30 de maio de 2014

Portugal 40 anos depois


Desde o famoso Golpe Militar de 25 de Abril de 1974, o poder político foi tomado de assalto pela machimba dos politiqueiros, pela corja de bandidos, pelos corruptos gananciosos, pelos mafiosos desonestos, pelos prepotentes e ditadores, pelos covardes e traidores, pelos vampiros e sanguessugas, pelos esclavagistas cruéis e desumanos.

Uma gentalha de oportunistas, de analfabetos sem escrúpulos, muitos deles detentores de “canudos falsos” e “outros são tão ocos que não têm nada lá dentro”, mas que não olha a meios para atingir os fins a que se propuseram os cobardolas de abril: enriquecer de geração em geração, saqueando o seu próprio país custe o que custar, deixando-o na bancarrota, pondo o seu próprio povo trabalhador no desemprego e os reformados e pensionistas na miséria, para o aterrorizar e para o poder subjugar.

O PSD - Que sabem eles o que que significa "Democracia"? - Nada.

O PS - Que sabem eles o que significa "Socialismo"? - Nada

O PCP - Que sabem eles o que significa "Comunismo"? - Nada

Dizem eles que antes havia em Portugal o "fascismo", nada mais estúpido, havia sim uma ditadura, como se percebe eles nem sabem distinguir o significado entre "fascismo e ditadura".

O que mudou afinal em Portugal com o Golpe Militar do 25 de Abril de 1974 perpetrado por traidores?

- Dizem eles que veio a Democracia. Mas que Democracia é que existe? - Nenhuma, nem nunca existiu! 

- Para o povo nada mudou, o povo pode ter vivido iludido ou ludibriado, mas na realidade nunca foi beneficiado em nada!

- Os funcionário públicos e os reformados que não roubaram nada a ninguém, é que foram infelizmente os escolhidos como bode expiatório, para pagarem uma crise financeira que não a fizeram, mas que tem sido feita há muitos anos pela corja dos políticos e dos banqueiros corruptos e ladrões que foram "ao pote" e continuam a ir e puseram Portugal na bancarrota.

- Os trabalhadores sempre foram explorados, sempre foram escravizados, sempre foram ferramenta de trabalho e sempre foram mão-de-obra barata.

A machimba continua a ser sempre a mesma, o que tem mudado são só os moscardos.

Esta escumalha instalou-se, alastrou-se, propagou-se e perpetuou-se.

Fonte: Arquivo Pessoal

25 de maio de 2014

Dia de África: Alguns dos acontecimentos mais importantes do continente


Dia 25 de Maio assinala-se o dia do continente africano. Considerado como o berço da humanidade, África é o começo da vida, o palco das histórias de conquistas e posteriormente de tomadas de consciência. O continente assemelha-se a um caldeirão de culturas em constante movimento e as riquezas naturais que apresenta até hoje não conseguem ser igualadas. Terra de ambiguidades, é sobretudo, o lar de um povo onde reina a esperança pela conquista de um futuro melhor.

Ao longo dos tempos, o continente africano sofreu vários flagelos, quer a nível político, económico e social que mudaram para sempre o rumo da sua história. Em jeito de celebração, a cronologia apresentada retrata os momentos mais marcantes do continente-berço.

3100 AC - Os Faraós unificam o Estado Egípcio. Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que permitiram a expansão da agricultura. São desse período ainda as grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.

1240 - Fundação do Reino do Congo. Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Cuango, a leste, e do rio Oguwé, no actual Gabão, a norte, até ao rio Kwanza, a sul. O reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene, no século XIII.

1575 - Portugueses chegam a Moçambique pela caravela de Vasco da Gama. Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Moçambique, em 1497, já existiam entrepostos comerciais árabes e uma grande parte da população tinha aderido ao Islão.

1884-1885 - Consolidação do Domínio Europeu em África - Na conferência de Berlim, na Alemanha, África é partilhada pelas potências europeias. Cabinda, em Angola, é colocada como protectorado português.

1896 - Etiópia sob o comando do Imperador Menelik II. A Etiópia consegue resistir à invasão Europeia, vencendo os italianos na batalha de Adwa. Em 1914, apenas a Etiópia e a Libéria mantêm-se independentes do controle colonial europeu.

1899 -1902 - Guerra Anglo-Boer na África do Sul - Enquanto que os britânicos vencem a guerra, necessitam na mesma de fazer concessões aos Boer e suas organizações políticas para o controlo interno da África do Sul, abrindo caminho para os sul-africanos libertarem-se eventualmente do domínio britânico e, de seguida, dominar a maioria negra em todo país.

