25 de fevereiro de 2010

Moçambique: VI Festival Nacional da Cultura


VI Festival Nacional da Cultura: Expondo a riqueza da diversidade

O País vive desde o último domingo, uma grande movimentação artístico-cultural, no quadro da realização do VI Festival Nacional da Cultura, promovido pelo Governo com o objectivo de preservar, desenvolver as artes, a cultura e as tradições das diferentes comunidades. Trata-se de um momento impar de interacção e intercâmbio, mas também de divulgação do rico e diversificado património cultural do país.


A fase final do festival vai decorrer em Chimoio, capital provincial de Manica, entre os dias 27 Julho e 01 Agosto próximos, onde além de espectáculos públicos de teatro, música, dança, cinema, serão realizadas exposições/feiras de venda de produtos culturais, nomeadamente livro, disco, fotografia, arte e artesanato, vídeo-documentários, filmes, culinária e roupa/vestimentas moçambicanas.


 
São cerca de 880 participantes entre artistas e oficiais acompanhantes, idos de todas as províncias do país que vão corporizar a fase final do festival.

Para a materialização do evento, o Governo mobilizou cerca de vinte milhões de meticais.

Além de promover a preservação e divulgação da cultura, artes e tradições populares, o VI Festival Nacional da Cultura será igualmente, um momento de promoção do estudo, recolha, preservação e divulgação do património cultural moçambicano nas suas diferentes vertentes.


O Governo pretende a partir do festival do Chimoio, mobilizar todos os actores sociais, políticos, económicos e segmentos da sociedade para a importância da cultura como factor do desenvolvimento social e económico. Quer incentivar o desenvolvimento da criatividade e promoção das indústrias culturais e sustentar a protecção da Propriedade Intelectual.

De referir que terminam a 28 de Fevereiro corrente, as inscrições dos participantes, junto dos Serviços Distritais da Educação Juventude e Tecnologia.

PARTICIPAR E DIGNIFICAR CIDADE DE MAPUTO

Mais de 350 artistas provenientes dos cinco distritos municipais da cidade de Maputo e ainda dos distritos Municipais da Catembe e Inhaca, a nível da cidade de Maputo, estiveram presentes na cerimónia do lançamento do VI Festival Nacional de Cultura. O show que se deu no recinto da Feira de Hulene, iniciou com uma marcha dos artistas que estiveram concentrados no Estádio de Hulene (campo de futebol), desfilando daquele ponto até à Feira de Hulene.


O lançamento do festival coincidiu com o Dia Mundial da Língua Materna, por isso os intervenientes primaram por falar nas suas línguas maternas, no caso em Tsonga.

Esta cerimónia contou com distintas figuras e personalidades políticas, culturais e empresariais da cidade de Maputo, com o destaque para a governadora, Lucília Hama, para quem o VI Festival Nacional de Cultura é o momento mais alto da celebração e de exaltação da cultura moçambicana, com ricas e diversificadas tradições culturais milenárias que reflectem a grandeza e a força do nosso país, ao mesmo tempo que constituem uma prodigiosa contribuição para a História e civilização da humanidade.

Para dar início à cerimónia, apresentada pelo actor e coordenador do GTO, Alvim Cossa, foi chamado o grupo cultural da Escola Secundária de Laulane, que emprestou um tema atravessado por uma harmonia vocal penetrante.

Depois seguiu-se o grupo Makwaela dos TPM, um grupo que a nível nacional dispensa apresentações e constitui o orgulho dos moçambicanos nesta vertente do canto e de dança.

O grupo Makwaela dos TPM, que em finais do ano passado lançou o seu primeiro disco de originais e um DVD, é a bandeira da cidade de Maputo e do país.

O Grupo Tufo da Mafalala (Associação Familiar) esteve presente no local e mostrou os dotes da harmonia entre o canto e a coreografia bem elaborada. Tufo da Mafalala foi exibir a dança da corda.

A dança ngalanga foi trazida pelo Grupo Ngalanga de Maputo, que também se dedica à pesquisa e exibição desta dança.

Subiu ainda ao palco Xindiro, um grupo de canto e dança, mostrou a sua capacidade alta capacidade de oferecer à plateia um Xigubo elaborados dentro dos preceitos de perfeição.

