CPLP/SIDA: Trinta e dois mil funcionários públicos infetados em Moçambique
Trinta e dois mil funcionários públicos moçambicanos estão infetados com o VIH/SIDA, declarou hoje em Lisboa a representante do Conselho Nacional do Combate à doença em Moçambique.
“Dados de 2008 indicam que entre os 167 mil trabalhadores da função pública de Moçambique, 32 mil estão infetados pelo VIH/SIDA e 10 mil destes precisam de tratamento com antirretrovirais”, disse Maria Manuela Fonseca, num painel sobre o impacto da doença nos recursos humanos da saúde, no âmbito do III Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesas (CPLP) sobre SIDA, que decorre até sexta feira em Lisboa.
A responsável salientou ainda que 1,6 mil óbitos já foram registados entre os trabalhadores da função pública.
Segundo dados divulgados pelo Diretor Nacional de Saúde de Moçambique, Mouzinho Saíde, 15 por cento do total da população está infetada com o VIH/SIDA.
“Até 2010, segundo projeções, haverá a perda de 9 por cento de professores e 15 por cento dos trabalhadores da saúde devido à pandemia da SIDA”, sublinhou.
“A perda da força de trabalho em Moçambique devido à SIDA será de 13,5 por cento entre a população masculina e 17 por cento na população feminina até 2015”, referiu ainda.
“O desenvolvimento sócio-económico e cultural poderá ser comprometido com o avanço da epidemia da SIDA nós próximos anos”, referiu ainda Maria Manuela Fonseca.
Participam ainda no congresso responsáveis da sociedade civil, como organizações não governamentais (ONG) e representantes políticos dos Estados-membros, para além de especialistas em VIH/SIDA.
Estarão presentes também no congresso representantes do Fundo Global de Combate à Malária, VIH/SIDA e Tuberculose da ONU, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O congresso da CPLP sobre VIH/SIDA está a debater a prevenção e tratamento, mundo do trabalho, cooperação e recursos humanos.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lusa, 18 de Março de 2010