Reeditado pela Prefácio Editora em 2005 após uma primeira edição em 1998, ao longo das 226 páginas, «Este livro é a história das Campanhas na perspectiva dos militares portugueses. Aborda o conflito através de uma análise militar temática do esforço de contra-subversão desde as revoltas em Angola, a 4 de Fevereiro e 15 de Março de 1961, até ao golpe militar de 25 de Abril de 1974, em Lisboa. Descreve o modo como Portugal definiu e analisou o problema, como desenvolveu as suas próprias política e doutrina militares, e como as aplicou ao ambiente colonial africano. Tem ainda como objectivo demonstrar como a estratégia nacional portuguesa de economizar e preservar os seus fracos recursos se traduziu em acções nos níveis de campanha e táctico e como esta estratégia foi eficaz ao permitir que Portugal dirigisse uma constante e longa campanha em três colónias distantes. Ao seguir estratégias de campanha simultaneamente abrangentes e restritas, Portugal tentou quebrar a organização dos movimentos nacionalistas através da acção de agentes e opor-se à acção armada por meio de força militar e de pressão diplomática apropriadas. Simultaneamente, procurou proteger as populações do contacto com os revoltosos e conseguir a sua lealdade, elevando os seus padrões de vida e atendendo às suas queixas. Estes elementos, a sua combinação específica e o modo como foram executados, reflectem aquilo que se pode classificar como “o modo português de fazer a guerra”.» (pp. 11/12)
«Compreenderam-se os seus (Salazar) piores receios quando Daniel Semenovich Solod, o “brilhante organizador e perito em tácticas de infiltração e subversão” foi enviado para a República da Guiné em 1960. O embaixador Solod criara uma impressionante reputação ao incrementar a influência soviética no Médio Oriente e no Norte de África, e começava agora a trabalhar nas colónias portuguesas, alimentando a perene subcorrente de dissidência nacionalista.» (p.43)
«Os ataques de 4 de Fevereiro em Luanda foram desencadeados por homens ligados à UPA, apoiados na sombra pelo Cónego Manuel das Neves, vigário-geral da Arquidiocese. Tomaram parte no assalto simpatizantes da UPA, do MPLA ou apenas nacionalistas. Todavia, o MPLA reivindicou a acção, em Conacri.» (p. 44)
«Todavia, o Exército Português resolveu estes problemas e em 1970 tinha ganho o controlo dos conflitos nos três teatros sublevados. Podia então afirmar que tinha a força estruturada correcta, adequadamente treinada e conduzida, que aplicava com êxito conceitos adaptados à situação em África e que os conflitos estavam relativamente sob controlo. Estes não foram pequenos feitos. O objectivo de conseguir um conflito controlado, de baixa intensidade, tinha sido atingido, lado a lado com uma sustentabilidade por tempo aparentemente indeterminado.» (p. 103)
Fonte: Internet