De acordo com a sinopse do mesmo, é a história de uma virgem chamada Yara, a qual procede de muito longe, da Babilónia, depois de longa peregrinação, a pé. Com 38 anos ela espera encontrar seu amor da vida, depois de ter passado por sete fortuitos casamentos, entre outros infortúnios, como o sujeitar-se a deixar o seu país a braços com uma guerra. Tendo enfrentado outros reveses, como o casamento por conveniência, saiu com honra.
É na cidade da Beira, território de acolhimento onde se desenrolam outras peripécias da vida dela: um velho de 70 anos irá se apaixonar dela e segui-la até ao fim do enredo.
O velho é um vagabundo, reformado, que em tempos exercera o jornalismo. Ele vive na Babilónia local, chamada Grande Hotel, entregue a indigência, num pequeno quarto, onde vai escrevendo livros, as suas memórias, num ambiente pútrido, com ratos, águas negras e poluição sonora, à mistura. E vai tomando notas dos acontecimentos aqui latentes: prostituição, donzelas negociadas a marinheiros que tudo dão para usufruir do prazer de desfrutar de uma virgem.
Editado pela Texto Editores, "A Virgem da Babilónia", que já está à venda nas livrarias e centros comerciais, se apresenta como um regresso, olhar, aos lugares-comuns do autor, à sua amada cidade. Uma obra que vale a pena ler.
Adelino Timóteo nasce a 3 de Fevereiro de 1970, na Beira. Formado na área de docência em língua portuguesa, não chega a exercer a sua profissão, ingressando em 1994 no Diário de Moçambique, onde dá os primeiros passos no jornalismo. Cinco anos depois vincula-se ao jornal Savana. É actualmente um dos accionistas da IMPREL, Lda e jornalista do Canalmoz e do Canal de Moçambique – Semanário.
A par do jornalismo exerce as artes plásticas e a escrita literária. Em 1999 publica “Os Segredos da Arte de Amar” (AEMO), em 2002 “Viagem à Grécia através da Ilha de Moçambique” (Ndjira), que lhe confere “Prémio Nacional Revelação AEMO”, em 2006 “A Fronteira do Sublime”, Mulungu (2008).
Poemas seus figuram em duas antologias, “Nunca mais e Sábado” (Dom Quixote) e “Colectânea breve da Literatura Moçambicana” (Identidades). Um excerto de seus poemas, “De Veneza ao Peito”, traduzido em italiano, consta da revista “Dis Uguaglianze”. O autor foi homenageado pelo Instituto Superior Politécnico e Universitário (ISPU) em 2004.
Em 1999 venceu o Prémio Anual do SNJ para a sua melhor Crónica Jornalística. De 1994 a 2006 tem participado em workshops e exposições colectivas de pintura com artistas nacionais e estrangeiros. Ainda na pintura se lhe destacam oito exposições individuais.
(Redacção)
2009-09-10