Objecto de José Miguel Júdice
Os cabelos que recordam o maior romance da História
O advogado guarda uma relíquia que lhe chegou por herança familiar – Um antepassado recebeu de Wellington os cabelos de Inês de Castro.
Há sempre objectos que nos fazem sorrir, sonhar, sofrer ou sentir. Mas este é o que José Miguel Júdice tem de historicamente mais interessante. Um objecto que lhe diz muitíssimas coisas. Os cabelos de Inês de Castro guardam a memória da mais bela história de amor da História portuguesa. São a lembrança de mais uma destruição de património, pois o cabelo foi recolhido pelas tropas de Wellington depois de ter sido profanado o túmulo pelas tropas napoleónicas. Sofreu as consequências das guerras e chegou aos dias de hoje pela transmissão de geração em geração de uma relíquia que exprime uma continuidade familiar e a recordação da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, onde esteve quase dois séculos.
E como vieram alguns cabelos de Inês de Castro ter às mãos do advogado José Miguel Júdice? "O bisavô do meu avô foi ajudante de campo do Duque de Wellington e, como os seus oficiais sabiam que ele era dono da Quinta das Lágrimas – onde se diz que Inês de Castro morreu – fizeram um pequeno relicário e ofereceram-lho como recordação", conta o próprio. E são mesmo os cabelos de Inês de Castro? "De certeza absoluta. A informação foi transmitida de geração em geração. Existem, aliás, mais alguns cabelos retirados na mesma altura do túmulo, um dos quais foi levado por D. João VI para o Brasil e outro que fazia parte da colecção do fundador do Museu do Louvre, Denon".