FRELIMO REPUDIA AFIRMACOES BELICISTAS DO LIDER DA RENAMO
O partido Frelimo, no poder em Moçambique, repudia recurso ao discurso belicista de Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, a maior força da oposição do país.
Dhlakama ameaçou em reagrupar os seus antigos guerrilheiros e os aquartelar, em clara referência a uma preparação para uma guerra, assim como derrubar o executivo e instalar uma governo de transição, caso a Frelimo não renuncie e convocar novas eleições.
Um comunicado de imprensa do Gabinete de Mobilização e Propaganda da Frelimo recebido hoje pela AIM afirma ser 'incompreensível que justamente no mês em que a comunidade muçulmana se dedica ao jejum e cultiva a Paz, a tolerância, o amor, o líder da Renamo aparece em contra mão com um discurso violento e belicista, agredindo os mais elementares valores do Ramadão'.
O documento refere também ser incrível que em Dezembro, mês em que os cristãos celebram o nascimento de Cristo e dedicam-se ao cultivo do amor, da paz e da harmonia, o líder da Renamo queira transformar esse momento em mês sangrento.
Ao escolher este procedimento, o líder da oposição não só está a agir contra a ordem jurídica, mas também contra a ordem religiosa, ordem moral, ordem social e ordem pública, porque no país não há condições para o retorno a guerra.
'Nenhum moçambicano está disponível a entregar seu filho, seu irmão, seu pai para uma guerra injusta de destruição e desestabilização. Para os moçambicanos a Paz e a estabilidade são conquistas irreversíveis', refere o documento.
A mesma fonte coloca seis hipóteses para compreender esta atitude do líder da Renamo, sendo a primeira o facto de após tanto tempo de hibernação política, o líder da oposição pode estar a proferir estes discursos para se ressuscitar a si próprio e atrair, a sua maneira, alguma atenção da esfera pública.
A segunda hipótese pode estar a ensaiar o regresso à casa, depois de um longo período em que esteve isolado da família e assim na sua óptica pode estar a querer recuperar o poder e a terceira é que o líder da Renamo pode estar a preparar um regresso triunfal a sua sede oficial em Maputo, depois de longo tempo de acantonamento a que se submeteu em Nampula, norte do país.
A quarta hipótese é aquela em que o líder da Renamo deve estar a procura de recuperar a legitimidade e autoridade internas perdidas no seio do seu próprio partido devido a sua carreira feita sucessivas e consecutivas derrotas e a sua direcção caracterizada por falta de liderança, e assim recuperar alguma autoridade interna.
A quinta hipótese, segundo a mesma fonte, pode ser a instigação que o líder da Renamo esteja a sofrer por parte de certos círculos internos e externos frenéticos em importar as manifestações sangrentas de alguns países da África do Norte e do Médio Oriente para tentar paralisar o país, semear a anarquia, o caos social e derramar sangue.
A sexta e última hipótese é de que o líder da Renamo deve estar a tentar resgatar a simpatia dos seus desmobilizados que os marginalizou, abandonou e isolou durante este longo período e que agora terão um processo de reinserção social a luz do estatuto do combatente recentemente aprovado pela Assembleia da República com o voto maioritário da Frelimo.
Alias, esta votação tirou o tapete a Renamo, daí o recurso a esta tentativa ingénua de piscar olho para os desmobilizados prometendo um aquartelamento, que não tem nenhum suporte legal e muito menos material, facto que mostra que objectivamente não há condições para o regresso a guerra.
Desta feita, fica evidente que uma destas hipóteses, ou uma parte delas, se não mesmo todas elas, pode estar na origem do comportamento pré convencional, anti-social e antidemocrático do líder da Renamo.
'Seja qual for a razão, perdedor com este discurso violento e belicista é a própria Renamo que tem a sua imagem degradada e em queda livre', refere o comunicado do Gabinete do Gabinete de Mobilização e Propaganda, acrescentando que o líder da Renamo está desesperado, desorientado e desnorteado.
Contudo, o documento exorta aos moçambicanos a continuarem atentos e vigilantes para que não sejam instrumentalizados contra a sua pátria, como parece que denunciam as declarações do líder da Renamo que afrontam a vontade colectiva dos concidadãos de consolidar a Paz, a unidade, estabilidade e desenvolver o país.
(AIM)
Sapo.MZ, 07-08-2011