Cobras e abelhas “atacam” brigada da Frelimo em Namuno
Uma caravana da Frelimo foi impedida de orientar reuniões de “caça” ao voto, em pelo menos duas aldeias do posto administrativo de Machoca, distrito de Namuno, sul de Cabo Delgado, por cobras e um enxame de abelhas que dispersaram os militantes em campanha no último fim-de-semana.
O Primeiro-Secretário do partido dos “camaradas” naquele distrito, Gabriel Amade, que esteve a dirigir a brigada, teve de ser evacuado, sucessivamente para o posto de Saúde local e, mais tarde, para o hospital distrital, em razão das ferroadas que sofreu do enxame de abelhas que se atirou contra o seu grupo.
Foi na aldeia Salalane, posto administrativo de Machoca, cujo régulo local, mais influente no povoado de Mucheremele, se encontrava na sede do distrito de Namuno a receber o candidato à Ponta Vermelha pelo partido da “perdiz”, Afonso Dhlakama, que se encontrava em campanha, depois de escalar Chiúre.
Gabriel Amade conta que, chegados a uma aldeia, avistaram três cobras, localmente conhecidas pelo nome de “mulálué”, geralmente não venenosas, a perseguirem-se uma atrás da outra, tendo duas delas desaparecido. No entanto, uma outra rastejou até à viatura que transportava os militantes da Frelimo, criando pânico.
“Aquilo criou um pandemónio. Os membros dispersaram-se, mas acabamos matando a cobra que se havia infiltrado no nosso carro”, disse Amade, que acrescentou que, na aldeia seguinte, foi a vez das abelhas atacarem a comitiva.
“Estacionamos debaixo duma frondosa árvore, local escolhido para passar a mensagem de propaganda eleitoral. Lá em cima, segundo disseram-nos mais tarde, afinal havia muito tempo, um enxame de abelhas, que aos primeiros vivas que dei desataram a atacar toda a gente e eu fiquei completamente “inundado” de abelhas. Toda a cabeça foi atingida pelas ferroadas”, contou.
Gabriel Amade já se encontra na sede do distrito de Namuno, onde está a melhorar das ferroadas, mas disse, por outro lado, que no cômputo geral, a campanha no distrito está a decorrer normalmente e a favor do seu partido e do seu candidato à Presidência da República, Armando Emílio Guebuza.
Em Pemba, entretanto, foi apanhado um pangolim vivo no quintal do presidente da Comissão Política Provincial do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), António Barreto, que diz não saber explicar como é que o animal surgiu na sua residência, perto do cemitério do Conselho Municipal, no sub-bairro de Chibuabuari.
A aparição daquele animal foi aproveitada pelo PDD, cujo simbolo é sintomaticamente o pangolim, para mobilizar “meio mundo” que estava a gozar a segunda-feira de tolerância de ponto.
Posta a saber, a caravana do PDD que se encontrava num outro bairro, dirigida pelo “cabeça” de lista, José Henriques Lopes, para lá se dirigiu, arrastando uma multidão ávida de conhecer o bicho à sede do partido onde já se encontrava e seguiram-se alguns ritos, antes de se lhe dar a alimentação.
Trata-se de um animal não só raro, mas sobretudo ligado a mistérios que lhe são atribuídos, como seja o anúncio de uma fartura em virtude de muita chuva na época seguinte, muita sorte por parte da região e das pessoas que o apanham, entre outras interpretações mitológicas.
A Imprensa esteve em peso na sede do PDD, no bairro de Cariacó, bem assim alguns observadores internacionais do processo eleitoral moçambicano que não perderam a oportunidade de ver o pangolim, já se “vestido” de panfletos do partido.
PEDRO NACUO
Maputo, Quinta-Feira, 8 de Outubro de 2009:: Notícias