1914-1918 - 1ª Guerra Mundial - África mantinha-se dividida pelos poderes coloniais europeus. A guerra mundial, contudo, diminui o mito da invencibilidade, superioridade e do intitulado direito europeu de comandar o mundo. Alemanha perde as suas colónias africanas para França e Grã-Bretanha, que tinham a missão de preparar o processo de desconolização, dada pela Liga das Nações.

1920 - Congresso Pan-Africano - Sedeado em Paris, o Congresso Pan-Africano é alimentado pela agitação anti-colonial e o nacionalismo africano de missionários negros e das elites do Ocidente. Essa agitação é expressa nos ataques de Serra Leoa e Nigéria.

1939-1945 - 2ª guerra mundial - Na maior parte das regiões africanas o ressentimento da presença colonial transforma-se em agitação política. No período após a Europa manter-se concentrada nos seus próprios problemas, como lidar com mais uma guerra, formavam-se políticos africanos que eventualmente iriam liderar os seus países até a independência.

1946 - Os poderes coloniais variam na sua vontade em diminuir o controlo. França demonstra a iniciativa oferecendo poderes reais a políticos africanos, mas sem aceitar mudanças na Tunísia, Marrocos e, acima de tudo, Argélia. Portugal, o pioneiro do colonialismo em áfrica, luta arduamente para manter-se no continente, mantendo brutas e dispendiosas guerras em várias frentes até 1975.

1950 - As graves consequências da descolonização no Quénia. Com uma enorme população branca, o Quénia é palco de uma longa campanha de terror e guerrilha contra os britânicos liderada por Jomo Kenyatta e seus rebeldes, denominados “Mau-Mau”.

1957 - Grã-Bretanha perde influência nas colónias. Segue um caminho mediano, apreciando as aspirações africanas mas instintivamente à procura de compromissos que o fariam preservar algum do seu status quo. Contudo, a pressão para mudanças nas colónias britânicas mais desenvolvidas prova-se irresistível. Ghana, torna-se nesse ano, na primeira colónia na África Sub-Sahariana a ganhar a independência.

1963 - Guerra Fria - Período conturbado para o continente. As nações africanas emergentes beneficiam e ao mesmo tempo são prejudicadas pela competição global entre os Estados Unidos e a antiga URSS. O “jogo de xadrez” entre as duas super-potências faz com que estas procurem clientes-estado. A vantagem seria o apoio financeiro em troca de uma simples ideologia: comunismo ou capitalismo. Contudo, vários ditadores africanos mantiveram-se no poder com este patrocínio.

1975 - Moçambique torna-se independente. Finalmente, a guerra terminou com os Acordos de Lusaka, assinados a 7 de Setembro de 1974 entre o governo português e a FRELIMO, na sequência da Revolução dos Cravos. Ao abrigo desse acordo, foi formado um Governo de Transição, chefiado por Joaquim Chissano, que incluía ministros nomeados pelo governo português e outros nomeados pela FRELIMO.

1989 - O fim da guerra fria. As lutas internas pelo poder aumentam de escala e os conflitos étnicos são uma constante na maioria dos países africanos, consequência também do final da Guerra Fria e O genocídio do Rwanda que mais tarde assola o país com a rivalidade étnica entre tutsis e hutus é um exemplo da ingenuidade do mundo em relação aos problemas africanos.

1994 - A "libertação" sul-africana. O poder político é finalmente concedido aos sul-africanos com as primeiras eleições presidenciais. Nelson Mandela, antigo preso político e herói nacional, vence as eleições com maioria absoluta.

2010 - Primeira Miss Universo Africana. Leila Lopes, fruto de África e de Angola é considerada a mulher mais bonita do mundo.

2011 - "Nasce" o Sudão do Sul. A 9 de Julho, o mundo "ganha" um novo país. O Sudão do Sul torna-se num Estado independente, após um referendo de autodeterminação e vários conflitos com o Sudão do Norte.

Estes são alguns dos acontecimentos mais marcantes do continente que simbolizam a capacidade de superação do povo africano. Sem caracter cronológico mas a merecer também algum destaque é a beleza natural e única, outrora escondida pelas mágoas do tempo e, actualmente, revelada com a vontade de quem acredita no começo de uma nova estória.


Fonte: Sapo MZ

Cartazes de Moçambique

 
 

Fonte: UA

Cartazes de Angola

 


Fonte: UA

Um Dia na Praia (Livraria Coop - Lourenço Marques)

O Lanche dos Coelhos (Livraria Coop - Lourenço Marques)

11 de maio de 2014

Moçambique: Ponto de táxi na cidade de Lichinga



Ir à poucura de táxi em Lichinga, Província do Niassa é quase que original. Esquece os veículos de quatro rodas pintados de verde e amarelo. Nesta cidade a moda é apanhar uma mota ou uma bicicleta e boa viagem.

