Com eleições a aproximarem-se
Dhlakama investe em líderes religiosos
... mas nega o facto e diz “eu também sou convidado”
Nampula (Canalmoz) – O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reuniu na última sexta-feira, na cidade de Nampula, a norte do país, com líderes religiosos, representando, na sua maioria, a comunidade muçulmana, para orarem em homenagem aos cidadãos perecidos durante os dezasseis anos da guerra civil em Moçambique.
Em entrevista à Imprensa, o líder da perdiz, que, se alega ter sido o mentor da iniciativa, depois de, uma semana antes, se ter reunido com agentes económicos, organizações da sociedade civil e académicos num encontro do género, para discutir vários pontos do interesse do país, negou que tal tivesse sido sua iniciativa. Disse a propósito: “eu também sou um convidado, talvez porque as religiões em Moçambique reconhecem o papel da Renamo na sua manutenção”.
A fonte disse, igualmente, que, com a conquista da independência, o partido no poder, a Frelimo, não admitia a realização de cultos religiosos no país, alegadamente porque “Deus é branco, que os portugueses teriam levado consigo quando deixaram o país para a soberania do povo moçambicano”.
Dhlakama, quando questionado pelo Canalmoz e Canal de Moçambique, se não estaria a usar a circunstância para estar já em pré-campanha eleitoral respondeu negativamente e sublinhou: “eu não quero usar esta oportunidade. Seria vergonhoso que eu, Dhlakama fizesse isto”.
Num outro desenvolvimento, o líder da Renamo apontou que a iniciativa dos líderes religiosos, que passaram quase toda a tarde de sexta-feira orando, é um reconhecimento claro do papel da Renamo na conquista da paz e, sobretudo, uma homenagem aos que deram as suas vidas pela democracia e pela valorização dos direitos humanos.
As mensagens contidas nas orações, na sua maioria proferidas em árabe, pediam forças e energias a Allah, para que Dhlakama e a Renamo se sagrem vencedores nas eleições de 28 de Outubro próximo.
Na referida cerimónia, foram, igualmente, colectados dízimos que irão reverter a favor do partido, em homenagem aos que deram as suas vidas pela conquista da paz e pela democracia e pela introdução de um Estado de Direito em Moçambique.
Dhlakama simulou
Para os analistas políticos locais, o encontro havido na última sexta-feira, entre o líder da Renamo, Afonso Dhlakama e representantes de algumas religiões, a nível da província de Nampula, foi uma iniciativa do líder do principal partido da oposição parlamentar na legislatura cessante.
Nas suas declarações, porém, Afondo Dhlakama alega que esteve lá como “um simples convidado ao encontro”, que se organizou em reconhecimento pelo papel da Renamo na conquista da paz e da implantação da democracia no país. Dlhakama nega que se tenha tratado de um acto de simulação, provindo de um mestre com habilidade política para manipular o eleitorado muçulmano, muito significativo na província de Nampula.
“Se fosse o caso de se estar ali a homenagear os obreiros da Paz, não seriam apenas reconhecidos os homens que apenas se evidenciaram pela parte dos ex-beligerantes, pois também deviam olhar por outros”, comenta a opinião pública.
“Dhlakama anda claramente desnorteado; por isso, como última alternativa, está investindo em religiões, para ver se, pelo menos, vai conseguir conquistar alguns assentos na Assembleia da República”, é outro comentário que registámos do que se ouve a respeito do convívio religioso que Dhlakama manteve há das com uma comunidade islâmica.
Seja como for, está claro que o líder da Renamo está apostando seriamente no trabalho com os líderes religiosos. Dados em posse do Canalmoz indicam que, durante as visitas que vem efectuando aos distritos da província de Nampula, onde actualmente reside, desde há vários meses, Dhlakama, em muitos casos, tem se hospedado em residências dos referidos líderes.
