Ilha de Santo Antão
A principal atracção desta ilha, a mais verde de Cabo Verde, são as caminhadas a pé ou em carroça na zona das Ribeiras, percorrendo os vales acidentados da parte oriental da ilha, perto de Ribeira Grande, ou na estrada que liga Porto Novo a Ribeira Grande.
O grogue (aguardente nacional à base de cana-de-açúcar) de Santo Antão, fabricado ainda hoje artesanalmente – sobretudo no Paúl - é o mais afamado de todo o arquipélago. Estão ainda em funcionamento alguns trapiches, engenhos tradicionais de moagem da cana-de-açúcar.
Com uma superfície de 779 Km2, Santo Antão é a segunda maior ilha do arquipélago de Cabo Verde, logo a seguir a Santiago. Está situada no extremo ocidental do grupo de ilhas que formam o Barlavento cabo-verdiano e dista apenas uma hora de viagem de barco de São Vicente. Com 43 km de comprimento por 24 km de largura, Santo Antão é rasgada por uma cordilheira montanhosa orientada de nordeste para sudoeste, culminando num pico vulcânico chamado Topo da Coroa, com 1.979 metros de altitude, a segunda montanha mais alta do arquipélago, precedida apenas pelo Fogo.
A ilha apresenta contrastes paisagísticos muito marcantes oferecendo, a norte, belíssimas paisagens verdejantes de pinheiros e cedros, em contraste com a desértica aridez do sul da ilha. A beleza imponente dos vales, descendo as ravinas montanhosas em direcção ao mar – pontuados aqui e além por pequenas povoações alcantiladas nos desfiladeiros –, proporcionam panorâmicas de grande impacto e beleza. A parte ocidental da ilha oferece um espectáculo apocalíptico de penhascos abruptos.
Um pouco de história
Apesar de ter sido descoberta em Janeiro de 1462, a ilha de Santo Antão só começou a ser colonizada pela Coroa portuguesa noventa anos mais tarde, devido à sua topografia inacessível.
Durante os sécs. XV e XVI só era referida devido ao facto de o Tratado de Tordesilhas instituir que a linha imaginária norte-sul que dividia o mundo a descobrir entre portugueses e espanhóis passava 370 léguas a Oeste de Santo Antão.
No início do séc. XVII, Santo Antão foi doada ao Conde de Santa Cruz. Contudo, o filho do quarto Conde, raptou Mariana Penha de França, esposa de um nobre lisboeta, e teve de fugir para Londres onde, em 1732, hipotecou a ilha a credores locais. No entanto, este episódio foi prontamente saneado pela Coroa portuguesa.
Hoje, a sua população ronda os 50 mil habitantes, distribuídos maioritariamente na parte oriental da ilha, entre Porto Novo, Ponta do Sol e Ribeira Grande.
A sua maior cidade é Porto Novo, cujo porto oferece boas condições de navegabilidade.
Ribeira Grande é o centro administrativo da ilha.
As suas principais actividades económicas são a pesca, a agricultura e a extracção de uma lama vulcânica usada no fabrico de cimento.
O turismo começa a ser encarado como uma actividade produtiva lucrativa.