A posição do governo de Moçambique relativa à adopção do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem em conta a presidência da CPLP, que assumirá a partir de julho, durante a cimeira da comunidade lusófona, que se realizará em Maputo.
Falando aos jornalistas, o chefe da diplomacia moçambicana justificou a demora de adesão de Moçambique ao Acordo Ortográfico com a tentativa de o país "clarificar e ganhar a dimensão total das implicações de natureza não só financeira como também organizativa".
"Nós falamos a língua portuguesa mas com algumas características muitas próprias. Temos um grande peso das línguas nacionais. Como é que isso interage com este acordo ortográfico? E depois, é a questão da sua ampla divulgação. Está aqui imenso trabalho a fazer entre a ractificação e a plena entrada em vigor", disse Oldemiro Baloi.
O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros de Moçambique lembrou que o país tem agora "um período da chamada derrogação", que recusou dizer qual, "ou seja, o tempo que Moçambique necessita para ajustar todos os instrumentos necessários para que o acordo seja efectivo".
No último ano, o ministro moçambicano da Educação, Zeferino Martins, estimou que a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em Moçambique terá um "custo mínimo" de 80 milhões de euros.
(RM/Lusa) 8 de Junho de 2012