O léxico da língua de Camões tem hoje, como nunca, adquirido uma grandiosa dose de neologismos modernos e surpreendentes.
Do vocabulário do mais simples dos habitantes já fazem parte palavras como "troika", "deficit" ou "swap", ainda que nem sempre se reconheça o seu verdadeiro significado ou a relação deste com o estado da nação. Mas permita-se a introdução, no contexto da ação governativa, mais uma inovação linguística: o "swing".
Diz o dicionário que "swing", palavra inglesa, significa "balançar", "girar" ou de uma forma mais prosaica "trocar". A pertinência da palavra está à vista: quando o governo balança nas ondas revoltas da governação, temos um "governo-swing"; quando responsáveis pelos problemas financeiros do país se tornam parte do Estado, temos "governantes-swing"; e quando se pretende trocar o papel do Estado por grupos de interesses económicos, temos um "Estado-swing".
Com estas trocas não é possível que o país cresça e se desenvolva com bases fortes e estáveis, com boa Justiça, Segurança, Saúde e Educação. Sem ética – e, já agora, sem vergonha – não é possível criar um futuro viável.
Correio da Manhã, 6 de Agosto de 2013