São Vicente
Descoberta em 1442 a ilha de São Vicente só conhece a primeira iniciativa de povoamento em 1734 devido as condições climáticas da ilha. A baía do Porto Grande assumiu desde logo o papel económico da ilha e, actualmente, é uma paragem obrigatória para o visitante.
O passeio pela marginal, contornando a baía até a praia da Laginha, permite observar o recorte da cratera vulcânica submarina que com os seus 4 Km de diâmetro estende-se até a Laginha de onde se observa o ilhéu dos pássaros que marca o limite norte da cratera.
Ao fundo está sempre presente o Monte Cara eterno “guardador” da baía do Porto Grande e a porta de entrada dos barcos para o cais.
As águas calmas permitem o mergulho no Atlântico e a possibilidade de observar o poente do sol entre o monte cara e a vizinha ilha de Santo Antão que se avista da praia.
Caminhando da Laginha para o centro da cidade encontra-se o centro histórico onde a construção moderna funde-se com a arquitectura deixada pelos colonos.
Já em Mindelo, na rua de Lisboa, encontra-se o mercado municipal onde, além, das verduras, carne e peixe, é possível encontrar uma diversidade de comércio desde artesanato, música, artigos de beleza e roupa.
O café Lisboa, na mesma rua, convida a uma pausa e é possivel observar a vida da cidade e encontrar algumas pessoas do mundo cultural mindelense. Ao fundo da rua fica o Palácio do Povo.
A Praça Nova é o ponto de encontro dos mindelenses. No final do dia e aos fins-de-semana ela enche-se com vida e cores das pessoas da ilha. É onde se pode sentir o espirito das pessoas da ilha: descontraído, de sorriso aberto e cheio de “morabeza”. Nas tardes de domingo tem música ao vivo com concertos da banda municipal.
Em Mindelo é nas noites que a alegria se espalha, conhecida antigamente pelas suas serenatas e agora pelas suas festas e noites de música ao vivo nos principais bares e restaurantes da cidade.
Mais a norte da ilha, entre Mindelo e Baía das Gatas, encontramos o Monte Verde, o ponto mais alto da ilha que com os seus 700 metros de altitude é um miradouro natural sobre a ilha. Nos tempos da “azágua” cobre-se de verde e é possível observar espécies endémicas e algumas introduzidas desde o povoamento. O topo está, algumas vezes, encoberto pelas nuvens, dificultando a vista panorâmica mas permitindo um verdadeiro “passeio pelas núvens”.
A subida para o monte pode ser feita de carro junto da estrada na encosta e, para os mais aventureiros, a pé. As condições da estrada são boas.
Continuando o trajecto rumo ao norte encontra-se a praia de pescadores de Salamansa à direita e, mais a frente e à esquerda, a praia do norte da Baía das Gatas. Em frente está a Baía das Gatas, palco do festival com o mesmo nome que se realiza anualmente na primeira lua cheia de Agosto.
O nome gatas vem dos tubarões-gata que habitavam a baía. São considerados os tubarões mais pacíficos do atlântico. É a praia de eleição para as famílias porque está resguardada por pedras formando uma piscina natural.
A nordeste de São Vicente encontramos a famosa praia do Calhau onde estão dois vulçães extintos a beira-mar numa pequena enseada chamada “Salto”, formando uma piscina natural cavada na rocha vulcânica. A praia é constituida, maioritariamente, por calhaus.
Entre o Calhau e a Baía das Gatas encontra-se Praia Grande, com areia branca e água cristalina. Aqui são as ondas que imperam e a natureza mais bravia do atlântico. É uma da praias de eleição para a desova das tartarugas.
Texto e foto: Hilda Teófilo