Sónia Sultuane lança “No Colo da Lua” “A lua fascina-me. Dá-me a sensação de nos guarda sempre quando estamos perdidos. De certa forma aconchega-nos”. Foi assim que Sónia Sultuane, poetisa e artista plástica, explicou a razão do ser do título “No Colo da Lua”, livro de poesia lançado ontem (Sábado) ao final da tarde na fortaleza de Maputo. E continuou: “A lua tem sido muito minha companheira, gosto muito mais da noite do que do dia. À noite tenho muito mais liberdade para criar.” Sónia disse ao SAPO MZ que esta obra, embora se descortine nitidamente a sua marca, é um pouco de rotura com as outras duas anteriores, “Sonhos” (2001) e “Imaginar o Poetizado” (2006). “Nesta [No Colo da Lua] está lá a minha marca mas há uma busca espiritual muito mais visível que nas anteriores. Esta busca deveu-se a razões pessoais, que posteriormente transportei para a poesia. Esta obra, embora também seja corporal, é muito menos carnal, aborda o corpo numa outra dimensão, não tem que ver com a dimensão do toque mas da imaginação. Há muitos que consideram que faço poesia erótica, mas eu acho que faço poesia sensual.” Numa das paredes da fortaleza, junto das ameias, esteve exposto um conjunto de 14 imagens da autoria do fotógrafo Pedro Sá da Bandeira. Nas fotos Sónia surge enrolada em ligaduras. “Todas aquelas fotografias passam sentimentos, questionamentos, e acabam por se interligar com a minha poesia. Ambos os trabalhos estão relacionados com sentimentos, questionamentos, com a palavra, com tudo aquilo que nós imaginamos, com o que queremos dizer e muitas vezes acabamos por não o fazer. Os dois complementam-se muito bem.” Sónia começou a escrever quando ficou grávida aos 13 anos. “A escrita funcionou como um desabafo, como consolo para mim mesmo. Escrevi durante muitos anos mas só publiquei em 2001. Durante todos esses anos o que escrevia atirava para uma gaveta.” Foi Júlio Navarro, entretanto já falecido, que a incentivou a publicar. “Este livro não era suposto ter 43 poemas. Inicialmente tinha pensado em cinquenta e poucos, mas comecei a ficar um bocadinho mais exigente e retirei mais de dez. Achei que não estavam prontos, que não era o momento certo para publicá-los. “No Colo da Lua” é um trabalho de dois anos e meio. “Os livros têm que sair quando estão prontos para sair.” Foi por isso que Sónia não quis assinar qualquer contrato com editoras. “Tenho material para daqui a dois anos publicar outro. Se for oportuno, claro. Mas não tenho pressas.” No dia 19 de Junho Sónia rumará a Macau, a convite da Associação Moçambicana dos Amigos de Macau. Na Escola Portuguesa de Macau, irá lançar as suas três obras. “Eles querem que eu esteja lá no dia 25 quando se comemorar mais um ano da independência de Moçambique.” Cristóvão Araújo Sapo MZ, 1 de Junho de 2009
1 de junho de 2009
Sónia Sultuane, poetisa e artista plástica moçambicana, lança o seu livro "No Colo da Lua"
Sónia Sultuane lança “No Colo da Lua” “A lua fascina-me. Dá-me a sensação de nos guarda sempre quando estamos perdidos. De certa forma aconchega-nos”. Foi assim que Sónia Sultuane, poetisa e artista plástica, explicou a razão do ser do título “No Colo da Lua”, livro de poesia lançado ontem (Sábado) ao final da tarde na fortaleza de Maputo. E continuou: “A lua tem sido muito minha companheira, gosto muito mais da noite do que do dia. À noite tenho muito mais liberdade para criar.” Sónia disse ao SAPO MZ que esta obra, embora se descortine nitidamente a sua marca, é um pouco de rotura com as outras duas anteriores, “Sonhos” (2001) e “Imaginar o Poetizado” (2006). “Nesta [No Colo da Lua] está lá a minha marca mas há uma busca espiritual muito mais visível que nas anteriores. Esta busca deveu-se a razões pessoais, que posteriormente transportei para a poesia. Esta obra, embora também seja corporal, é muito menos carnal, aborda o corpo numa outra dimensão, não tem que ver com a dimensão do toque mas da imaginação. Há muitos que consideram que faço poesia erótica, mas eu acho que faço poesia sensual.” Numa das paredes da fortaleza, junto das ameias, esteve exposto um conjunto de 14 imagens da autoria do fotógrafo Pedro Sá da Bandeira. Nas fotos Sónia surge enrolada em ligaduras. “Todas aquelas fotografias passam sentimentos, questionamentos, e acabam por se interligar com a minha poesia. Ambos os trabalhos estão relacionados com sentimentos, questionamentos, com a palavra, com tudo aquilo que nós imaginamos, com o que queremos dizer e muitas vezes acabamos por não o fazer. Os dois complementam-se muito bem.” Sónia começou a escrever quando ficou grávida aos 13 anos. “A escrita funcionou como um desabafo, como consolo para mim mesmo. Escrevi durante muitos anos mas só publiquei em 2001. Durante todos esses anos o que escrevia atirava para uma gaveta.” Foi Júlio Navarro, entretanto já falecido, que a incentivou a publicar. “Este livro não era suposto ter 43 poemas. Inicialmente tinha pensado em cinquenta e poucos, mas comecei a ficar um bocadinho mais exigente e retirei mais de dez. Achei que não estavam prontos, que não era o momento certo para publicá-los. “No Colo da Lua” é um trabalho de dois anos e meio. “Os livros têm que sair quando estão prontos para sair.” Foi por isso que Sónia não quis assinar qualquer contrato com editoras. “Tenho material para daqui a dois anos publicar outro. Se for oportuno, claro. Mas não tenho pressas.” No dia 19 de Junho Sónia rumará a Macau, a convite da Associação Moçambicana dos Amigos de Macau. Na Escola Portuguesa de Macau, irá lançar as suas três obras. “Eles querem que eu esteja lá no dia 25 quando se comemorar mais um ano da independência de Moçambique.” Cristóvão Araújo Sapo MZ, 1 de Junho de 2009
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MOZ
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Poetas e Escritores de Moçambique