1 de março de 2010

Chonguiça figura no documentário “Mamã África”


Chonguiça figura no documentário “Mamã África”

Diversidade cultural dos países africanos trazida para o cinema.

Não precisei ir às Américas ou à Europa para me fazer conhecer. Em África, sinto-me bem... Hoje, sou o que sou e os meus galardões dedico a Moçambique".

O saxofonista moçambicano Moreira Chonguiça é uma das figuras que vai integrar a equipa de actores escolhidos para participar na segunda etapa de documentários sobre as diversidades culturais e riquezas dos países africanos. Chonguiça, que através da sua arte fez sucesso e hoje é um ícone da cultura africana contemporânea, tem no documentário a missão de contar sua história.

“Mamã África” é designação do filme que mostra a real diversidade etno-cultural de África, em que as expressões culturais provam que o nosso continente é rico em culturas promovidas pelos seus respectivos povos.

O documentário, cujas gravações estão a cargo da Cine Internacional, iniciam esta semana na África do Sul (Cape Town) e vão estender-se a Lagos (Nigéria), Marrakech e Fez (Marrocos), Guiné-Bissau, Dakar (Senegal) e Praia (Cabo Verde).

São temáticas da série as danças, religiões, o quotidiano dos povos, hábitos e costumes e outros aspectos que se cruzam na interligação cultural dos africanos.

A Cine Internacional tem estado a trabalhar com Chonguiça, que actualmente está a gravar um vídeo na África do Sul, em filmagens iniciadas sexta-feira última e cuja estreia será brevemente em Moçambique. Ainda nesta parceria, num passado recente, no Brasil, a Cine Internacional colocou o saxofonista Moreira Chonguiça no patamar mais alto em representatividade a Moçambique, onde teve o privilégio de tocar na companhia de grandes nomes da músicabrasileira, tais como Martinho da Vila e a sua filha Martinália, Adriana Calcanhoto, entre outros.

“Não precisei ir às Américas ou à Europa para me fazer conhecer.

Em África, sinto-me bem. Destaquei-me no meu país graças ao prof. Orlando Conceição e sempre os meus pais me apoiaram. Hoje, sou o que sou e os meus galardões dedico a Moçambique”, disse Moreira.

Estão contemplados para esta segunda fase do projecto países como Nigéria, Marrocos, Guiné- Bissau, Senegal e Cabo Verde. As gravações, em 2009, decorreram em Zanzibar (Tanzania), Tete (Moçambique), Suazilândia e no Malawi.

De Moçambique, o tema abordado reflecte a transformação que ocorre nas famílias rurais do país sob ponto de vista económico, caso é o da instalação da vila de Cateme, em Tete, um reassentamento para os moradores que foram retirados da área onde será explorado o carvão mineral a céu aberto. A série contém depoimentos de músicos, pescadores, curandeiras e outros representates da cultura nacional.

“Buscamos desmistificar o público, causar surpresa, mostrar o que acontece no dia-a-dia e que não é comentado. A proposta é dar ao telespectador a oportunidade de construir conceitos próprios, explica Mónica Monteiro, presidente da Cine Internacional.

O País, 01 de Março de 2010