14 de setembro de 2009

Moçambique: Campanha eleitoral arranca ensombrada pela exclusão de partidos

Campanha arranca ensombrada pela exclusão de partidos MDM dispensa fundos da CNE e avança com campanha em todo o País Raul Domingos diz que o PDD também ainda não recebeu o trust found da CNE. Garante que o partido vai realizar campanha em todo o País, incluindo nas 4 províncias, onde foi impedido de concorrer, para explicar ao povo sobre os contornos que ditaram a exclusão do Pangolim da corrida eleitoral Daviz Simango e Armando Guebuza iniciaram a caça ao voto no primeiro dia da campanha, enquanto Afonso Dhlakama ainda não arrancou, encontra-se ainda em Maputo a tratar assuntos partidários, segundo Luís Gouveia, da Renamo Maputo (Canalmoz) – A campanha eleitoral para as eleições Gerais e das Assembleias Provinciais de 28 de Outubro próximo, arrancou em todo o País, último domingo, ensombrada pela exclusão parcial e/ou completa de 27 partidos políticos, de concorrer ao pleito. Do total de 29 partidos políticos que apresentaram a sua candidatura na Comissão Nacional de Eleições, apenas dois, a Frelimo e Renamo – os únicos que também têm membros seus na CNE – é que foram apurados para concorrer em todo o País e na diáspora. A exclusão de partidos foi notável no arranque da campanha, na medida em que alguns deles tiveram que iniciar a caça ao voto sem os fundos de financiamento disponibilizados pelo Estado, através da Comissão Nacional de Eleições. O delegado de candidatura e porta-voz do MDM, José Manuel de Sousa, disse ao Canalmoz que a formação política dirigida pelo engenheiro Daviz Simango, dispensou o trust found da CNE “até que tenha o desfecho do recurso interposto na CNE” a contestar a exclusão, por aquele órgão dirigido por João Leopoldo da Costa, das listas do partido em 7 círculos eleitorais do País, em total de 11, onde se inscreveu. O MDM era tido como o partido com grande potencialidade de enfrentar a Frelimo e Renamo, nas presentes eleições. Mas foi inexplicavelmente impedido de concorrer em 7 círculos eleitorais, nomeadamente Maputo-Província, Gaza, Manica, Tete, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado. Inconformado com a decisão da CNE, o recém-criado MDM interpôs um recurso na Comissão Nacional de Eleições, e ainda aguarda pela deliberação do órgão. Enquanto isso, o porta-voz do MDM garante que esta formação política vai fazer campanha em todo o território nacional, e não vai receber os fundos do Estado, canalizados aos partidos políticos, através da CNE, enquanto não for conhecido resultado do recurso interposto. Daviz arrancou em Cabo Delgado O presidente do MDM, Daviz Simango, o mais jovem candidato à presidência da República, e que concorre pela primeira vez ao cargo, iniciou com a sua caça ao voto no Distrito de Chiúre, na província de Cabo Delgado, exactamente no primeiro dia reservado para o arranque da campanha. A confirmação veio do porta-voz do partido, José Manuel de Sousa. Guebuza arranca em Zambézia, com 6 helicópteros Por sua vez, o presidente da Frelimo que concorre a sua própria sucessão na presidência da República, Armando Emílio Guebuza, iniciou com a sua campanha na província da Zambézia, exibindo os amplos fundos económicos de que goza o seu partido que se confundem também com os bens do Estado disfarçados e abusivamente incorporados na campanha, especialmente viaturas e combustível, casas do estado para alojamento de ministros em missões meramente partidárias, mas não só. Seis helicópteros estão a ser usados pelo partido Frelimo. São os mesmos que são usados nas Presidências Abertas de Armando Guebuza. Foram alugados no estrangeiro, para a circulação dos seus candidatos à presidência da República, durante os 45 dias da campanha. Uma verdadeira demonstração da riqueza absoluta de que goza o partido no poder em Moçambique com usufruto do património do Estado para que contribui quem paga impostos, incluindo quem tem simpatias por outros partidos ou mesmo até quem não tem quaisquer simpatias partidárias. O povo residente nas zonas recônditas do País, onde as pessoas morrem a caminho do hospital devido a falta de meio de transporte, durante a campanha verá o actual chefe do Estado e candidato a sua própria sucessão a chegar às suas regiões em helicópteros cujo custo de operação se situa entre 2 e 3 mil dólares americanos por hora, cada um deles. Dhlakama ainda não arrancou
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que concorre pela 4ª vez consecutiva à presidência da República, ainda não arrancou com a sua campanha. O chefe do gabinete central de eleições da Renamo, Luís Benedito Gouveia, disse ao Canalmoz que o presidente da Renamo se encontrava em Maputo, no dia do arranque da campanha “a fazer trabalhos político-partidários”. (Dhlakama) “vai iniciar com a campanha, provavelmente, entre terça e quarta-feira, em Nampula”, disse Gouveia ao Canalmoz. PDD ainda não recebeu findos da CNE Já o presidente do PDD, Raul Domingos, disse em contacto telefónico com o Canalmoz que o seu partido ainda não recebeu os fundos de apoio a campanha eleitoral disponibilizados pelo Estado através da CNE. Raul Domingos não revelou as razões que estão por detrás da não recepção dos fundos, mas disse que não está relacionado com o recurso que o partido interpôs no órgão, a recorrer contra a exclusão das suas listas em 4 círculos eleitorais no País. (Borges Nhamirre) 2009-09-14