3 de junho de 2009

ONU pede ajuda para o Zimbabwe

ONU pede ajuda para o Zimbabwe O Zimbabwe precisa de 718 milhões de dólares em assistência de emergência, incluindo água potável e alimentos, indicaram segunda-feira as Nações Unidas num comunicado divulgado em Harare. Segundo uma nota do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), depois da devastadora epidemia de cólera que assola o Zimbabwe desde Agosto e das fracas colheitas obtidas desde essa data, as necessidades humanitárias do país são "aterradoras". Mais de cinco dos 12 milhões de habitantes do Zimbabwe necessitam de assistência alimentar. Desde Agosto, cerca de cem mil zimbabweanos contraíram a cólera, epidemia que causou 4000 mortos. "A epidemia de cólera e a insegurança alimentar durante a época de seca agravoaram já difícil ambiente socioeconómico de hiper-inflação e serviços sociais básicos que entraram em colapso", relembra o comunicado. A agência assinala que, "neste contexto de mudança, requerem-se agora 718 milhões de dólares". A agência refere que a resposta dos doadores ao seu anterior apelo de assistência para o Zimbabwe - 550 milhões de dólares -, feito em Novembro, ficou muito abaixo do estimado: 246 milhões de dólares. "É uma altura crítica para apoiar os esforços humanitários no Zimbabwe, onde a magnitude do declínio económico e a erosão dos meios de vida são tais que é improvável que as necessidades humanitárias do país se reduzam a curto prazo", acrescenta o comunicado. Segundo a agência da ONU, seis milhões de zimbabweanos, metade da população do país, não têm acesso, ou este é mínimo, às fontes de água potável. A taxa de inflação foi reduzida depois da recente decisão do governo de unidade nacional de deixar de usar o dólar zimbabweano substituindo-o por moedas estrangeiras, incluindo o dólar norte-americano, a libra esterlina e o rand. Todavia, o custo de vida, especialmente no que concerne aos serviços básicos - água e electricidade -, as tarifas do transporte público e as propinas escolares são tão altas que a maioria da população não tem como pagar. O país vive entre a ira e a desilusão, depois das esperanças numa recuperação económica, na sequência da tomada de posse do novo Governo de coligação, a 13 de Fevereiro. Maputo, Quarta-Feira, 3 de Junho de 2009:: Notícias