Sapo MZ

Moçambique: Farol do Macúti na Cidade da Beira



Caracteriza-se por ser uma torre troncónica com 28 metros de altura, possuindo um farol de rotação com o alcance de 18 milhas. A sua construção foi efetuada pelo engenheiro Carlos Roma Machado de Faria e Maia, tendo sido inaugurado a 2 de Janeiro de 1904. Estava equipado com uma lâmpada de 50.000 velas, possuindo para-raios, mastro de sinais, sereia acústica e uma linha telegráfica que o ligava à Capitania dos Portos.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Estação Ferroviária na Cidade da Beira



Os autores desta obra foram os arquitetos João Afonso Garizo do Carmo, Francisco de Castro e Paulo de Melo Sampaio. A estação foi inaugurada em 1 de Outubro de 1966. O edifício foi decorado, interior e exteriormente, por um notável grupo de artistas que residiam em Moçambique.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Conselho Municipal na Cidade da Beira



Construído inicialmente para residência do Dr. Araújo de Lacerda, o benemérito da cidade. Em 1928 reverteu a favor da Comissão de Administração Urbana, tal como rezava o seu testamento. Inicialmente, era uma casa de madeira e zinco, tendo sido reconstruída em alvenaria. O aspeto atual é de 1943, quando se reconstruíram as fachadas, a partir de projeto do arquiteto José Luís Porto.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Clube Náutico na Cidade da Beira



Localiza-se no Bairro do Macúti. O projeto é do arquiteto Francisco de Castro, tendo sido construído em 1955, compreendendo um restaurante-bar, um parque infantil e uma piscina.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Cinema Nacional na Cidade da Beira



Localiza-se na Rua Costa Serrão. O seu ante-projeto foi apresentado publicamente em Maio de 1953, sendo da autoria do arquiteto Castro Freire. Foi inaugurado a 31 de Maio de 1956.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Cine-Teatro São Jorge na Cidade da Beira


Propriedade original dos irmãos Paraskeva (Nicolau, Cleo e João). Teve como arquiteto João Afonso Garizo do Carmo (1917-1974). Tem intervenções artísticas do escultor Arlindo Rocha e do ceramista Jorge Garizo do Carmo. Foi inaugurado a 17 de novembro de 1954. Erguido numa zona de expansão urbana da Beira, foi o primeiro grande teatro da cidade e uma das suas obras pioneiras de arquitetura moderna. Compõe-se de um volume trapezoidal em leque, correspondendo à sala de espetáculos, implantado obliquamente ao cunhal sul da antiga Praça Almirante Reis, precedido por dois corpos menores convexos, contendo os espaços de apoio, que se intersectam num jogo volumétrico organicamente expressionista. Edifício construído em betão e aço, na fachada principal destaca-se o vão horizontal de dupla altura, enquadrado por uma moldura saliente e protegido por um brise-soleil de lâminas verticais, publicitando no exterior o carácter excepcional da sua função pública.


Fonte: Arquivo Pessoal

Moçambique: Episódios da vida de Josina Machel - A Biografia



Uma mulher de luta

É à grande amizade entre a Dra. Josina de Lima Ribeiro – médica no então Hospital Miguel Bombarda, hoje Hospital Central de Maputo – e o seu pai, o enfermeiro Abiatar Muthemba, que Josina deve o seu nome. O pedido da médica foi atendido à segunda – primeiro nasceu Esperança – pelo enfermeiro.

Josina, apesar de ter nascido em Inhambane, iniciou os seus estudos em Mocímboa da Praia, bem no norte da província de Cabo Delgado, distrito para onde o seu pai havia sido transferido pouco tempo antes.

Orientados pela mãe Alfina, os filhos entravam em competição de habilidades para ver quem era o mais rápido nos cálculos matemáticos e no ditado de português. Um dos prémios para quem ganhava a competição era uma dose de lifetse, uma pasta feita com farinha de mandioca e amendoim torrado a que se adiciona açúcar, pilando-se até se obter uma pasta, sendo um doce muito apreciado nas províncias de Gaza e Inhambane.

O ensino básico acabaria por completá-lo na Escola Mouzinho de Albuquerque, no Xai-Xai, após nova transferência do pai. Luísa Body, sua companheira de escola, recorda-se dela gritar: “Luísa, apressa-te, está na hora da escola! E acrescenta: “Gostava de fazer duas tranças com um risco ao meio.”

