22 de julho de 2009

Moçambique: Nacala-a-Velha comemorou 89 anos de elevação à categoria de vila

Nacala-a-Velha Aos 89 anos, de olhos postos na ZEE Nampula (Canal de Moçambique) — A vila sede do distrito de Nacala-a-Velha, na província nortenha de Nampula, assinalou, no último fim-de-semana, 89 anos de elevação a esta categoria, num ambiente de muita festa e esperança no desenvolvimento socio-económico.
Nacala-a-Velha, dispõe de uma vasta gama de recursos naturais, sobretudo turísticos, com destaque para lindas praias. Mas os mesmos não estão sendo explorados devidamente, tudo porque o distrito fica a pouco menos de trinta quilómetros de um grande centro comercial, a cidade ferro-portuária de Nacala, conhecida como sendo a capital económica do norte.
Neste momento, foi concebida uma iniciativa para criar um desenvolvimento paralelo nos dois pontos, nomeadamente Nacala-a-Velha e Nacala-Porto. Trata-se da Zona Franca, ou seja, Zona Económica Especial (ZEE), que vai consagrar a expansão das potencialidades económicas de Nacala-Porto para a sua congénere, e aí, residem as esperanças do distrito de Nacala-a-Velha. Falando durante a cerimónia pública que marcou a efeméride, Daniel Chapo, administrador de Nacala-a-Velha apontou a Zona Franca em criação como um dos maiores ganhos daquele distrito nos últimos tempos, não deixando de fora os diferentes projectos turísticos que poderão ser concretizados nos próximos tempos, bem como a da produção da jatropha, para a produção de bio-combustível e etanol para exportação, numa área de dez mil hectares e orçado em vinte milhões de dólares norte-americanos.
Chapo sublinhou que “nesta década, o distrito regista progressos consideráveis, partindo da introdução do nível básico, com a construção da escola secundária, substituição sistemática de escolas de construção precária por escolas de construção convencional e melhorada”. “Abertura de furos de água em todas as localidades, aproximando a água das populações, alargamento de cuidados médicos com a construção de centros de saúde em Namalala, Barragem e Gêr-Gêr”— apontou o administrador Chapo na sua intervenção. Água No que se refere ao abastecimento de água, o nosso interlocutor fez saber que, actualmente, Nacala-a-Velha conta com um total de 129 furos, incluindo o pequeno sistema da vila sede, o que representa uma subida na cobertura em 6%. O plano da INTERAIDE previa a abertura de 22 fontes, mas, destas, 4 saíram negativas; em 2004, existiam 42 fontes de abastecimento de água e, de 2005 a 2008, foram abertas 74 fontes, uma subida em 78.6%. Saúde O sector de saúde dispõe de cinco centros e um posto, com um raio de cobertura de 20Km. 91 pessoas fazem o tratamento anti-retroviral, TARV. FIIL Em relação ao Fundo de Investimento de Iniciativas Locais, FIIL, suportado pelos famosos sete milhões de meticais, locados pelo governo central aos distritos, alegadamente para produção de mais comida e postos de trabalho, Daniel Chapo, diz que “com a implementação do Orçamento de Investimento de Iniciativa Local, locado no distrito, foram financiados 135 projectos variados, dentre eles construções sociais, abertura de machambas, cantinas rurais, carpintarias industriais, moageiras, criação de pintos”, entre outros. Não especificou onde exactamente. Falou no geral e não confirmámos. Agricultura e insegurança alimentar Daniel Chapo, precisou que “na actual economia moçambicana a agricultura continuará a ser a base de sustento e trabalho da maioria da população rural. Sendo assim, nota-se uma subida da produção alimentar com o financiamento e com a implementação de sementes melhoradas. Este aumento cria condições para que haja excedentes de produção. Havendo excedentes de produção em certas comunidades, existem poucos casos de insegurança alimentar”.
Num outro desenvolvimento, a fonte que temos vindo a citar fez saber que “o período de escassez de alimentos reduziu, de Agosto a Março para finais de Dezembro a Março”. “Não obstante haver redução, notavam-se algumas bolsas de fome nas comunidades de Vantitia e Micolene onde afectavam o total de 364 famílias” – precisou a fonte, para quem “a situação está praticamente resolvida com a produção da mandioca resistente à podridão radicular”. Resenha histórica O distrito de Nacala-a-Velha, situa-se a leste da província de Nampula, tendo como limites os distritos de Memba, Mossuril, Baía de Fernão Veloso, Monapo e Nacarôa. Foi elevada à categoria de circunscrição, hoje distrito, a 17 de Julho de 1920 através da portaria número 1585, publicada no Boletim Oficial do dia 22 do mesmo mês.
O nome Nacala proveio do termo N’Nakala que significa, em língua macua, “será que vamos sobreviver?”. (Aunício da Silva) 2009-07-22

