partir daí, especulam os investigadores, a sua passagem para o oceano Pacífico poderá ter sido ajudada pelos efeitos de acalmia do «El Niño».

Quando este ocorre, as águas do Pacífico Equatorial tornam-se mais quentes do que o normal, criando ar ascendente que altera o vento e os padrões meteorológicos. Entre os seus efeitos contam-se seca no Pacífico ocidental e maior pluviosidade no Peru e na costa ocidental da América do Sul.

De acordo com os dados disponíveis, «El Niño» ocorreu em 1519 e 1520, e terá possivelmente começado em 1518.

Depois de seguir pelo estreito que tem o seu nome, Magalhães navegou para norte ao longo da costa da América do Sul até que virou para noroeste, tendo atravessado o equador e chegado eventualmente às Filipinas, onde foi morto numa batalha com indígenas.

O navegador português procurava as chamadas Ilhas das Especiarias, actualmente pertencentes à Indonésia, mas o rumo que seguiu levou-o para norte desse objectivo.

Na perspectiva dos antropólogos Scott M. Fitzpatrick, da Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), e Richard Callaghan, da Universidade de Calgary (Canadá), essa rota terá sido ditada pelas boas condições e os ventos favoráveis do «El Niño».

O estudo vem hoje resumido na revista Science e será publicado na íntegra na edição de Agosto do Journal of Pacific History.

Os investigadores estavam a estudar as primeiras viagens de exploração e ficaram surpreendidos com o facto de Magalhães ter estranhamente viajado muito para norte, explicou Fitzpatrick.

«Só depois pensámos no El Niño, ao tentar perceber por que razão os ventos estavam tão calmos quando chegou ao Pacífico», acrescentou. «Sabíamos que era invulgar».

Os cientistas usaram um computador para fazer um modelo do vento e das condições do tempo no Pacífico durante o «El Niño», e compararam-no depois com a rota de Fernão de Magalhães.

Os diários do navegador indicam que muitos dos seus marinheiros morreram ou adoeceram com escorbuto, pelo que terá simplesmente decido aproveitar os ventos e as correntes, mesmo ao preço de ficar com menos tripulantes nos seus navios, refere o investigador.

Nos seus escritos, Magalhães explica que decidiu seguir para norte devido a relatos de fome nas Ilhas das Especiarias, o que corresponde a um dos efeitos do «El Niño», segundo Callaghan e Fitzpatrick.

Fernão de Magalhães terá recebido correspondência de um amigo naquelas ilhas antes de iniciar a viagem, pelo que poderá ter sabido assim da vaga de fome. Mas como a correspondência ficou destruída no terramoto de Lisboa de 1755, isto é impossível de confirmar.

Embora permaneçam incertas as razões da escolha da rota seguida por Magalhães, as condições associadas ao «El Niño» podem «em grande medida ser responsáveis pela estruturação da rota e a extensão do que muitos consideram a maior viagem do mundo», escreveram os investigadores.

Segundo Fitzpatrick, a viagem poderá de facto constituir o primeiro registo do «El Niño».

Francis Drake encontrou condições favoráveis no Estreito de Magalhães quando o atravessou em 1578, mas enfrentou depois meses de tempestades no Pacífico que lhe dispersaram as naus e afundaram uma.

James Cook parece ter também beneficiado do «El Niño» durante a sua exploração do Pacífico em 1769.

Moçambique: “Clic’s” de Rangel no pincel de José Pádua (Francisco Manjate, 2008)


Ricardo Rangel é muito mais do que um fotógrafo que nos oferece a imagem através de clic’s únicos e instantâneos. Ricardo Rangel é a essência das coisas porque a sua fotografia transporta consigo a dimensão cultural, política e social. Ricardo Rangel é a celebração da vida em si. Vida feita de imagens e histórias. Histórias de Homens e lugares. Uns góticos outros comuns, mas sempre carregados de essência.

A fotografia de Ricardo Rangel celebra a vida, e a sua essência é para lá do tempo e do universo moçambicano, para se situar numa dimensão da humanidade e de todos os tempos.

Mas esta fotografia é, sobretudo, a súmula da nossa história. Da História de Moçambique. História cultural e política, social e também económica.

Ricardo Rangel é um dos mais importantes fotojornalistas de África, e porque não do mundo? E com a sua máquina fotográfica registou memórias inesquecíveis do nosso passado, do presente e que, a partir delas, nos fazem compreender o que será o nosso futuro, porque ele teve, de alguma forma, um “olho visionário”. De lince. Olho que viu e continuar a ver para além do comum, do simples e do fútil.

