2 de setembro de 2009

Moçambique: A Portuguesa que se apaixonou pela capulana


A Portuguesa que se apaixonou pela capulana Dulce Melo nasceu na cidade portuguesa de Aveiro e “conheceu” a capulana em 1984, através do marido que nas deslocações profissionais a Moçambique levara-lhe “por graça” algumas, revela no seu ateliê que possui no interior da sua própria casa. Há 11 anos veio viver para Moçambique e quando cá chegou enraizou ainda mais a sua paixão por este tecido tradicional. “Não tenho qualquer curso de confecção ou costura. Mais do que tudo o que interessa é o gosto que se põe naquilo que se faz.” Começou por fazer para si própria e para as amigas. Depois, um convite da associação “O cantinho dos Amigos” para participar numa exposição profissionalizou-a. Desde então nunca mais parou e hoje produz uma série de acessórios que têm por base este tecido como vestidos, blusas, coletes, calças, sandálias, chinelos, carteiras, pulseiras, colares, porta-chaves e até… gravatas. Com outros materiais misturados como palha ou madeira produz até cadeiras e almofadas. Os seus grandes clientes são cidadãos estrangeiros nomeadamente portugueses, espanhóis, italianos, brasileiros, etc. Quanto aos preços, variam de acordo com o trabalho e a dimensão das peças. Um vestido pode custar mil meticais, os coletes rondam os 600 meticais, as carteiras os 400 meticais, etc. Dulce confessa que veste capulanas quase exclusivamente em cerimónias religiosas mas “trabalhar como este tipo de tecidos serve-me de terapia”, revela. Refira-se que as suas peças podem encontrar-se na Associação Portuguesa de Fotografia e no “Cantinho dos Artesãos”. Cristóvão Araújo SAPO MZ, 31 de Agosto de 2009