Nepal: Preparação para o eclipse solar

Preparação para o eclipse solar Estudantes da Takshashila Academy usam óculos especiais durante a aula de preparação para o visionamento do eclipse solar em Katmandu, no Nepal, onde amanhã de manhã haverá, pela primeira vez neste século, um eclipse total do sol. Foto@EPA/Narendra Shrestha

20 de julho de 2009

Moçambique: Lixeira do Hulene nos arredores de Maputo

Lixeira do Hulene, nos arredores de Maputo Na Lixeira do Hulene, que recebe todo o lixo urbano produzido pela cidade de Maputo, vivem e trabalham milhares de pessoas, conhecidas por "catadores de lixo" que recolhem tudo o que possa ser reaproveitado, quer seja para as poucas empresas de reciclagem quer para proveito próprio. Foto@ Pedro Sá da Bandeira

Japão: Hora de ponta... na piscina

Hora de ponta... na piscina O verão também já chegou ao Japão, onde milhares de pessoas frequentam as piscinas e parques aquáticos locais. Na foto, os veraneantes chocam uns com os outros em busca de um bocadinho de água que os refresque. Foto@EPA/Kimimasa Mayama

19 de julho de 2009

Inglaterra: Morreu homem mais velho do mundo com 113 anos

Morreu homem mais velho do mundo Henry Allingham, o homem mais velho do mundo, morreu na madrugada deste domingo em Ovingdean, próximo de Brighton, costa sul da Inglaterra, com 113 anos. Detentor do título de homem mais idoso do planeta desde 19 de Junho, Allingham era um dos dois únicos veteranos britânicos sobreviventes da I Guerra Mundial. Entrou na Royal Naval Air Service, precursora da Royal Air Force, em 1915, e, um ano depois, participou na Batalha da Jutlândia, o maior conflito naval da I Grande Guerra. Na II Guerra Mundial, trabalhou em estratégias para contrariar as minas magnéticas. Allingham foi co-autor de uma autobiografia, "Kitchener's Last Voluntary", sobre os voluntários da guerra na Grã-Bretanha, e foi distinguido como Oficial da Legião de Honra de França. Lusa, 19 de Julho de 2009

Tailândia: Um beijinho...

Um beijinho... Um elefante bebé dá um beijinho a uma jovem turista em Phuket, na Tailândia. Entretanto, dentro do hotel realiza-se uma reunião dos ministros dos estrangeiros da ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático. Foto@EPA/Barbara Walton

17 de julho de 2009

40 anos da chegada do Homem à Lua - missão Apolo XI

40 anos da chegada do Homem à Lua - missão Apolo XI Há 40 anos, a 16 de Julho de 1969, começava uma das maiores viagens da humanidade: o objectivo era chegar à Lua. De cabo Canaveral (na altura, cabo Kennedy), na Florida, partiu a missão Apolo XI, levando a bordo três homens que ficaram para a história: Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Coube a Armstrong o primeiro passo histórico do Homem na Lua, e a célebre frase "Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a Humanidade". Em todo o mundo, milhões de pessoas assistiram em directo à transmissão pela rádio e pela TV, num dos primeiros acontecimentos tornados verdadeiramente globais pelos media. Do entusiasmo à descrença, as reacções foram muitas. Ao nível político, a chegada do primeiro Homem à Lua foi um acontecimento marcante na Guerra Fria, levando os EUA a recuperar a desvantagem em que se encontravam frente à União Soviética nesta corrida especial, que era, mais que uma prova científica e tecnológica, uma afirmação de supremacia de um modelo social e político. Sapo PT, 16 de Julho de 2009

Seca na China

Seca na China Um agricultor chinês guia o seu gado por uma zona onde um dia esteve um leito de um rio. O cenário mostra o efeito da seca na região, onde falta água potável para cerca de 370 mil pessoas. Foto@EPA/Bin Han

