30 de abril de 2009

Arte do Batike nas ruas de Maputo


Arte do Batike nas ruas de Maputo Orlando é um artista empreendedor. A sua banca de rua, no centro de Maputo dá cor à estrada enchendo de alegria os olhos de quem passa. É um verdadeiro estendal de arte. Pinta há dez anos e foi na escola de artes visuais situada também naquela cidade que aprendeu a fazer batikes - uma obra de arte em pano. Explica que o primeiro passo para fazer um batike é comprar o tecido e saber cortar os panos no tamanho certo. "Nunca se faz apenas um. No mesmo processo podemos conseguir dez diferentes", explica. Depois faz os desenhos, a seguir leva cera para isolar e depois deste processo é a altura de mergulhar o pano na cor mais fraca que é o amarelo. "Sempre do mais claro para o mais escuro até ao preto", explica. Um trabalho que dá muito trabalho. Após a aplicação das cores, vem de novo a colocação da cera e mais tarde os panos são colocados em papel de manteiga ou Kaki e passam-se a ferro. "Fazer um batike pode demorar três dias", contabiliza. Um dos problemas é o preço dos materiais, Orlando explica que um dos componentes que lhe falta é o fixador para manter as tintas caso chova. "Quando começa a chover temos de tirar todos os batiques para não se estragarem". Orlando também pinta a óleo. E garante que consegue ganhar a vida com esta arte, dizendo que são os turistas que lhe garantem a sua subsistência. "Os locais nem conhecem o que é um batike. Os visitantes perguntam e veêm que é algo tipicamente africano. A nossa cultura, como por exemplo as mulheres a pilarem..." Teresa Cotrim SAPO MZ, 30 de Abril de 2009