Segredos de Tutankhamon revelados em testes de ADN
O Egipto revelou hoje os resultados dos testes de ADN feitos à múmia do enigmático Tutankhamon. É uma tentativa de fazer luz sobre a filiação do menino-rei, que morreu há 3000 anos, e que se pensa ser filho de Akhenaton, o faraó que tentou levar a cabo uma revolução religiosa no Antigo Egipto.
Os estudos foram liderados por Zahi Hawass, à frente da equipa do Egyptian Mummy Project. Nas 11 múmias analisadas os investigadores tentaram encontrar sinais de problemas genéticos ou doenças infecciosas que permitissem estabelecer relações e fornecer explicações sobre o destino dos membros ilustres desta família.
As conclusões, apresentadas esta manhã em conferência de imprensa, no Cairo, e publicados no Journal of the American Medical Association, dão a imagem de um rei jovem e frágil. Tutankhamon usava bengala. Sofria de uma doença óssea (possivelmente a doença de Köhler), tinha pé boto e lábio leporino. A causa próxima da morte terá sido uma queda, associada a malária. Era filho do faraó monoteísta Akhenaton.
Zawass confirmou ainda que uma múmia até agora não identificada, encontrada no túmulo KV55, é de Akhenaton. A investigação afastou também a hipótese de Tutankhamon ser filho da rainha Nefertiti, como antes se acreditava. A mãe de Tutankhamon era uma filha não identificada de Amenhotep III e da rainha Tiye.
Exames feitos anteriormente tinham revelado a idade de Tutankhamon à data da sua morte - apenas 19 anos. Tinha sido igualmente descartada a hipótese de o rei ter sido morto com um golpe na cabeça: o buraco encontrado na cabeça do rei, afinal, foi feito pelos enbalsamadores, para inserir líquidos necessários ao processo de mumificação.
A identidade de Tutankhamon tem fascinado especialistas e não-especialistas desde que o túmulo do rei foi encontrado, intacto, pelo britânico Howard Carter, em 1929.
17 de Fevereiro de 2010