30 de outubro de 2009

Dhlakama ameaça "tomar poder à força" se houver confirmação de fraude

Dhlakama ameaça "tomar poder à força" se houver confirmação de fraude Líder da RENAMO e candidato presidencial nas eleições de quarta-feira em Moçambique diz que o partido não vai "tolerar brincadeiras" e avança que, se for necessário, vai tomar o poder "à força". Depois de ter votado em Maputo, na quarta-feira passada, nas eleições gerais (presidenciais e legislativas) e provinciais, Afonso Dhlakama regressou na noite passada a Nampula, cidade do norte de Moçambique e à qual chama "capital política". À chegada, Afonso Dhlakama agendou encontros com membros dos órgãos centrais e provinciais do partido para se informar de questões ligadas às eleições e a alegadas irregularidades que ocorreram em cada um dos círculos eleitorais, com destaque para a província de Nampula. Dhlakama alega que em Nampula, maior círculo eleitoral do país, o processo de votação não abrangeu os membros da RENAMO, sobretudo nas cidades de Angoche, Nacala-Porto e Ilha de Moçambique, por alegadamente não constarem dos cadernos eleitorais. O líder da RENAMO propõe que, no caso específico da Ilha de Moçambique, se realize uma segunda volta das eleições, sustentando que nenhum eleitor (da RENAMO) votou naquela cidade, o que significa que "as coisas não andaram bem". "Este ano não vamos tolerar brincadeiras", disse Afonso Dhlakama, afirmando que se houver fraude eleitoral, que indicia falta de democracia, o partido vai "tomar o poder à força". Questionado pelos jornalistas sobre se quer mesmo tomar o poder à força, o líder da RENAMO disse que não afasta essa possibilidade caso se prove que as eleições presidenciais, legislativas e das Assembleias provinciais foram fraudulentas. A RENAMO acusa alguns órgãos de informação do sector público de estarem a fabricar resultados parciais, os quais apontam para uma larga vantagem a favor do partido FRELIMO (no poder) e o seu candidato, Armando Emílio Guebuza, que concorre à própria sucessão. Afonso Dhlakama diz que se os resultados forem, de facto, transparentes, não terá qualquer relutância em aceitar uma eventual derrota. SAPO com JN, 30 de Outubro de 2009