Biblioteca da Ilha de Moçambique: Uma Ilha com muitas leituras
Foi inaugurada semana passada, a biblioteca da Ilha de Moçambique, na província de Nampula. O projecto faz parte do acordo de geminação estabelecido em 2007 entre a Câmara Municipal de Alcobaça (região centro de Portugal) e a sua congénere da Ilha.
Para a concretização da iniciativa, o município da Ilha disponibilizou parte do edifício recentemente restaurado e que em tempos serviu de esquadra da polícia, junto ao Largo da Alfândega. Tudo o resto fez-se com fundos reunidos pela edilidade de Alcobaça. 50 mil euros foi o custo total do projecto. “Sentia-se na Ilha a necessidade dos jovens aprenderem a língua portuguesa de uma forma mais sustentada e como meio de aprendizagem”, referiu ao SAPO MZ Paulo Inácio, edil daquela cidade portuguesa que esteve a semana passada no nosso país para a inauguração do espaço mas que por motivos de agenda teve que regressar mais cedo a Portugal. Desde modo o descerramento da placa ficou a cargo somente de Alfredo Artur Matata, o presidente do Conselho Municipal da Ilha de Moçambique. “É o concretizar de um sonho antigo. Esta biblioteca vai ser o grande espaço de conhecimento da província de Nampula”, disse num tom de grande satisfação.
Dentro do contentor, que chegou no final da semana passada ao porto de Nacala, contavam-se cerca de cinco mil livros, mil cd’s, quatro computadores e as respectivas impressoras, uma televisão, mobiliário próprio e material escolar como lápis, canetas, borrachas, afias, estojos, etc. “O municipalismo português deve ter mais iniciativas como esta em nome da língua e das boas relações com os PALOP’s. Espero que Alcobaça seja pioneira de um dever que todo o municipalismo português tem que é de reforçar as relações com os PALOP’s”, referiu Paulo Inácio.
Sobre o tipo de livros que se pode encontrar na nova biblioteca Inácio adiantou: “Grande parte deles [livros] diz respeito à aprendizagem da língua portuguesa ao nível do ensino básico, mas também temos livros representativos dos grandes escritores portugueses e também dos PALOP’s. Há um pouco de tudo, mas o grande objectivo era material escolar, didáctico ao nível da gramática portuguesa, dicionários e prontuários.”
Refira-se ainda que à frente da biblioteca vão estar dois jovens bibliotecários moçambicanos que receberam formação de uma homóloga de Alcobaça.
Cristóvão Araújo
SAPO MZ, 29 de Março de 2010