9 de setembro de 2009

“A CNE está a matar democracia em Moçambique” (Daviz Simango, Presidente do MDM)



“A CNE está a matar democracia em Moçambique” - Daviz Simango, presidente do MDM Querem desmobilizar os membros do MDM - acusa o porta-voz do partido, José Manuel de Sousa “A Frelimo e Renamo decidiram impedir a entrada da terceira bancada na Assembleia da República. A seguir será enganada a própria Renamo. Dentro deste casamento há quem está ser enganado. A Frelimo está a usar a Renamo agora para rejeitar os demais. Mas quando ficarem só entre eles, a Renamo será o próximo a ser enganado. Estamos a retornar ao monopatidarismo”, Artur Vilanculos, candidato pelo MDM em Inhambane e ex-deputado da Renamo Maputo (Canalmoz) - Os membros do MDM, partido tido até agora como um dos que tem potencial para entrar para a Assembleia da República, na próxima VII Legislatura, andam desapontados com a Comissão Nacional de Eleições, pelo facto deste órgão ter rejeitado 9 listas das 11 apresentadas para as Eleições Legislativas de 28 de Outubro. No presidente do partido, engenheiro Daviz Simango, passando pelo porta-voz, José Manuel de Sousa, até aos simples membros do recém fundado partido, reinava a unanimidade de que a CNE agiu deliberadamente contra a Lei, para prejudicar o partido MDM, como forma de o excluir da vida política. O presidente do MDM, à saída da sede da CNE, onde manteve um encontro com o presidente do órgão, João Leopoldo da Costa, disse que o seu partido precisa das listas das candidaturas rejeitadas e da respectiva deliberação que detalha as razões que forçaram rejeição das mesmas mas até agora essa deliberação não existe em lado nenhum pelo que não a conhecem. “A lista dos candidatos rejeitados já devia estar afixada, o que não está a acontecer. Comunicamos isso ao presidente da Comissão Nacional de Eleições, limitou-se a dizer apenas que se iriam reunir para discutir sobre as listas rejeitadas. Por outro lado dissemos que não concordamos com o sorteio, porquanto nós como moçambicanos e particularmente como candidatos a estas eleições presidenciais, entendemos que o Estado moçambicano e os financiadores não podem gastar dinheiro a publicar boletins perante uma situação de sorteio ilegal”, disse o engenheiro Daviz Simango. Sorteio ilegal Por sua vez, o porta-voz do partido, José Manuel de Sousa, considerou ilegal o sorteio realizado pela CNE, logo após o anúncio dos resultados. O MDM está contra a forma como foram colocados os candidatos. A CNE que colocou a Frelimo e Renamo numa lista exclusivamente sua, permitindo com isso, por conseguinte, que estes dois partidos ocupassem o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, metendo todos os outros num outro sorteio à parte alegando que os dois eram os únicos que concorriam em todos os círculos eleitorais. “Todos os candidatos devem ter a mesma oportunidade. O que aconteceu foi que escolheram dois partidos e logo a seguir fizeram sorteios de outros partidos, e isto não pode acontecer”, disse o porta-voz do MDM, garantido que o seu partido não vai deixar passar isso. “Vamos recorrer à própria CNE e ao Conselho Constitucional para impugnarmos a forma como foi realizado o sorteio”, garantiu. Querem desmobilizar membros do MDM O porta-voz do MDM interpreta a exclusão das listas do partido, como um esforço da CNE para desmobilizar e desmotivar os membros do MDM, e acabar com o partido. “Mas nós não vamos parar”, garante. E sobre o que irá fazer o MDM caso o recurso a ser interposto no Conselho Constitucional seja indeferido, o porta-voz do MDM diz que “a decisão deve ser tomada pela Comissão Política do partido, a reunir-se brevemente”. Houve casamento entre a Frelimo e Renamo Artur Vilanculos, outro membro do MDM dissidente da Renamo, disse ao Canalmoz que, o que sucedeu foi um “casamento convencional entre os dois partidos, com representatividade na Comissão Nacional de Eleições”, nomeadamente, a Frelimo e Renamo, que decidiram “impedir a entrada da terceira bancada na Assembleia da República”. Mas Vilanculos prevê que a seguir será enganada a própria Renamo. “Dentro deste casamento há quem está ser enganado. A Frelimo está a usar a Renamo agora para rejeitar os demais. Mas quando ficarem só entre eles, a Renamo será o próximo a ser enganado”. “Estamos a retornar ao monopatidarismo”, desabafa Artur Vilanculos. (Borges Nhamirre) 2009-09-09