Impacto em Júpiter
No dia 19 de Julho foi detectado o efeito de um impacto (um cometa ou asteróide) no planeta Júpiter numa zona do hemisfério sul. Este impacto foi, posteriormente à sua descoberta pelo astrónomo amador australiano Anthony Wesley, confirmado por Glenn Orton, do Jet Propulsion Laboratory da NASA, quando utilizou um telescópio na banda do infravermelho.
Este é o segundo grande impacto depois do Shoemaker-Levy 9. Em 1994, o SL 9 passou por Júpiter dentro do limite de Roche. Foi então quebrado em pelo menos 21 fragmentos que foram dispersos por vários milhões de quilómetros. Faz agora 15 anos, exactamente entre 16 e 22 de Julho de 1994, que os fragmentos atingiram a atmosfera superior de Júpiter.
Agora, na noite de 25 de Julho, registámos vários filmes em formato AVI, realizados com uma SPC900NC e um Cetestron 203mm f/25, que tratados posteriormente com o software Registax, originou um “stack” de 3 imagens, apesar da forte turbulência que fazia literalmente “flutuar” a imagem de alta resolução.
O impacto em Júpiter deixou uma clara cicatriz desde o dia 19, estando a evoluir de forma a alastrar-se no Sistema II a uma latitude de 210º sob a forma de uma mancha negra que deverá representar a subida na alta atmosfera de Júpiter dos hidrocarbonetos existentes nas camadas mais baixas auxiliado pelos sistemas tempestuosos que circulam naquele planeta.
João Porto
07 de Agosto de 2009