No início dos anos 50, 206 famílias receberam uma casa, terra e gado em Santo Isidro de Pegões, no Montijo.
Quando as primeiras famílias chegaram à Colónia Agrícola de Santo Isidro de Pegões só as casas estavam prontas. "A terra não estava amanhada, as vinhas não estavam plantadas e ainda havia máquinas a abrir estradas", conta à SÁBADO Florêncio Pinto, filho de um dos primeiros colonos a instalarem-se numa das aldeias criadas de raiz pelo Estado Novo, em 1951.
Muitos dos seleccionados para povoar a zona, no concelho do Montijo, não tinham outro meio de sustento além do que dava a terra e nos primeiros anos passaram fome. "Uns conseguiram sobreviver, outros não. Para as famílias com muitos filhos, era mais difícil, também havia terrenos mais fracos que não davam tanto. Algumas desistiram e abandonaram a colónia", conta.
A proposta do Estado Novo para fixar população em terrenos baldios e públicos parecia um sonho para a grande maioria dos portugueses na altura. À chegada, os colonos recebiam uma casa nova com três quartos, estábulo, cocheira, sótão e casa de banho - um luxo para a época -, mais cerca de 18 hectares de terra, o equivalente a 18 campos de futebol. Tinham ainda escola para os filhos, um médico e um centro social onde as crianças poderiam ficar depois da escola e onde as mulheres aprendiam a costurar.