Roberto Chichorro: o pintor onírico
A mediateca do Banco Comercial e de Investimentos (BCI) acolheu, esta quinta-feira ,a inauguração da exposição de pintura de Roberto Chichorro, pintor moçambicano radicado em Portugal desde 1986.
O espaço encheu-se de personalidades das artes à política, passando pelos amigos. Intitulada “Sonhos d’Agora e também d’ outros tempos”, a mostra retrata todo o seu percurso artístico desde o Moçambique colonial – há algumas obras de 1970 – até 2008.
Com uma linguagem plástica de um intenso colorido, o universo de Chichorro é sobretudo povoado de sonhos, quimeras, brincadeiras, alegrias. “A mim, a vida deu-me o privilégio de ser duma terra de gente, gente envolvida por uma luz onde voam brilhantes e coloridos beija-flores e papagaios de papel e que rodopia em xinguerengueres lindemburgo acima com blues assobiados na inveja de bicicletas com rodas de fazer tic-tic-tic.”
Mia Couto, no catálogo para a exposição, apelidou-o de desenhador de poemas. “Não há na pintura moçambicana quem trabalhe tanto no domínio onírico e surreal. As suas aguarelas moram onde começa outra paisagem, onde os bairros suburbanos se povoam de luas. O pintor inventa uma periferia que é o centro de um outro universo.”
Os trabalhos expostos são de óleo sobre tela, óleo sobre cartão, aguarela sobre papel, tinta-da-china, zinco gravura, acrílico sobre tela.
Por: Cristóvão Araújo
Sapo MZ, 24 de Abril de 2009