9 de novembro de 2012

Namaacha, a Sintra de Moçambique (Ano 1965)



A vila da Namaacha, alcandorada na vertente portuguesa da cordilheira dos Libombos cuja crista marca a linha divisória da fronteira entre Moçambique, o Transvaal e a Suazilândia, hoje uma excelente estância de repouso e de turismo, foi outrora – até ao final do século passado – um valhacouto de bandidos célebres, aventureiros atraídos pelo ouro descoberto no Rand. O seu nome provém do de um régulo da região, de nome Mahasha, que ali estabeleceu o seu “Kraal”.

De início, os aventureiros que frequentavam a povoação eram foragidos da lei. Um dos mais célebres foi um tal Mac Nab, bandido da pior espécie, de nacionalidade escocesa. Quando era perseguido de um lado da fronteira refugiava-se no outro. Contra ele e outros bandidos que frequentavam a região o governador do distrito de Lourenço Marques, Azeredo e Vasconcelos chegou a enviar uma expedição para metê-los na ordem, o que conseguiu finalmente.

O general José Tristão de Bettencourt, sendo governador-geral de Moçambique, foi quem deu em 1941 o maior impulso para o desenvolvimento da vila. Hoje, ela ocupa uma área quadrada de 1.370 kms, sendo uma estância de turismo muito procurada, pela grande beleza dos seus arredores. Dignos de ser visitadas e admiradas, uma frondosa mata e uma cascata com o seu lago.

A Namaacha, onde se encontra o Seminário-Maior de Cristo Rei, é já tradicionalmente local de uma peregrinação anual, em 13 de Maio, ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima ali existente.

Também dignos de visita são as espectaculares instalações do sistema de telecomunicações por dispersão troposférica, pela primeira vez usado em território nacional e o mais aperfeiçoado em todo o Mundo.

Fonte: Arquivo Pessoal