O sonho de ser contabilista e os primeiros contactos com os nacionalistas

Completado o ensino básico, Josina chegou a Lourenço Marques (hoje Maputo) com 13 anos e um sonho na bagagem: tornar-se contabilista.

A casa da avó materna, Ana Macome, no bairro do Chamanculo, para onde veio viver, era um viveiro de nacionalismo e o engajamento da família Muthemba, especialmente o seu tio, Mateus Sansão, era notório. Nesta altura, Josina frequentava a Escola Comercial situada junto ao Liceu Salazar (actual Josina Machel) e, quando vários elementos da família foram presos, começou a interessa-se pela causa da independência.

Assim, em Março de 1964, foi ela própria detida na então Rodésia, quando tentava juntar-se à guerrilha da Frelimo na Tanzânia.

Na sinistra Vila Algarve – a sede da PIDE, a polícia política do regime português – foi várias vezes interrogada, tendo-lhe sido oferecidas benesses, como bolsas de estudo em Portugal, que repetidamente rejeitou.

Promovendo a emancipação da mulher

Em finais de 1964, Josina deixou lacónico bilhete de despedida à tia Leta, com quem vivia desde a sua libertação, dizendo: “Adeus, receberão informações.”

Finalmente, em Agosto de 1965, já na Tanzânia, começou a trabalhar na administração do Instituto Moçambicano, sendo o braço direito de Janet, a esposa de Eduardo Mondlane. Impressionado com as qualidades da jovem militante, o primeiro presidente da Frelimo entregou-lhe a importante tarefa de organizar a educação política de uma unidade de mulheres na província do Niassa, onde a luta se desenvolvia com particular intensidade.

No II Congresso do partido, que teve lugar em Julho de 1968, Josina foi eleita delegada, defendendo galhardamente a linha traçada pelo Comité Central de promoção da emancipação da mulher. Pouco depois, assumiu a chefia da Secção da Mulher no Departamento de Relações Exteriores.

Em finais de Setembro de 1968, Samora começou a namorar Josina, segundo o próprio, após “apreciar as suas qualidades, sobretudo, quando abandonou a bolsa de estudos na Suíça para abraçar uma vida dura e violenta.”

O casamento com Samora e o nascimento de Samito

Mondlane, ao ter conhecimento da notícia, aconselhou Samora a casar rapidamente. E assim foi. A 4 de Maio de 1969, no Centro Educacional do Tunduru, Samora Machel casou-se com Josina Muthemba. A companheira e amiga Marina Pachinuapa recorda-se que foi uma grande festa: “Só a Nachingweya chegaram seis camiões trazendo camaradas nossos que iam assistir ao casamento de Josina e Samora. Na preparação, também se deu um episódio engraçado. Na véspera, Samora mandou matar dois porcos para a festa, mas, por engano, os nossos camaradas perceberam mal e mataram doze porcos! As crianças do centro de Tunduru agradeceram o erro que lhes deu tamanha festa.”

Pouco depois, a 23 de Novembro de 1969, nascia o primeiro e único fruto desta relação: Samora Machel Júnior, conhecido por Samito.

A maternidade não afastou Josina do trabalho. As digressões às zonas libertadas do Niassa e Cabo Delgado, ao invés de serem refreadas, foram intensificadas. Um grave problema de fígado começou a minar o seu corpo franzino. Aos 27 anos, o seu estado de saúde era muito débil.

Trocando a saúde pela revolução

A 6 de Março de 1971, Josina partiu para a sua última viagem a Cabo Delgado. Pretendia inteirar-se da realidade vivida pelas crianças dos infantários da Frelimo naquela província. Na sua última intervenção junto da população as palavras saíram-lhe fragmentadas. Ardia em febre. Já na fronteira, de regresso a Dar-es-Salam, tirou a pistola e disse: “Entreguem-na ao camarada dirigente da Província para que sirva de salvação do povo Moçambicano.” E acrescentou: “Camaradas, eu já não avanço mais, mas estou preocupada com a revolução e as crianças.”

No dia 6 de Abril, o seu estado de saúde agravou-se subitamente. Na noite desse dia, acabaria, embora a contragosto, por ser levada por Joaquim e Marcelina Chissano para o hospital de Muthimbili, em Dar-es-Salam, onde acabaria por falecer na madrugada do dia 7 de Abril de 1971, deixando um filho, Samito, com apenas 16 meses.

O vice-presidente da Frelimo, Marcelino dos Santos, na hora da despedida afirmou que Josina teve tanto fervor revolucionário que não teve tempo para cuidar da sua própria saúde. Em Agosto desse ano completaria 26 anos.

Fonte: Sampo MZ