27 de julho de 2013
O click do crescimento
Agora que anda tanta gente a dizer que vem aí a fase do crescimento será bom recordar que é ao Gaspar que se deve o anúncio desta estação primaveril tantas vezes anunciada. Atrapalhado com os sucessivos erros de previsão e com a economia em colapso o ex-ministro anunciou a fase do crescimento ao mesmo tempo que preparava a duplicação da dose da austeridade.
Desde então o governo não se cansa de anunciar a mudança para a estação do crescimento, chegou mesmo a divulgar um vasto programa e o malogrado sôr Álvaro inventou mesmo a tese da reindustrialização da Europa, chegou mesmo a envolver um condescendente e paciente governo francês nesta palermice digna de uns bitaites de um intervalo entre a bica e o bagaço.
Ao que parece as economias entram em recessão por decisão governamental como se fosse uma dieta para combater uma troika formada pelo colesterol, diabetes e hipertensão e quando estão magrinhas e elegantes o governo decide que está na hora de voltar a crescer, mas desta vez em vez de crescer à base de celulite despesista, deverá fazê-lo com músculo, um crescimento saud´vel a que designam sustentado, deve ser por ser sustentado por tanta miséria...
Parece que estamos naquela fase em que podemos voltar a ganhar volume, ainda que a dieta continue a ser rigorosa, tão rigorosa que vamos ficar com pele e osso. Mas mesmo assim a direita anima a vítima prometendo-lhe a fartura. Este governo lembra-me a anedota do amigo que na hora do jantar metia um filho ao colo e ia-lhe falando as melhores iguarias até que, deliciado com tanta fartura, o puto acabava por adormecer. Cada vez que um adormecia gritava para a mulher “ó Maria, traz outro que este já jantou!”.
Estes senhores querem convencer-nos que depois de terem destruído uma boa parte do tecido económico, depois de terem falado mal de Portugal e dos Portugueses em todo o mundo, depois de terem atirado o país para uma profunda crise social, depois de terem promovido a fuga de capitais, os consumidores desatam a consumir r os investidores fazem fila nas fronteiras. Para isso basta nomear para a Economia um rapaz simpático com o MB e promover o Porta a primeiro-ministro em exercício.
Estes palermas estão esquecidos do tempo em que Durão Barroso aumentava o défice de forma exponencial prometia linhas de TGV em barda, divulgava mega orçamentos para a investigação em reuniões extraordinárias realizadas em Óbidos e todos os dias via sinais de retoma. Tudo servia de sinal de retoma, desde as cotações da bolsa às previsões meteorológicas. A direita portuguesa sempre teve um grande jeito para promover o desenvolvimento económico.
Cavaco gastou milhões e deixou a economia em recessão, Durão deixou um défice digno de uma república das bananas e fugiu de Portugal com o país em recessão. Vai ser o grandioso Passos Coelho que sabe tanto de economia como eu de lagares de azeite que sem investir um tostão, com os bancos à rasca, os investidores e os consumidores assustados e com mais um programa de austeridade brutal vai conseguir o crescimento.
Esta tese de que se decide o crescimento económico com um click só pode ser gozo, estão gozando com Portugal e com os portugueses.
O Jumento, 27 de Julho de 2013
Publicada por
MOZ