Suiça: Trovoada em Berna

Trovoada em Berna Esta fotografia não deixa dúvidas: a mãe-natureza é sempre responsável por imagens extraordinárias. O momento foi captado durante uma trovoada que passou sobre Berna, na Suíça. Foto@EPA/Peter Klaunzer

15 de julho de 2009

Crocodilo sem lágrimas

Crocodilo sem lágrimas Não há sinal de lágrimas nos olhos deste crocodilo americano. O habitante de um dos maiores jardins zoológicos dedicados a esta espécie na Europa tem por companhia mais 36 animais. Foto@EPA/Boris Roessler

António Orlando: Morcegos (Conto moçambicano)

Morcegos* (António Orlando) Era uma vez, há muito tempo, vivia na aldeia do cume da montanha um velho que se dizia ter poderes de se transformar num grande morcego. De onde veio e como vivia não se sabia nada, era um mistério que o tempo havia levado. Às vezes, era possível, em pleno dia, ver-se o velho num ponto que era o seu observatório preferido, ficar imóvel por horas seguidas, podia-se jurar que desaparecia deste ponto num abrir e fechar de olhos sem deixar rasto da sua trajectória. Pela noite era possível discernir uma grande fogueira e uma sombra fantasmagórica a que se seguia um bando de morcegos que esvoaçavam colina abaixo para se saciar com sangue de animais dos lavradores nas casas dos arredores. Era este facto que cimentava o mistério do velho da montanha, que vivia numa gruta, apelidada de entrada para o inferno. Reza a lenda que num desses anos, um chefe da região resolveu desalojar do local aqueles pequenos vampiros da gruta, prontificou-se a convocar os anciãos da aldeia, pois não queria se prestar a responder sozinho quando a maldição caísse. No dia seguinte, o chefe acordou sobressaltado, gritando para os quatro cantos do mundo, enquanto a porta se abria arrancada para fora, afastada violentamente por um impulso de medo que se lhes estampava na cara. - Socorro!... Os seus sequazes prontificaram-se logo a acudi-lo, mas este, aturdido e assustado pelo sonho que tivera, não se dava da presença destes, ao que um deles lhe perguntou: - O que se passa, Senhor? - Que querem? Alguém vos chamou? - Foi o chefe que gritou por socorro, nós viemos porque tememos pelo senhor, bem sabe que nada no mundo pagaria a tua existência. Afinal é o chefe desta região. - Eu gritei?, balbuciou o chefe… Já sei! Gritei! Tive um pesadelo. Acordei sobressaltado, e porque estão aqui, logo agora? - Vínhamos anunciar ao senhor que os anciãos estão convocados. - O quê? Manda já cancelar o encontro, afinal não podemos fazer nada contra aqueles bichos. Assim falou o chefe, dando meia volta para dentro, ao se aperceber que os seus comparsas estavam estupefactos com aquela decisão repentina. Os homens saíram daquele lugar sem fazer comentários e foram dispersar aquele encontro que se destinava à discussão do desalojamento dos morcegos da gruta. Ficou-se mais tarde a saber que o chefe Inhapata teve um daqueles sonhos de arrepiar, onde ele gritava até ficar rouco, mas sem a voz se ouvir ecoar. Enquanto isso, ninguém aparecia à porta para lhe ajudar. Viu o velho da colina com os braços abertos e as mãos nas ombreiras da sua cama feita de estacas, as asas-barbatanas de morcegos que abrem e fecham quando ergue ou deixa cair os braços. O ser dizia para ele parar de gritar: Porque gritas? Matava-te sem acordares e se o quisesse, tive-te ao meu alcance antes de te acordarem. Vou espiar o teu sonho até ao amanhecer. Não sei porque te digo estas coisas. Mas, o meu dever é acudir sempre que ouvimos ideias de desalojar os morcegos daquele lugar. Queres que eu vá buscar ajuda? Não adianta gritar, é inútil, ninguém te ouve. O ser, que logo se apelidou como o famoso velho habitante da gruta, avançava devagar para ele, roçou-lhe com as suas unhas de morcego na testa e deslizando as mãos pelo pescoço, e pegou-lhe pelo colarinho da camisa sem gola e arrastou-o cama abaixo e largou-o aí, despejando-lhe ameaças caso se atrevesse a pensar desalojar os morcegos daquele lugar. O alvejado gritava agora por piedade, jurando cumprir com as recomendações. - Poupa a minha vida! Não por mim, mas por este povo, e pelos meus filhos pequenos (seis) que um desses dias nascera outro, vou ter a honra de vos oferecer para padrinho. - Promessa é promessa. Um dia destes, venho cobrar. Assim falando, o ser desanuviou-se no espaço, num estalar de dedos. Inhapata procurava trepar uma árvore que não existia quando rolou no chão e se pôs a gritar por socorro. Já era manhã… O chefe cumpriu a promessa e até hoje naquela região transborda uma lama preta que fertiliza os campos adjacentes à zona montanhosa, e os habitantes da região têm certeza de ser esta lama excrementos de morcego, enviados pelo velho da gruta para fertilizar os campos todos os anos, em troca de deixar os morcegos no seu habitat natural. António Orlando (pseudónimo literário de Belmiro Pedro Marrengula), nascido a 1 de Maio de 1971, na vila fronteiriça de Namaacha, província de Maputo. Depois do ensino básico, vai frequentar a Escola de Artes Visuais, formando-se em desenho gráfico, pintura e cerâmica, actividades que vem exercendo em paralelo com a docência. Licencia-se em História Social pela Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Assinou colunas no então Jornal da Tarde e Revista de Empresas em Maputo. *In Colectânea de Contos da Pawa ANTÓNIO ORLANDO Maputo, Quarta-Feira, 15 de Julho de 2009:: Notícias

