UCCLA e cidade de Lisboa vão homenagear Cidade Velha e Arménio Vieira
Praia, 10 Jul. (Inforpress) – A União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA) e a cidade de Lisboa vão render uma homenagem, no próximo dia 24 de Julho, à Cidade Velha Património da Humanidade, e ao poeta Arménio Vieira, Prémio Camões 2009, apurou a Agência Inforpress.
Fonte próxima da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago assegurou à Inforpress que o tributo, que terá como palco a Avenida da Liberdade, em Lisboa, vão juntar artistas portugueses e cabo-verdianos, num espectáculo em que o fado, uma das mais bela expressão da cultura portuguesa, juntar-se-á a outros géneros tradicionais da música cabo-verdiana.
Esta distinção é vista pela autarquia da Cidade Velha como mais uma importante oportunidade de estreitar os laços de amizade e cooperação que unem Portugal e o arquipélago.
O evento contará, para além da presença do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Manuel de Pina, com outras figuras da comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal.
A Inforpress apurou também que Arménio Vieira receberá, proximamente, uma outra distinção na Casa Fernando Pessoa, na capital portuguesa, onde, de resto, o Prémio Camões 2009 foi objecto de uma exposição que incluía manuscritos inéditos e livros do poeta cabo-verdiano.
Arménio Vieira encontra-se editado na antologia «Poetas de Língua Portuguesa», com o poema “Retrato de Poeta”, em homenagem a Fernando Pessoa, publicada pela Casa Fernando Pessoa, em 1997.
O poeta, o primeiro cabo-verdiano a receber o Prémio Camões, esteve na casa do autor de “Mensagem” em Julho de 1997, quando apresentou um recital de poesia.
Natural da cidade da Praia, na Ilha de Santiago, onde nasceu em 24 de Janeiro de 1941, além de escritor, Arménio Vieira foi jornalista, com colaborações em publicações como o Boletim de Cabo Verde, a revista Vértice, de Coimbra, Raízes, Ponto & Vírgula, Fragmentos e Sopinha de Alfabeto.
A homenagem da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas a Cidade Velha acontece na sequência da eleição, pela UNESCO, a 26 de Junho, da antiga urbe a Património Mundial da Humanidade.
Referida como o “primeiro entreposto colonial da Europa nos trópicos”, o comité destaca o traçado das ruas da Ribeira Grande, mais tarde renomeada de Cidade Velha, e as “ruínas de duas igrejas, uma fortaleza real e uma praça com um pilar de mármore do século XVI”.
A Cidade Velha de Santiago “é um testemunho da história da presença da Europa colonial em África e da história da escravatura”, justificou a organização.
A Cidade Velha de Santiago, também considerada, recentemente, uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, tornou-se, assim, o primeiro local cabo-verdiano inscrito na lista de locais classificados como Património Mundial pela UNESCO.
Partilham com a Cidade Velha a inscrição na lista da UNESCO as ruínas de Loropéni (Burkina Faso), o monte Wutai (China), o santuário ecológico do mar de Wadden (Alemanha e Holanda), a cadeia montanhosa Dolomitas (Itália) e o Parque Natural do Recife de Tubbataha (Filipinas).
O vale do Elba, em Dresden (Alemanha), foi entretanto retirado da lista fruto da construção de uma ponte sobre o rio Elba, ao passo que o sistema de recifes de coral do Belize o Parque Nacional Los Katios, na Colômbia, passaram a integrar lista de locais em perigo.
No sentido inverso, os melhoramentos na conservação da cidade antiga de Baku (Azerbaijão) permitiram à UNESCO retirá-la da lista de locais com o património ameaçado.
A lista de Património Mundial da Humanidade passa a contar com 882 lugares inscritos.
Inforpress/Fim, 10 de Julho de 2009