Horácio Roque Presidente do BANIF
Portugal: 104 milhões de euros angolanos desaparecem do Banif
O Estado angolano reclama 104,6 milhões de euros que investiu no Banif, resultado da compra de 49 por cento das acções do banco.
A Procuradoria Geral da República de Portugal já iniciou uma investigação para apurar se o Estado angolano é ou não dono de quase metade do capital do banco de Horácio Roque.
A operação de compra das acções foi feita em 1994, através de intermediários portugueses, segundo o jornal I. O negócio foi fechado por Francisco Cruz Martins, então advogado do Presidente angolano e António Figueiredo, presidente do grupo ETE (Empresa de Tráfego e Estiva).
Em 2008 o Estado angolano percebeu que não tinha acções no Banif. Deu-se início a averiguações e anteontem a Procuradoria-Geral de Angola emitiu um comunicado onde esclarece que entregou uma queixa crime na justiça portuguesa contra Francisco Cruz Martins "por se sentir lesado nos seus interesses patrimoniais", avança o jornal português I.
Questionado sobre a investigação do Ministério Público, Horácio Roque, líder do Banif disse:
"Se o Estado angolano reclama acções do Banif, esse é um problema do Estado angolano. Nessa altura, que eu saiba, o Estado angolano não é accionista. O banco sabe quem são os accionistas e está cotado em bolsa desde 1992. As autoridades sabem quem tem as acções", disse Roque ao Jornal I.
O caso está a ser conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Lisboa, que criou uma equipa específica para esta investigação, tento ja ouvidas sete testemunhas.
Na compra das acções foram utilizadas sete veículos: cinco sociedades offshores e duas de direito português. A maioria das sociedades já foram fechadas, o que complica ainda mais a investigação.
SAPO MZ com Jornal I, 10 de Setembro de 2009