Arnaldo Massangaie: Presa Perigosa (Conto moçambicano)

Presa perigosa (Arnaldo Massangaie) Certo dia, ao pretender consultar uma armadilha montada no dia anterior, um mancebo voltou da mata disparado como se mil demónios o perseguissem. Ofegante, mal conseguia contar o que vira, na obscuridade da mata. Alguns veteranos o acompanharam até ao local que apenas conseguia apontar com o dedo trémulo, em riste sem conseguir pronunciar palavra. Um dos veteranos aproximou-se sorrateiramente da armadilha e de súbito, um vendaval se desabou sobre o local levantando poeira, quebrando arbustos e tudo quanto se encontrava num raio considerável à volta da armadilha; uma cobra tinha caído na armadilha e toda aquela turbulência resultava da luta contra a morte. Os curiosos abandonaram precipitadamente o local; naquelas circunstâncias, não havia melhor escolha, pois, se a companheira da presa se apercebesse da demora, iria à sua procura e encontrando-a aprisionada, aguardaria pelo dono da armadilha, mesmo que isso levasse dias; e qualquer ser vivo que se aventurasse por aquelas paragens podia, antecipadamente, considerar-se morto. Era necessário deixar passar muito tempo até que o vingativo se esquecesse do seu já esquelético companheiro e abandonasse o local ou que se pegasse fogo no local para afugentá-lo ou dissipar o cheiro da cobra morta. Neste caso, precauções deviam ser tomadas, pois, se a companheira da presa estivesse nos arredores e se visse cercada pelo fogo, representava um grande perigo. Cercada pelo fogo, a mamba põe-se em riste, apoiando-se na ponta da cauda, ensaiando a fuga e tentando localizar o inimigo após o que se lança num autêntico voo, que quase sempre termina com ela enrolada ao pescoço do intruso, com perca imediata da vida deste. Lançou-se fogo ao bosque e mesmo assim teve que se evitar aquelas paragens por um bom tempo, até assegurar-se de que a eventual companheira da morta tivesse abandonado o local, conformada com a situação. Sarados todos os mancebos, preparava-se o regresso à casa, onde as mães organizavam a recepção dos seus filhos de quem se tinham separado havia cerca de um mês; compravam roupas novas e mandavam para o acampamento enquanto panelas de uputsu eram preparadas, milho moído e animais para a festa; desta vez não se tratava de simulação. Era uma festa de verdade e prendas eram preparadas para se oferecerem aos homens já prontos. No dia aprazado, o enfermeiro-curandeiro e os anciãos tomavam a dianteira, enquanto os “prontos” entoavam lindas canções e, em passo de marcha, regressavam à casa, sendo conduzidos todos ao local preparado para a festa. Todos os rapazes se encontravam num só lado, perfilados e bem vestidos e as mães entoavam cânticos de júbilo: “Alegre-se comigo amiga; Cantemos louvores ao enfermeiro, Que voltou com a sua gente, Que belo é ser casada; Os nossos filhos regressam São e salvos, Completos em seu número; Alegre-se comigo amiga.” Assim cantavam elas, com os rostos radiantes, festejando o regresso dos filhos, já feitos Homens p’ra sempre. Seguia-se a refeição conjunta e abundante. As mães quase não comiam de tanta emoção, cada uma olhando para o seu filho cuja vida acabava de ser posta à prova. Seguiam-se as oferendas, cada um dando o que tivesse a quem quisesse. Havia muita solidariedade naquela gente. As ofertas eram dirigidas a qualquer um dos recém-iniciados, de tal modo que cada um deles recebia alguma coisa. As ofertas consistiam em animais como cabritos, leitões, galinhas e peças de vestuário. Serviam de recordação para a posteridade. Ao cair da noite, a festa terminava e cada família se dirigia à sua casa, com os seus filhos, agora tornados homens. Os ecos da ukwera perseguem o indivíduo ao longo da vida. A próxima ukwera seria daí a uma década e os que sendo pequeninos não participaram naquela, fá-lo-iam com os que ainda não tinham nascido e seriam os matulões dessa ukwera com as consequências nefastas disso. Estariam conscientes quando caíssem nas mãos do curandeiro-médico e fossem sujeitos a uma dolorosa operação, a sangue-frio. Arnaldo Massangaie nasceu a 13 de Julho de 1963. É licenciado em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Relações Internacionais, em Maputo. Prémio 25 de Maio Pawa/EDM, edição 2007. Arnaldo Massangaie Maputo, Quarta-Feira, 15 de Julho de 2009:: Notícias