Na sua escola – Centro de Formação Fotográfica – Ricardo Rangel não só ensina, diariamente, aos seus alunos, a arte de fotografar através da máquina fotográfica, mas é muito mais do que isso. Ele ensina a arte de registar imagens para a posteridade. Ensina que a imagem fotográfica é antes de tudo, a alma daquele que retrata a história, não somente a figura humana, mas a sua história, o seu mundo, o seu envolvimento.

Ricardo Rangel transmite a confiança, a história, a cultura de um povo, a compreensão dos fenómenos que se pretende registar. Os clics são muito mais do que pegar numa máquina fotográfica e “disparar” para ter fotos. É transmitir a energia existente, tal como as batidas fortes do Jazz e do Blues, do Swing e do Smooth, vertentes musicais que o decano da nossa fotografia abraçou e continua a amá-las como ama a fotografia, a paz e a liberdade.

E se ele ama a paz e a liberdade, concordamos então com a vice-ministra da Educação e Cultura, Antónia Xavier, quando afirmou, no dia do lançamento do livro “Ricardo Rangel: Homenagem de Amigos”, que mais do que dizer que Ricardo Rangel é um excelente fotógrafo, o que há muito se sabe, falar de Ricardo Rangel é falar de um homem que sempre pautou por ideais de humildade e honestidade e que na sua nobre missão denuncia as injustiças e as atrocidades deste mundo.

Falar de Ricardo Rangel é também “falar daquele que eterniza momentos chaves da vida através da imagem, com um significado que exige a interpretação do receptor para a sua compreensão, e que influenciam bastante a formação da crítica e auto-crítica do cidadão, sobre os assuntos cruciais do nosso quotidiano”, este é o sentimento da vice-ministra.

Por isso, a fotografia, tal como toda a arte contemporânea, é uma ferramenta de percepção para a transformação e abertura de novos horizontes da construção da nossa moçambicanidade.

E os amigos decidiram obsequiar-lhe com um livro onde José Pádua, seu amigo de longa data – conheceram-se na década de 1950 na cidade da Beira – pegou nas suas fotografias, particularmente aquelas em que Rangel retrata as crianças e “clicou-as” com pincéis, tinta e na tela.

José Pádua pintou vários quadros a partir de fotografias de Ricardo Rangel, e a escolha por imagens sobre crianças é que ambos – Rangel e Pádua – sempre gostaram de fotografar e pintar as crianças. Sempre tiveram uma grande ternura por crianças, daí Pádua ter sugerido a Rangel que lhe permitisse pintar, a partir das suas fotografias, vários trabalhos. Mais tarde surgiu a ideia de imortalizar tudo isso em livro, sendo que o mesmo ainda apresenta textos escritos por várias personalidades do cenário social e cultural moçambicano.

Vai daí que, o decano da nossa fotografia diga que dedica o livro ao seu amigo e companheiro de trincheiras José Pádua. E que o mesmo é mais de Pádua do que dele propriamente.  

Escola com nome de Rangel

Mas porquê discursos na obra de Ricardo Rangel, se a sua obra por si só é superior a todos os discursos que se pretendem enunciar e tal como o seu autor, ela sabe situar-se por cima de todas as coisas fúteis, com engenho e arte. Ela não necessita de discursos e, muito menos ainda, de justificações. Ela, antes de tudo fala por si mesma, traduzindo o sentimento e a reflexão crítica em torno de questões sociais, ambientais e educacionais.

“Permitam-me sublinhar as palavras sábias do nosso Decano da Fotografia Moçambicana, por ele pronunciadas aquando da exposição sobre os 100 anos da Beira, passo a citar ‘O Mundo andará melhor se houver mais fotógrafos’ existirem melhor andará este mundo porque esta classe reporta com fidelidade qualquer realidade deste Planeta”, disse Antónia Xavier.

Aquela governante deu a conhecer ainda que o Governo, juntamente com os seus parceiros, estão a equacionar a possibilidade de construir uma escola secundária que ostente o nome de Ricardo Rangel, como uma das formas de imortalizar a sua vida e obras.

Quanto à editora Ndjira, que chancela a obra, esta, na voz do seu gestor, Fernando Couto, sente-se feliz pela edição de um livro que beneficia da especial característica da junção das actividades artísticas de dois vultos de relevo nas artes fotográfica e pictórica – Ricardo Rangel e José Pádua – e da circunstância de os seus autores serem amigos de longa data.

A Ndjira também se sente orgulhosa, porque esta obra constitui a sincera homenagem prestada por alguns admiradores ao incontornável fotojornalista que é Ricardo Rangel, autor de uma obra que tem vindo a plasmar o retrato inconfundível – inconfundível pelo seu carisma humanístico e pelo seu mérito expressionista – deste povo nas suas vivências e nas mais diversas faces.

30 de janeiro de 2025