20 de agosto de 2023

Moçambique: Dia do Selo (1 de Dezembro de 1962)


Fonte: Arquivo Pessoal

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Moçambique: VIII Dia do Selo (1 de Dezembro de 1962)


Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Dia do Selo (1 de Dezembro de 1961)


Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Brasões de Moçambique (1 de Dezembro de 1961)


Fonte: Arquivo Pessoal
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Moçambique: Brasões de Moçambique (30 de Janeiro de 1961)


Fonte Arquivo Pessoal
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Moçambique: Exposição Universal de Bruxelas (Ano 1958)


Fonte: Arquivo Pessoal
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14 de agosto de 2023

Moçambique: Entrevista feita por Allen Isaacman ao Presidente Samora Machel - Maio de 1979



Entrevista feita por Allen Isaacman ao Presidente Samora Machel - Maio de 1979, Moçambique

SAMORA MACHEL, GRANDE ENTREVISTA, Maio de 1979

Allen Isaacman: Moçambique condenou o ataque da China contraVietname. Isto representa uma mudança da política da FRELIMO em relação a divisão Sino-Soviética no movimento comunista internacional?    

Samora Machel: já que fala ai no mundo queremos responder. Não são vocês [que estão preocupados]; são os outros que estão preocupados “há mudanças em Moçambique.” O Partido FRELIMO defendeu e defende a unidade do movimento comunista e operário internacional. Agiremos sempre em favor desta unidade. Em diferentes situações podemos ter divergências com partidos irmãos e até mesmo termos posições opostas. Abstemo-nos por princípio de fazermos debates públicos sobre essas divergências e contradições. Muito embora em privado não hesitemos em apresentar os nossos pontos de vista quando para isto solicitados. Temos como principio sistematicamente distinguir os erros dos amigos por graves que sejam da acção do inimigo. Esta distinção leva-nos a dar um tratamento diferente as situações. Igualmente por grave que sejam os erros dos amigos nunca esquecemos o seu apoio nas horas difíceis e a contribuição dada ao movimento revolucionário noutros momentos. Entendem? Os princípios do respeito das fronteiras e da inviabilidade do território nacional, do regulamento [resolução] pacifico nos diferendos entre estados, do não recurso à força nas relações internacionais são princípios básicos e elementares que garantem a paz e segurança internacionais, são princípios cuja defesa compete a todos os estados. A República Popular da China é um estado amigo que ao agredir o Vietname violou estes princípios básicos. Calarmos é aceitarmos tacitamente uma grande violação das normas que regulam as relações internacionais. A violação feriu-nos tanto mais que tratava-se de um estado socialista atacando outro estado socialista. Nossa amizade com a República Popular da China mantem-se inalterável tal como permanece inalterável a alta apreciação que temos pelo apoio que nos foi prestado nas horas dificeis e pela contribuição histórica da revolução chinesa para o desenvolvimento do processo revolucionário mundial. Apoiamos a ajuda fraternal prestada pela República Socialista do Vietname ao Campuchea. Da mesma maneira como apoiamos a ajuda fraternal da República Unida da Tanzânia ao Uganda. O Vietname como a Tanzânia foram atacados diversas vezes por regimes despóticos e expansionistas no quadro da legitima defesa tinham o direito de neutralizar os agressores. No quadro do dever internacionalista de solidariedade apoiaram as insurreições contra regimes despóticos. Importa-nos sempre sabermos contra quem estão viradas as armas. Se contra o povo ou se contra a tirania. Hoje no sudoeste asiático entre o Vietname, Laos e Campuchea, surgem laços fortes de amizade e solidariedade que constituem factor fundamental para o triunfo da causa do socialismo na zona. E permitem a consolidação da paz e segurança internacionais em toda a região. Entre a Tanzânia e o Uganda gere-se um clima de paz e cooperação que contribuirá para a estabilidade e progresso da África Oriental e para o reforço da luta de libertação na África Austral. Felicitamo-nos pelo recomeço das negociações entre o Vietname e a China e desejamos ardentemente que elas tenham sucessos de modo a restaurar a tradicional amizade revolucionária entre os povos e estados da região e a refazer a frente anti-imperialista. É esta nossa posição.

Carta de Samora Machel dirigida ao 1º Ministro do Governo Provisório (18-4-1975)



CARTA DE SAMORA MACHEL DIRIGIDA AO 1º MINISTRO DO GOVERNO PROVISÓRIO (18-4-1975)

Dar es-Salam, 18 de abril de 1975

Sua Excelência

Primeiro-ministro do Governo Provisório da República Portuguesa

LISBOA

Senhor Primeiro-Ministro:

A dois meses da proclamação da Independência total e completa de Moçambique, encontramos-nos na necessidade de chamar a atenção do Governo da República Portuguesa para certas questões cruciais, sem a solução das quais não será possível estabelecer-se a plataforma sobre a qual relações de a cooperação entre os nossos países deve assentar, na base da igualdade absoluta, não ingerência nos assuntos internos e benefício mútuo.

1.1 Em Lusaca, logo no início das conversas preliminares que tiveram lugar de 5 a 7 de Junho, (A) dissemos que nos felicitávamos de encontrar no poder em Portugal representantes das forças que nas horas difíceis tinham afirmado a sua solidariedade para connosco. Declaramos ainda que nos encontramos abertos em relação ao novo regime, esperando que ele rejeitasse totalmente a triste herança colonial e que confiávamos que relações exemplares se estabeleceriam entre os nossos países, exprimindo a aliança natural entre os nossos povos.

Podemos afirmar, com a franqueza que sempre usamos, que a atitude do Governo Português não corresponde às nossas previsões.

1.2 No decurso das conversas preliminares de Lusaca, de 5 a 7 de junho de 1974, uma vítima da Frelimo submeteu uma declaração ao Governo Português onde, inequivocamente indicava a posição da Frelimo

Embora as nossas forças seguindo a infligir derrotas enormes ao exército colonial português, que determinaram já uma rendição parcial e curto prazo, determinariam uma rendição total do exército colonial, tendo em conta as mudanças democráticas que se operavam em Portugal, chegaram ao pedido do Governo Português para discutir connosco. Claramente, na declaração acima referida, dissemos que iríamos discutir não o princípio da independência, que era um direito nosso, inalienável, não negociável, mas apenas o mecanismo de transferência de poderes para a Frelimo único e legítimo representante do povo moçambicano.