22 de julho de 2009

Angola em destaque na televisão sul-africana


Angola em destaque na televisão sul-africana O crescimento da economia angolana foi ontem destaque na CNBC/África, o canal televisivo vocacionado para informação económica africana, com sede na África do Sul. No seu programa matinal, Punch Line, que acompanha a evolução diária dos negócios e dos principais mercados do mundo, o CNBC/Africa emitiu uma entrevista de 12 minutos, com Abdullah Verachia, especialista da Frontier Advisory, reconhecida empresa de pesquisa e consultoria, que apoia companhias de todo o mundo a encontrar os melhores mercados. Abdullah Verachia falou dos progressos alcançados por Angola, desde que alcançou a paz e elogiou a atitude do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, em escolher Angola como o primeiro país a visitar, após a sua eleição, em Abril deste ano. Abdullah Verachia disse que a economia angolana foi das que menos sofreu com o impacto da crise financeira e económica mundial e continua a crescer de forma sustentada, sendo uma boa alternativa de investimento para as empresas sul-africanas que procuram inverter os resultados negativos. A ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, Maite Nkoana-Maschabane, confirmou que a visita de Zuma vai realizar-se “antes do Natal” e que visa o aprofundamento da cooperação económica, técnica, científica e cultural. “Em Angola há enormes oportunidades nas áreas de infra-estruturas, agricultura, pecuária, agro-indústria, refinarias e outros sectores em que os sul-africanos podem apostar”, disse o especialista, alertando que “muitos países vão procurar Angola para investir e os sul-africanos devem aproveitar e ser os primeiros”. Dados do Ministério do Comércio da África do Sul indicam que 50 empresas trabalham em Angola. Para aumentar o comércio, na delegação presidencial constam empresários e ministros ligados à área económica. Verachia acredita que o número de companhias em Angola vai aumentar, porque “o Governo sul-africano já anunciou que vai incentivar as empresas a virarem-se para Angola”. Quanto ao quadro legal para investimento, Abdullah Verachia sublinhou que “Angola está a dar passos importantes” e que “o quadro actual não inibe o investimento, porque há muito mais oportunidades”. Verachia aponta outra vantagem da economia angolana: é das que cresce mais rápido no mundo. No seu relatório deste ano, o Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola comparou entre Angola e a principal economia do continente, a África do Sul, e conclui que a diferença entre a riqueza produzida nos dois países reduziu desde 2000. Em sete anos, a proporção passou de 11/1 para 6/1. Se em 2000 o PIB angolano equivalia a nove por cento do sul-africano, em 2007, Angola subiu para 16,7 por cento. A economia angolana deve crescer este ano 6,2 por cento, antes de regressar, em 2010, aos dois dígitos que foi a média dos últimos sete anos. Angola foi também a economia que maior taxa de crescimento de longo prazo teve em África, entre 1989 e 2007, e foi a mais dinâmica nesse período, com uma taxa média de 9,6 por cento contra uma média de 4,0 por cento verificado nas maiores economias do continente. Cândido Bessa Jornal de Angola, 22 de Julho de 2009