O músico Tomás Urbano foi a figura que fechou o show, cantando alguns dos seus êxitos, numa festa em que houve um sketch teatral, e outros músicos da cidade de Maputo.

MOMENTO DE EXALTAÇÃO DE VALORES

O director de Cultura da cidade de Maputo, Roy Tembe, caracterizou aquele como um momento de festa e de reflexão sobre os valores mais nobres da cultura do povo moçambicano, um evento que vai culminar com uma grande festa nacional.


Mas também, para ele, o acto chama atenção para que se tome atenção no que diz respeito para a preservação dos valores culturais do país.

“É com este tipo de iniciativas que queremos que todos os moçambicanos amem a cultura e sintam que através dela podemos interagir e divulgar aquilo que de mais nobre Moçambique tem”, disse Roy Tembe.

Queremos que todos sintam que é possível da cultura uma fonte do sustento, na medida em que não só estarão ali para exibir os seus dotes como também poderão produzir instrumentos para ir lá comercializar e aproveitar a ocasião para firmar contratos com vários operadores turísticos e empresários da indústria musical e de outras expressões culturais.

MAIS DE 1300 ARTISTAS“PUXAM” POR CABO DELGADO

A Província de Cabo Delgado, vai movimentar 1380 artistas, a razão de 80 por cada um dos 16 distritos, mais a cidade de Pemba, no quadro do movimento que antecede a realização da fase final do VI festival Nacional de Cultura.


 
Domingo passado, a vila-sede de Chiúre, ficou sede provincial da cultura por ter acolhido diversas manifestações culturais, desde danças, música, cestaria, olaria, e outras formas que o mais populoso distrito de Cabo Delgado pratica, sob o pretexto de ter sido ali, onde o governo provincial quis lançar o festival que a seguir vai cumprir com as fases de inscrição, distrital e provincial.

Foram seis horas de cultura, apenas interrompidas pelas intervenções de políticos que de muitas maneiras quiseram emprestar ao acto, como a forma que o governo encontrou para resgatar a identidade dos moçambicanos, sabido que, por outro lado, a cultura participa no desenvolvimento sócio-económico de Moçambique.


Pelo menos foi por este diapasão por onde passaram os discursos do governador provincial, Eliseu Machava, do director provincial-adjunto da Educação e Cultura, António Tépulo e do administrador local, Carlos Nampava.

Machava, por exemplo, associou a realização do festival ao cumprimento do Programa Quinquenal do Governo e pediu que o movimento seja aproveitado para a nossa sociedade combater as epidemias e endemias que grassam a província de que é governador, nomeadamente, a cólera, malária e o HIV/SIDA.

“A cultura é um vector muito importante de identidade nacional, por isso devemos promover acções visando a sua preservação e criar plataformas de divulgá-la, pelo que lanço o apelo de participarmos em todas as fases deste movimento, até que apuremos os melhores dos melhores da província, que nos irão representar em Chimoio. Ao mesmo tempo temos que ter em atenção de que andam ai doenças que temos a obrigação de combatê-las, porque só homens saudáveis é que fazem o desenvolvimento. Temos a cólera, a malária e o HIV/SIDA, que são ameaças à nossa existência”.

Marcelino Dingano, da Direcção da Cultura, revelou que a fase seguinte vai ser de inscrições de grupos, para depois, entre 27 de Março a 4 de Maio, ter lugar a fase distrital, que por sua vez dará lugar a provincial, que acontecerá entre 7 e 22 de Maio.

FESTA JÁ COMEÇOU EM SOFALA

Muito Utse, Mandoa, bem como muita dança e de carris tradicional marcaram, domingo último, o lançamento oficial do VI Festival Nacional de Cultura, ao nível da província de Sofala. O pavilhão dos Desportos da Beira foi pequeno para acolher a festa que marcou ao lançamento do evento, orientado pelo governador de Sofala, Maurício Vieira, que referiu que a cultura não pode ser vista apenas como sendo a dança apresentada em momentos festivos, mas também outras manifestações, como são os casos da música, pintura, literatura, gastronomia, o modo de vestir, entre outras que identificam o povo moçambicano.





