HCB dinamiza relações Moçambique/Portugal - segundo o Primeiro-Ministro português que ontem visitou o empreendimento
O Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, disse ontem no Songo, província de Tete, que moçambicanos e portugueses estão ligados por uma História comum que é a Barragem de Cahora Bassa (HCB). O Chefe do governo português, que falava à margem de uma visita que efectuou à HCB, afirmou ainda que aquele empreendimento tem um significado importante na melhoria das relações entre os dois povos. Também no Songo, os ministros das Finanças (Manuel Chang) e da Energia (Salvador Namburete) e o Secretário do Estado do Tesouro de Portugal (Carlos Pina) rubricaram um memorando de entendimento sobre a HCB.
Entretanto, ainda ontem, mas já na capital do país, José Sócrates participou, com o Presidente Armando Guebuza, no encerramento de um seminário empresarial envolvendo homens de negócios dos dois países.
Na noite da última quarta-feira, em Maputo, o Presidente Armando Guebuza, e o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, asseveram que a reversão da Central Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) a favor de Moçambique catapultou as relações entre os dois países.
Este sentimento foi manifestado durante um banquete oficial oferecido pelo estadista moçambicano em honra do Primeiro-Ministro português, de visita ao país desde a passada terça-feira.
Com uma capacidade instalada de 2.075mW, Cahora Bassa é a segunda maior central hidroeléctrica em África e uma das dez maiores do mundo.
O processo de reversão que na altura Armando Guebuza o considerou de “segunda independência de Moçambique” foi concluído em Novembro de 2007, quando Moçambique passou a deter 85 porcento do capital do empreendimento, contra os 18 anteriores, tendo Portugal passado de 82 para 15 porcento.
Foi precisamente José Sócrates quem facilitou a conclusão do acordo.
Falando durante o banquete, Armando Guebuza enalteceu o papel de José Sócrates, afirmando que “foi com essa mesma coragem e seu enfoque em resultados tangíveis que connosco decidiu enveredar pelo célere encerramento do dossier Cahora Bassa, acto que abriu novos e luzídios horizontes na cooperação entre os dois países”.
Numa clara alusão ao sucesso do acordo de reversão da HCB, Armando Guebuza disse que, por isso, as relações de amizade e cooperação entre Moçambique e Portugal estão impregnadas de muita vitalidade e crescem no quotidiano, diversificando-se em cada uma das diferentes interacções estabelecidas entre ambos os países.
“Neste contexto, agradecemos o apoio multifacetado que temos vindo a receber de Portugal, um apoio com impacto significativo na luta que travamos contra a pobreza em Moçambique”, disse o Chefe do Estado.
Apontou ainda o apoio à capacitação institucional em diferentes sectores de actividade, ao desenvolvimento sustentável, às intervenções multiformes mais específicas, com realce para a área de estradas e pontes, infra-estruturas que facilitam a ligação entre os centros de produção e de consumo.
Maputo, Sexta-Feira, 5 de Março de 2010:: Notícias