Guiné-Bissau: Ex-candidato declara apoio a Bacai Sanhá

Guiné-Bissau: Ex-candidato declara apoio a Bacai Sanhá Iaia Djaló, quarto candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, declarou o seu apoio a Malam Bacai Sanhá na segunda volta do escrutínio contra Kumba Ialá, prevista para 26 de Julho. Líder do Partido Nova Democracia (PND), deputado e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Iaia Djaló é dissidente do Partido da Renovação Social (PRS) de Kumba Ialá. Na primeira volta das presidenciais, Djaló obteve 10.495 votos (3,11 por cento ), sendo o quarto candidato mais votado, atrás de Henrique Rosa, Kumba Ialá e Bacai Sanhá. “As minhas ideias são coincidentes com as do camarada Malam Bacai Sanhá. Uma vez que disputará a segunda volta das presidenciais julgo que é a pessoa indicada para assumir a responsabilidade de momento que é ser presidente da Guiné-Bissau”, justificou Djaló. O líder do PND disse que vai exortar todos os que votaram nele na primeira volta a apostarem em Malam Bacai Sanhá, para que este possa ser eleito presidente no dia 26 deste mês. Além de Djaló, Malam Bacai Sanhá já tem os apoios declarados dos candidatos derrotados na primeira volta Luís Nancassa, Paulo Mendonça, Francisca Vaz Turpin “Zinha Vaz” e Braima Alfa Djaló. Na primeira volta das presidenciais antecipadas, Malam Bacai Sanha, candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) obteve 133.786 votos (39,59 por cento), contra 99.428 votos (29,42 por cento) para Kumba Ialá, líder do Partido da Renovação Social (PRS), seu adversário na segunda volta. A campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau decorre desde segunda-feira e encerra no próximo dia 26. Entretanto, o PAIGC considerou, segunda-feira, uma “grande mentira” e um “acto de racismo” a acusação de financiamento pela al-Qaeda, dirigida pelo director da candidatura de Kumba Ialá. O partido desmentiu igualmente as acusações de que se prepara para expulsar das fileiras das Forças Armadas todos os oficiais de origem balanta, a mesma de Kumba Ialá. Maputo, Quarta-Feira, 15 de Julho de 2009:: Notícias

