27 de dezembro de 2019

Angola: Restos mortais de militares portugueses são repatriados


Delegação militar portuguesa está de visita a Angola


Os restos mortais de mais de 1.400 militares portugueses tombados durante a guerra colonial em Angola vão ser exumados e transladados para Portugal, afirmou ontem, em Luanda, o presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, general Joaquim Rodrigues.

O general, que se encontra de visita a Luanda, fez essa afirmação ao Jornal de Angola depois de um encontro com o secretário de Estado dos An- tigos Combatentes, Domingos Tchikanha. Joaquim Rodrigues disse que a sua visita está integrada num programa global estratégico e estruturante que a Liga dos Combatentes de Portugal vem desenvolvendo há 14 anos.

Joaquim Rodrigues frisou que a finalidade do trabalho é a localização dos lugares onde se encontram inumados militares portugueses caídos ao serviço das Forças Armadas Portuguesas.

Dos 1.548 militares previamente identificados em Angola, disse, 90 estão desaparecidos. Joaquim Rodrigues esclareceu ainda que, daquele número, 817 eram soldados portugueses recrutados em Angola, na época colonial, e 586 saíram de Portugal continental. Os restos mortais dos militares portugueses encontram-se inumados em 187 lugares de Angola.

O general português informou que o processo de exumação vai ser desenvolvido por fases. A primeira, que já arrancou e estende-se até ao dia 13 deste mês, cinge-se apenas à capital do país, nos cemitérios de Sant’Ana e Alto das Cruzes, onde estão sepultados alguns militares.

Joaquim Rodrigues reconheceu que a acção a ser desenvolvida é um desafio extremamente difícil, daí que vai ser executada em cinco fases, face aos meios disponíveis, tanto humanos como financeiros, que a própria operação exige.

Depois da primeira fase, o processo vai continuar no norte, centro e leste do país, devendo a última fase abranger o sul. “Cada uma destas fases vai ter várias operações secundárias, o que significa que é um programa complexo e demorado”, esclareceu.

O general, que agradeceu o apoio do Executivo angolano, frisou que, para a efectivação eficaz deste trabalho, vai ser igualmente necessário o apoio dos Governos provinciais. Segundo Joaquim Rodrigues, vai ser preciso visitar os 187 lugares do país onde estão inumados os restos mortais dos militares para a avaliação de todas as condições, bem como a confrontação dos dados previamente recolhidos para a sua confirmação.


Jornal de Angola, 9 de Julho 2019