O desastre do Hindenburg
A 6 de Maio de 1937, depois de ter sobrevoado o Atlântico, o dirigível alemão LZ 129 Hindenburg incendiou-se quando tentava aterrar em New Jersey (EUA). Morreram 36 das 133 pessoas que seguiam a bordo. O desastre do Hindenburg foi o fim de uma era - a dos grandes balões, os zeppelins, que marcaram a infância da aviação.
Os balões de ar quente serviam, desde há séculos, o sonho de conquistar os céus - desde a Passarola de Bartolomeu de Gusmão, no início do século XVIII, às experiências dos irmãos Montgolfier, que cerca de 80 anos mais tarde construiram o primeiro balão tripulado de sucesso. Na passagem para o século XX, finalmente, foram desenvolvidos sistemas que permitiam controlar a direcção do voo. Em 1901, o brasileiro Santos Dumont circundou a Torre Eiffel, recebendo por isso um prémio. Pela mesma altura, o conde Ferdinand von Zeppelin, cujo nome ficou para sempre associado às históricas máquinas voadoras, investia a sua fortuna na criação de dirigíveis para transporte de passageiros.
O primeiro voo de longa distância de um dirigível teve lugar em 1928, entre Frankfurt (Alemanha) e Nova Iorque. A viagem durou 112 horas. Em 1929, o célebre dirigível Graf Zeppelin conseguiu a proeza de ser o primeiro objecto voador a dar a volta ao mundo, em várias etapas.
O Hindenburg, que em 1937 fechou este ciclo, era um dos grandes orgulhos da Alemanha de Hitler; fora construído para demonstrar a capacidade tecnológica do país. Tinha 245 metros de comprimento, era sustentado no ar por 200 mil m3 de hidrogénio, e voava a uma velocidade de 110 km/h. As causas do acidente ainda são discutidas. Explosão do hidrogénio, sabotagem ou incêndio da tinta inflamável que o cobria foram algumas das razões apontadas ao longo dos anos.
Imagem:
O incêndio do Hindenburg (domínio público)
Saber mais:
Notícias do desastre em alguns jornais da época
Bartolomeu de Gusmão
Alberto Santos Dumont
Etiene e Joseph Montgolfier
Ferdinand von Zeppelin
SapoPT, 06 de Maio de 2009