Conselho Constitucional ignora contestações dos excluídos
Daviz Simango em primeiro lugar no sorteio para o boletim de voto
Conselho Constitucional prossegue normalmente com os preparativos do pleito de 28 de Outubro e já fez o sorteio da colocação dos candidatos às presidenciais, nos boletins de voto. Daviz Simango, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, é a sequência que vai constar no boletim.
Maputo (Canalmoz) - Enquanto os pré-candidatos excluídos na fase da verificação dos processos de candidaturas pelo Conselho Constitucional (CC), manifestam o seu desagrado pela decisão do órgão, os juízes do CC não têm tempo a perder. Já realizaram o sorteio para apurar a colocação sequencial dos três candidatos apurados, nos boletins de voto. É uma resposta “arrogante” do Conselho Constitucional, dizem os excluídos, comentando a atitude do referido órgão que vai avançando com os preparativos do pleito, ignorando as contestações . O CC está a usar, a rigor, o seu poder de decisão sem recurso, que a lei lhe confere. Mas os excluídos não se conformam com o facto do CC não lhes ter dado a possibilidade de suprirem as irregularidades de serviram para os eliminar da corrida na fase de pré-candidatura.
Até ontem, alguns pré-candidatos excluídos ainda remetiam cartas de contestação ao Conselho Constitucional. Discordam da decisão do CC, por não lhes ter dado oportunidade para suprirem as irregularidades detectadas nas fichas de assinaturas dos seus proponentes.
A sequência dos candidatos
O sorteio realizado pelo Conselho Constitucional colocou em primeiro lugar nos boletins de voto, o mais novo dos três candidatos, o engenheiro Daviz Mbepo Simango, filho de Uria Simango, fundador e vice-presidente da FRELIMO quando Eduardo Chivambo Mondlane era o presidente do movimento de libertação. Concorre pela primeira vez ao cargo depois de na Beira ter sido excluído pelo seu então partido, a Renamo, da corrida à sua reeleição como edil da Beira. Acabou por ir a votos como independente e venceu, por larga margem, tanto o candidato da Frelimo, como o da Renamo. Hoje é simultaneamente o presidente do MDM (Movimento Democrático de Moçambique).
Em segundo lugar no boletim de voto das presidenciais de 28 de Outubro próximo, estará Armando Emílio Guebuza, o actual chefe de Estado e presidente do Partido Frelimo. Concorre pela segunda vez. Pretende suceder a si próprio. A Afonso Dhlakama, que concorre à presidência da República pela quarta vez consecutiva, calhou o terceiro e último lugar da lista de três candidatos admitidos a sufrágio. Liderou o movimento que derrubou o regime monopartidário, venceu, mas de todas as vezes que se submeteu ao arbítrio do eleitorado, perdeu. Perdeu confrontando-se com Joaquim Chissano, por duas vezes, e uma com Armando Guebuza.
Os mandatários dos três candidatos, nomeadamente, José Manuel de Sousa, Verónica Macamo e José Macuiane, respectivamente de Daviz Simango, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, manifestaram-se satisfeitos com as posições ocupadas pelos seus candidatos. Todos foram unânimes em reconhecer que a posição ocupada no boletim de voto não é o que vai determinar o resultado do pleito.
(Borges Nhamirre)
2009-08-19