 
Com o efeito, apelou ao meio mundo presente para que se faça do festival um momento de fortificação da unidade nacional, um dos pilares fortes plasmado nos desafios do Executivo do nosso país.

As palavras do timoneiro de Sofala parece que foram mesmo ao encontro do testemunhado no evento porque, além de estilos tradicionais daquela província, foi possível notar que algumas exibições continham uma mistura de ritmos ou passos de danças originários de outras regiões do vasto Moçambique.

Mesmo assim, o prato de casa foi o mais forte, muitos grupos optaram desfilar a sua classe com Utse e Mandoa, estilos característicos do norte e sul de Sofala, respectivamente.

A banda Mussodji é o exemplo mais claro da exibição do Mandoa, enquanto que o decano M’pungafina foi praticamente o embaixador do norte da província com o seu Utse.

Os grupos de canto e dança, alguns dos quais em representação de escolas da cidade da Beira não fugiram, igualmente, a regra, trouxeram muito Utse e Mandoa, bem como Maphadza, característico do distrito de Gorongosa, para abrilhantar o evento.

Um outro factor particular está relacionado com muitos dos membros dos grupos de canto e dança serem crianças, o que pode provar que há uma tendência ou esforço de transmissão de testemunho da velha para a nova geração, certamente com o intuito de preservar a nossa cultura.

Apesar do evento ter sido uma grande festa, os grupos terão que observar um intervalo porque a verdadeira competição começa mesmo no dia 27 de Março, com o arranque da fase distrital do VI Festival Nacional de Cultura.

O director provincial de Educação e Cultura de Sofala, Alves Cangana, que anunciou o facto, disse que prosseguem inscrições em todos os 13 distritos locais, para o verdadeiro embate. Explicou que a prioridade será para as manifestações culturais com maior expressão em cada região, desde das artes de representar até a gastronomia.

Com o efeito, ainda não se sabe quantos grupos cada distrito vai contar. Em todo o caso, após o término desta etapa seguir-se-á a fase provincial, aprazada para entre os dias 17 e 25 de Maio próximo.

Cangana admitiu que Sofala poderá participar do evento de Chimoio com 80 artistas em representação dos 13 distritos da província.

O director provincial de Educação e Cultura de Sofala não precisou os valores a serem gastos na fase provincial mas assegurou que todas as condições básicas estão criadas para que o evento seja um verdadeiro momento de festa.

A CASA DA CULTURA DO ALTO-MAÉ : CRIANÇAS PROMOVEM FOLCLORE

A Casa da Cultura do Alto-Maé promove a partir desta sexta-feira, o Festival Infantil de Canto e Dança Tradicional – Dança Escola 2010, um evento de carácter competitivo que visa levar junto ao público as manifestações mais actuais no campo da dança tradicional e folclórica do nosso país.

O festival vai envolver grupos infantis de dança tradicional das escolas primárias da cidade de Maputo ou que tenham ligação com os estabelecimentos de ensino.



 
Segundo fontes da organização, a escolha deste critério para a participação, visa consolidar a ligação entre a Educação e a Cultura, no intuito de ajudar a criar no seio das crianças e estudantes, a identidade e orgulho de serem moçambicanos.

“O bem estar das crianças, constitui uma prioridade do Governo. Uma mente sã e um corpo são, constituem fundamentos para se criar um ambiente de bem-estar e alegria entre as crianças. Por isso, definimos que a dança deve ser feita por estudantes e com grande envolvimento das suas respectivas escolas”, disse a nossa fonte.

Com efeito, a Casa da Cultura do Alto-Maé, pretende com o festival que as crianças conheçam a nossa cultura e as muitas danças tradicionais.



 
Entretanto, segundo a organização, a promoção da iniciativa ajudará a resgatar e perpetuar a dança tradicional e folclórica de Moçambique. “(…) acreditamos que a ideia de envolver grupos infantis, não foi por acaso pois, voltamos a repetir que a Educação e a Cultura andam sempre de mãos dadas na consolidação da nossa moçambicanidade”.

A fase final do festival terá lugar em Junho, período em que se celebra o Dia Internacional da Criança, Dia da Criança Africana e o Dia da Independência Nacional.

Maputo, Quarta-Feira, 24 de Fevereiro de 2010:: Notícias