Moçambique: Assessor parlamentar aufere 46 salários mínimos por mês

Excesso de regalias no meio de tanta miséria Assessor parlamentar aufere 46 salários mínimos por mês Enquanto o salário mínimo no aparelho do Estado está fixado em 2.082,00 MT, um assessor parlamentar aufere 95.361,20 MT por mês. Por ano, os 10 assessores que são necessários irão custar ao Estado 11.443.344,00 MT Maputo (Canal de Moçambique) – A Assembleia da República (AR) deverá introduzir no seu quadro de pessoal, novos 67 funcionários, dos quais 40 contratados e 27 de carreira. Este efectivo deverá custar ao Estado 2.524.802,60 meticais, por mês. E por ano vai absorver dos cofres do Estado 30.297.631,20Mt. A introdução de novos funcionários na AR surge em cumprimento do estabelecido na nova Lei Orgânica do órgão, ontem aprovada por unanimidade e consenso, pelo plenário. Salário do assessor parlamentar vs salário do enfermeiro O «Canal de Moçambique» fez um exercício para avaliar o real custo destes funcionários para o Estado. Um dos métodos usado foi a comparação do salário destes funcionários do Estado com os salários dos demais funcionários públicos. Por exemplo, um conselheiro do presidente da AR vai auferir, por mês, 191.361,20 MT (cerca de 7 mil dólares americanos por mês). O valor é uma acumulação de 25.393,00 de salário básico, bónus de mais 24.000, 00 MT/mês; subsídio de combustível de 24.000,00 MT/mês; e subsídio de comunicação de 12.000, 00 MT/mês. Para este cargo são necessárias duas pessoas. Para assessor parlamentar são necessários 10 novos funcionários. Cada um a auferir 95.680,60 por mês. Os 10 irão auferir, por ano, 956.806,00 MT. Feitas as contas, conclui-se que o salário de um assessor parlamentar equivale a 46 salários mínimos. O salário mínimo nacional foi fixado em 2.082,00 MT, na última revisão feita pelo Governo. Em Moçambique, o salário mínimo é auferido pela maioria dos funcionários de base, aqueles que têm contacto directo com a população, como é o caso de técnicos de saúde, enfermeiros, polícias de protecção vulgo “cinzentinhos”, professores..., entre outros cuja tarefa é de vital importância para o bem estar dos cidadãos. Serão contratados igualmente 2 assessores para os vice-presidentes da Assembleia da República (AR). Cada um deles auferirá um salário fixado em 85.733,05 MT/por mês. Também serão contratados 2 assistentes protocolares da AR, com salário fixado em 22.379,05/mês. Por outro lado serão contratados funcionários para exercerem funções como secretários parlamentares. Um secretário de comissão parlamentar aufere por mês 18.520,20 MT. Para este posto são necessários 12 funcionários. A AR possui actualmente 8 comissões. Ainda não se sabe se está agendado o aumento do número de comissões na próxima legislatura. O total dos novos funcionários para a AR deverá entrar no quadro de pessoal daquele órgão de soberania a partir de Janeiro de 2010. Serão ao todo 67 novos indivíduos que assumirão funções no início da próxima legislatura. As próximas eleições legislativas estão marcadas para 28 de Outubro próximo. O que faz um conselheiro do presidente da AR? Um conselheiro do presidente da AR, por exemplo, que aufere por mês, 95.680,60 Mt, tem as seguintes competências, segundo a lei orgânica da AR, ontem aprovada: “exerce funções consultivas e de aconselhamento nas diversas matérias objecto de tratamento pela AR, nomeadamente sobre o funcionamento do Estado, a vida económica e social do país, funcionamento interno da AR e relações internacionais e inter-parlamentares. Investiga e cria alternativas de solução apropriadas aos problemas da sua área (de assessoria)”. Para este cargo são necessários dois funcionários. A nova Lei Orgânica da AR deverá entrar em funcionamento a partir de 01 de Janeiro de 2010. Cabe ainda ao presidente da República promulgá-la ou não. Custo com salários em 2008 Em 2008, de acordo com a conta gerência respectiva, a AR despendeu 31.337.170,33 meticais, em salários e remunerações. (Borges Nhamirre) 2009-07-15

12 de julho de 2009

Cesária Évora: São Vicente Di Longe

Cesária Évora: África Nossa

Cesária Évora: Fada

Cesária Évora: Carnaval de São Vicente

Cesária Évora no festival Al-Buhera 2009 em Portugal

Cesária Évora no festival Al-Buhera 2009 em Portugal Praia 12 Jul. (Inforpress) – A cantora Cesária Évora participa no festival Al-Buhera 2009, que se realiza de 22 a 26 de Julho, na Praça dos Pescadores, em Albufeira, Portugal. Cesária Évora, que actua no dia 22, apresenta o novo/velho "Rádio Mindelo", um trabalho que recupera algumas das primeiras canções de Cesária, na companhia do músico e compositor Gregório Gonçalves. O Festival Al-Buhera 2009 decorre durante cinco noites e em dois palcos, produzindo um total de dez concertos. O festival algarvio Al-Buhera tem como atracção principal as músicas do mundo. Para além da Cesária Évora, o cartaz inclui artistas como Amália Hoje, Eduardo Ramos, Kumpania Algazarra, entre outros. Além da música, o público pode contar também com uma mostra de artesanato e gastronomia regional. Inforpress/Fim, 12 de Julho de 2009

