Os antigos presidentes moçambicanos, Joaquim Chissano e Armando Guebuza apontaram esta quinta-feira a paz e a unidade como as principais conquistas do país que ontem celebrou 40 anos de independência.
"A unidade nacional é o maior legado que nós deixámos", disse Joaquim Chissano, à margem das celebrações dos 40 anos da independência em Maputo, que ontem se assinalaram em todo o país e com o centro dos festejos em Maputo.
Para o primeiro chefe de Estado moçambicano eleito democraticamente, a consolidação da paz e da unidade deve ser continuado pelas novas gerações para a construção da nação moçambicana.
"A independência completa-se com a independência económica e cultural. Essa é a tarefa das futuras gerações, que devem realmente ter iniciativas e inovações para que essa independência seja mais completa", salientou Joaquim Chissano, destacando a necessidade de se adoptar o diálogo como um "instrumento da convivência", quando o país atravessa a ameaça de instabilidade política e militar provocada pela crise com a oposição da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).
Por sua vez, Armando Guebuza, chefe de Estado durante duas décadas, até Janeiro de 2015, disse que, passados 40 anos a independência, os erros que Moçambique cometeu constituem lições para as escolhas futuras.
"Hoje nós somos livres. Nós temos o nosso destino nas nossas próprias mãos e, por conseguinte, isto faz que nós tenhamos melhor vida, melhores condições de trabalho e, sobretudo, maior unidade entre nós", afirmou Armando Guebuza, lembrando que estes elementos constituem um reforço para a paz no país.
Moçambique celebrou hoje 40 anos de independência e Maputo recebeu as cerimónias centrais da efeméride, em que Portugal, antiga potência colonial, esteve representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.
Além dos antigos chefes de Estado moçambicanos Joaquim Chissano e Armando Guebuza, membros do primeiro Governo criado em 25 de junho de 1975 e chefiado por Samora Machel, a cerimónia foi também testemunhada por vários estadistas da África Austral, num contexto bem diferente de há quatro décadas, quando Moçambique nasceu ameaçado pelos regimes segregacionistas da África do Sul e da Rodésia do Sul, atual Zimbabué.
Ontemmarcaram presença nas celebrações da data os presidentes do Zimbabué, Robert Mugabe, Zâmbia, Edgar Lungu, Namíbia, Hage Geingob, Tanzânia, Jakaya Kikwete, e Malauí, Peter Mutharika.
Lusa, 26 de Junho de 2015