19 de janeiro de 2013

Passos Coelho diz que ninguém aconselhou os portugueses a emigrar


Passos Coelho diz que ninguém aconselhou os portugueses a emigrar e tem razão só sugeriram e tudo fizeram para que o país fique sem os seus melhores quadros e depois de destruírem no sector privado tudo fazem para o conseguir no sector público.

Passos Coelho devia ter mais cuidado e respeitar a inteligência e memória dos portugueses.

«O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira, em Paris, que "ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem", considerando, no entanto, que a emigração não deve ser um "estigma" para quem precisa de um emprego e não consegue encontrá-lo em Portugal.» [CM]

«O Negócios lembra as várias declarações do Governo sobre o tema emigração.

A primeira polémica aconteceu a 31 de Outubro de 2011, quando a Lusa emitiu uma notícia, citando o secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre, dizendo que: "se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras".

O conselho foi dado pelo secretário de Estado numa conferência no Brasil. Dias depois, ao "Correio da Manhã", Alexandre Mestre desmentia a declaração, mas a Lusa manteve-a.

E os estilhaços chegaram ao Parlamento. Miguel Relvas, ministro-adjunto dos Assuntos Parlamentares, foi instado a comentar as declarações de Alexandre Mestre, qualificando-as de normais. Respondendo à oposição, Miguel Relvas, a 16 de Novembro de 2011, declarou: "Quem entende que tem condições para encontrar [oportunidades] fora do seu país, num prazo mais ou menos curto, sempre com a perspectiva de poder voltar, mas que pode fortalecer a sua formação, pode conhecer outras realidades culturais, [isso] é extraordinariamente positivo", afirmou.

"Nós temos hoje uma geração extraordinariamente bem preparada, na qual Portugal investiu muito. A nossa economia e a situação em que estamos não permitem a esses activos fantásticos terem em Portugal hoje solução para a sua vida activa. Procurar e desafiar a ambição é sempre extraordinariamente importante", reforçou Miguel Relvas, ideia que repetiu em outros foruns.

Nesse mesmo ano, em Dezembro, Passos Coelho, em entrevista ao "Correio da Manhã", acrescenta aos jovens, aos desempregados e professores não colocados na lista de potenciais emigrantes.

A pergunta ia direccionada: "Nos professores excedentários, o senhor primeiro-ministro aconselhá-los-ia a abandonar a sua zona de conforto e procurarem emprego noutros sítios?". A resposta: "Angola, mas não só Angola, o Brasil também, tem uma grande necessidade ao nível do ensino básico e do ensino secundário de mão de obra qualificada e de professores.Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa". Depois destas declarações, foram os próprios professores e desempregados que aconselharam o primeiro-ministro a emigrar. » [Jornal de Negócios]

O Jumento, Sábado, Janeiro 19, 2013