A Lei de Terras em vigor no nosso país é referenciada como sendo boa pela generalidades da sociedade porém alguns académicos consideram-na ultrapassada para a realidade actual. João Carrilho afirmou que o dispositivo legal deve ser repensado e lembrou que a norma constitucional de que a“terra não deve ser vendida, ou por qualquer outra forma alienada” é inspirada numa lei de 1917 proclamada pelo primeiro Congresso Soviete. Uma posição partilhada por António Francisco que recordou-se do provérbio africano “quando os brancos vieram para a nossa terra, nós tínhamos a terra e eles a bíblia, agora nós temos a bíblia e eles têm a terra”, o professor de Economia perguntou “depois dos brancos partirem quem ficou com a terra?”
A reflexão dos académicos aconteceu na passada quarta-feira(24) durante um concorrida conferência organizada pelo Observatório do Meio Rural(OMR) e que tinha por objectivo discutir a diversificação da economia moçambicana “sob o ponto de vista estrutural, com enfoque para a agricultura”.