1 de novembro de 2016

Moçambique: O Parque Nacional da Gorongosa (1965)



É o mais povoado de toda a África e constitui um valioso elemento de valorização no cartaz turístico de Moçambique

O cuidado posto na protecção às espécies existentes fez com que fossem criados em Moçambique, sob a jurisdição dos Serviços de Veterinária, um Parque Nacional e quatro reservas de caça onde, embora o visitante não possa caçar, encontra motivos de extraordinário interesse. As reservas são: a dos tandos de Marromeu (distrito de Manica e Sofala) a do Gilé (Zambézia); a reserva parcial do Niassa (abrangendo parte da área de Vila Cabral e da Circunscrição de Marrupa) e a reserva dos elefantes no Maputo (próximo de Lourenço Marques).


O Parque Nacional da Gorongosa está situado no distrito de Manica e Sofala, próximo da estrada internacional Beira-Umtali. Dispõe, portanto, de uma fácil via de acesso. Da Beira ao Acampamento do Chitengo (já no Parque) são cerca de 156 quilómetros, dos quais cem percorridos em estrada asfaltada. Existe no Parque um aeródromo muito utilizado por aviões ligeiros. A época turística estende-se de 1 de Maio a 31 de Outubro ainda que as datas exactas dependem das chuvas.

O Parque é atravessado por uma rede de picadas que, no seu percurso, permitem ao visitante deparar com os mais inesperados contrastes: zona de floresta, planície a perder de vista, lagoas e um rio: o Urema. Por toda a parte se encontram, com a maior abundância leões, antílopes, zebras, javalis, elefantes, búfalos, bois-cavalos, em quantidades tão grandes e num habitat de tal forma preservado que bem justifica o título de “Melhor Parque de África”, várias vezes atribuído à Gorongosa. No tando (planície) da Gorongosa poderá observar-se a maior concentração de animais bravios de todo o mundo: 12 a 15 mil animais, permanentemente reunidos, poderão ser admirados num relance pelo turista deslumbrado.

A sede do Parque da Gorongosa – Acampamento do Chitengo, situa-se num local muito aprazível, com um agradável restaurante, amplo, arejado, óptimo serviço de bar, num avarandado coberto, entre canteiros de verdura. Há cabinas para dormitórios, distribuídos por larga área ajardinada com os seus recantos pitorescos e caramanchões. As casas têm forma circular (rondáveis) à moda das palhotas dos indígenas… com todo o conforto moderno: cada uma com dois quartos e um banheiro, os quais ocupam dois sectores do círculo, constituindo o terceiro uma varanda aberta, cimentada, acessível de dois lados por três largos degraus. Há quartos simples, de luxo e ainda quatro casas tipo “bungalow”. Todos os quartos estão providos de água corrente e electricidade. Existe no acampamento serviço postal e telefónico. Enfim, o Acampamento dispõe de todos os benefícios da civilização. O conjunto apresenta um aspecto bastante gracioso e extremamente acolhedor.

O Acampamento está quase sempre lotado, especialmente, por estrangeiros, nomeadamente da África do Sul e Rodésia. E todos são unânimes em afirmar que o Parque da Gorongosa proporciona um espectáculo emocionante e inesquecível.

A quarenta quilómetros deste acampamento foi muito recentemente autorizada a abertura de outro: O da Bela Vista, formado por quatro edifícios de quatro quartos cada e dispondo de facilidades para os visitantes, entre as quais, cozinhas ao ar livre, loja para aquisição de géneros de primeira necessidade, e “snack-bar”.
Está portanto de parabéns a Agência de Viagens e Turismo, Ldaª, firma concessionária do Parque, que tem colaborado em todos os melhoramentos que aí têm sido efectuados contribuindo para o tornar mais acessível e agradável aos seus visitantes.

E não há dúvida de que o Parque da Gorongosa, juntamente com o Arquipélago do Bazaruto (Paradise Islands) constituem actualmente os dois maiores cartazes internacionais do turismo em Moçambique.



Fonte: Arquivo Pessoal