(Aunício da Silva)
2009-08-19
Com eleições a aproximarem-se
Dhlakama investe em líderes religiosos
... mas nega o facto e diz “eu também sou convidado”
Nampula (Canalmoz) – O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reuniu na última sexta-feira, na cidade de Nampula, a norte do país, com líderes religiosos, representando, na sua maioria, a comunidade muçulmana, para orarem em homenagem aos cidadãos perecidos durante os dezasseis anos da guerra civil em Moçambique.
Em entrevista à Imprensa, o líder da perdiz, que, se alega ter sido o mentor da iniciativa, depois de, uma semana antes, se ter reunido com agentes económicos, organizações da sociedade civil e académicos num encontro do género, para discutir vários pontos do interesse do país, negou que tal tivesse sido sua iniciativa. Disse a propósito: “eu também sou um convidado, talvez porque as religiões em Moçambique reconhecem o papel da Renamo na sua manutenção”.
A fonte disse, igualmente, que, com a conquista da independência, o partido no poder, a Frelimo, não admitia a realização de cultos religiosos no país, alegadamente porque “Deus é branco, que os portugueses teriam levado consigo quando deixaram o país para a soberania do povo moçambicano”.
Dhlakama, quando questionado pelo Canalmoz e Canal de Moçambique, se não estaria a usar a circunstância para estar já em pré-campanha eleitoral respondeu negativamente e sublinhou: “eu não quero usar esta oportunidade. Seria vergonhoso que eu, Dhlakama fizesse isto”.
Num outro desenvolvimento, o líder da Renamo apontou que a iniciativa dos líderes religiosos, que passaram quase toda a tarde de sexta-feira orando, é um reconhecimento claro do papel da Renamo na conquista da paz e, sobretudo, uma homenagem aos que deram as suas vidas pela democracia e pela valorização dos direitos humanos.
As mensagens contidas nas orações, na sua maioria proferidas em árabe, pediam forças e energias a Allah, para que Dhlakama e a Renamo se sagrem vencedores nas eleições de 28 de Outubro próximo.
Na referida cerimónia, foram, igualmente, colectados dízimos que irão reverter a favor do partido, em homenagem aos que deram as suas vidas pela conquista da paz e pela democracia e pela introdução de um Estado de Direito em Moçambique.
Dhlakama simulou
Para os analistas políticos locais, o encontro havido na última sexta-feira, entre o líder da Renamo, Afonso Dhlakama e representantes de algumas religiões, a nível da província de Nampula, foi uma iniciativa do líder do principal partido da oposição parlamentar na legislatura cessante.
Nas suas declarações, porém, Afondo Dhlakama alega que esteve lá como “um simples convidado ao encontro”, que se organizou em reconhecimento pelo papel da Renamo na conquista da paz e da implantação da democracia no país. Dlhakama nega que se tenha tratado de um acto de simulação, provindo de um mestre com habilidade política para manipular o eleitorado muçulmano, muito significativo na província de Nampula.
“Se fosse o caso de se estar ali a homenagear os obreiros da Paz, não seriam apenas reconhecidos os homens que apenas se evidenciaram pela parte dos ex-beligerantes, pois também deviam olhar por outros”, comenta a opinião pública.
“Dhlakama anda claramente desnorteado; por isso, como última alternativa, está investindo em religiões, para ver se, pelo menos, vai conseguir conquistar alguns assentos na Assembleia da República”, é outro comentário que registámos do que se ouve a respeito do convívio religioso que Dhlakama manteve há das com uma comunidade islâmica.
Seja como for, está claro que o líder da Renamo está apostando seriamente no trabalho com os líderes religiosos. Dados em posse do Canalmoz indicam que, durante as visitas que vem efectuando aos distritos da província de Nampula, onde actualmente reside, desde há vários meses, Dhlakama, em muitos casos, tem se hospedado em residências dos referidos líderes.
(Aunício da Silva)
2009-08-19 