26 de maio de 2009

Moçambique: Mudanças climáticas, aumentam riscos de desastres naturais

Mudanças climáticas : Aumentam riscos de desastres naturais A probabilidade de virem aumentar episódios relacionados com calamidades naturais em resultado das mudanças climáticas é maior no nosso país, segundo João Ribeiro, director geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades. Um estudo científico ontem apresentado em Maputo indica que Moçambique não está, neste momento, em condições de dar resposta adequada à situação e adianta que caso não sejam tomadas medidas concretas e urgentes, as consequências podem ser catastróficas nos próximos 50 anos, mas num período menos delatado de 10 anos muitos estragos podem ocorrer. João Ribeiro afirmou, por outro lado, que actualmente se está a trabalhar no sentido de evitar que as mudanças climáticas afectem o nosso desenvolvimento. Foram realizados estudos sobre aviso prévio para saber como agir para prevenir as consequências destas mudanças climáticas, o que significa saber e definir onde se deve construir infra-estruturas e quais são as intervenções a ter em consideração para não sermos afectados. “Moçambique é um país propenso a ciclones, cheias, secas e outras calamidades e com estes aspectos de mudanças climáticas que nos são apresentados estas probabilidades podem aumentar. Pretendemos mostrar e buscar junto da sociedade civil e de privados, a sensibilidade necessária para que no período indicado até 2060 possamos ver que medidas a tomar. O assunto será apresentado no Conselho Coordenador de Gestão das Calamidades para depois ser levado ao Conselho de Ministros, para ver que políticas e acções devem ser adoptadas para reduzir os efeitos das mudanças que estão a acontecer no mundo inteiro”, disse João Ribeiro, para quem existem acções cuja implementação não deve esperar. Tal é por exemplo a prevenção e combate }a erosão costeira que atinge vastas zonas do país. Face à situação, João Ribeiro disse que na segunda fase do estudo serão consideradas acções em função do que pode acontecer, não só nas regiões costeiras como nos rios, cidades, na agricultura, saúde, nos transportes, entre outros. Conforme afirmou, este estudo vai integrar muitos sectores da sociedade e de instituições, no sentido de se ver que projectos devem ser implementados para reduzir os efeitos da erosão. Durante a apresentação num seminário nacional sobre estudos científicos do impacto dos desastres naturais face às mudanças climáticas, que juntou na mesma sala directores nacionais, técnicos, ONG e jornalistas, Rui Brito, docente da Universidade Eduardo Mondlane, disse que Moçambique faz parte dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas em África. “Os dados indicam que as mudanças climáticas já estão a acontecer em Moçambique e num período de 45 anos, entre 1960 e 2005 a temperatura aumentou em media entre 1.1 grau centígrado e 1.6 grau centígrado. Por outro lado, o número de noites e dias frios reduziu, dando lugar ao aumento de dias e noites quentes sobretudo na zona norte. Aqui os dias secos caracterizados por temperaturas m]edias elevadas aumentam a evaporação e há indicações de início tardio da esta;ão chuvosa”, disse Rui Brito, para quem esta tendência aumenta o risco que o país enfrenta. Maputo, Terça-Feira, 26 de Maio de 2009:: Notícias