11 de julho de 2009

Cabo Verde: UCCLA e cidade de Lisboa vão homenagear Cidade Velha e Arménio Vieira

UCCLA e cidade de Lisboa vão homenagear Cidade Velha e Arménio Vieira Praia, 10 Jul. (Inforpress) – A União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA) e a cidade de Lisboa vão render uma homenagem, no próximo dia 24 de Julho, à Cidade Velha Património da Humanidade, e ao poeta Arménio Vieira, Prémio Camões 2009, apurou a Agência Inforpress. Fonte próxima da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago assegurou à Inforpress que o tributo, que terá como palco a Avenida da Liberdade, em Lisboa, vão juntar artistas portugueses e cabo-verdianos, num espectáculo em que o fado, uma das mais bela expressão da cultura portuguesa, juntar-se-á a outros géneros tradicionais da música cabo-verdiana. Esta distinção é vista pela autarquia da Cidade Velha como mais uma importante oportunidade de estreitar os laços de amizade e cooperação que unem Portugal e o arquipélago. O evento contará, para além da presença do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Manuel de Pina, com outras figuras da comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal. A Inforpress apurou também que Arménio Vieira receberá, proximamente, uma outra distinção na Casa Fernando Pessoa, na capital portuguesa, onde, de resto, o Prémio Camões 2009 foi objecto de uma exposição que incluía manuscritos inéditos e livros do poeta cabo-verdiano. Arménio Vieira encontra-se editado na antologia «Poetas de Língua Portuguesa», com o poema “Retrato de Poeta”, em homenagem a Fernando Pessoa, publicada pela Casa Fernando Pessoa, em 1997. O poeta, o primeiro cabo-verdiano a receber o Prémio Camões, esteve na casa do autor de “Mensagem” em Julho de 1997, quando apresentou um recital de poesia. Natural da cidade da Praia, na Ilha de Santiago, onde nasceu em 24 de Janeiro de 1941, além de escritor, Arménio Vieira foi jornalista, com colaborações em publicações como o Boletim de Cabo Verde, a revista Vértice, de Coimbra, Raízes, Ponto & Vírgula, Fragmentos e Sopinha de Alfabeto. A homenagem da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas a Cidade Velha acontece na sequência da eleição, pela UNESCO, a 26 de Junho, da antiga urbe a Património Mundial da Humanidade. Referida como o “primeiro entreposto colonial da Europa nos trópicos”, o comité destaca o traçado das ruas da Ribeira Grande, mais tarde renomeada de Cidade Velha, e as “ruínas de duas igrejas, uma fortaleza real e uma praça com um pilar de mármore do século XVI”. A Cidade Velha de Santiago “é um testemunho da história da presença da Europa colonial em África e da história da escravatura”, justificou a organização. A Cidade Velha de Santiago, também considerada, recentemente, uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, tornou-se, assim, o primeiro local cabo-verdiano inscrito na lista de locais classificados como Património Mundial pela UNESCO. Partilham com a Cidade Velha a inscrição na lista da UNESCO as ruínas de Loropéni (Burkina Faso), o monte Wutai (China), o santuário ecológico do mar de Wadden (Alemanha e Holanda), a cadeia montanhosa Dolomitas (Itália) e o Parque Natural do Recife de Tubbataha (Filipinas). O vale do Elba, em Dresden (Alemanha), foi entretanto retirado da lista fruto da construção de uma ponte sobre o rio Elba, ao passo que o sistema de recifes de coral do Belize o Parque Nacional Los Katios, na Colômbia, passaram a integrar lista de locais em perigo. No sentido inverso, os melhoramentos na conservação da cidade antiga de Baku (Azerbaijão) permitiram à UNESCO retirá-la da lista de locais com o património ameaçado. A lista de Património Mundial da Humanidade passa a contar com 882 lugares inscritos. Inforpress/Fim, 10 de Julho de 2009