Santa Luzia
Santa Luzia, a única ilha de Cabo Verde que não é habitada pelo homem, está declarada, desde 1990, património público e é considerada uma importante reserva natural do arquipélago.
Em Calhau, na costa oriental da Ilha de São Vicente, consegue contratar um pescador que o/a transporta num bote de pesca até Santa Luzia por 5,000$, ida e volta no mesmo dia (máximo 6 pessoas mais carga). A travessia demora duas horas. Para voltar no dia seguinte, o preço passa a 8,000$ e 10 litros de gasolina.
Devido ao seu clima muito seco e à falta de água constante, a ilha de Santa Luzia nunca foi persistentemente colonizada.
Apesar dos períodos de seca recorrentes terem gorado as inúmeras tentativas de povoamento da ilha, ela foi durante muito tempo utilizada para a criação de gado, sendo a carne, os produtos lácteos derivados e o couro oriundos de Santa Luzia considerados de excelente qualidade.
Durante o séc. XIX, Santa Luzia chegou a ser habitada por uma pequena comunidade de cerca de 20 pessoas que se dedicava à pastorícia, à pesca e à extracção de urzela (líquen de que se obtém uma tinta violeta) em grande quantidade.
Santa Luzia tem apenas 35 km2 de superfície e uma altitude máxima de 395 metros, espraiando-se nos seus 13 km de comprimento por 5 de largura.
A vegetação é muito escassa mas, apesar disso, a ilha possui contrastes topográficos assinaláveis entre a costa Sul, com praias de dunas, e a costa Norte, mais escarpada.
A Sudeste de Santa Luzia – entre esta ilha e São Nicolau – situam-se os ilhéus Raso (7 km2) e Branco (3 km2). Ambos têm falésias escarpadas que sobem, no primeiro, até um plateau com 170 metros de altura e no segundo, até um planalto coberto de guano branco com 327 metros de altura.
Os dois servem de refúgio para uma série de aves marinhas raríssimas, entre as quais a Calhandra do Ilhéu Raso.