Foi também como agradecimento que a atleta criou a Fundação Lurdes Mutola, com sede em Maputo, que apoia «talentos» no desporto nacional. Aprovando a «febre das corridas» que resultou em Maputo, a promoção de uma avaliação já a mais de 2 provas internacionais e está a preparar a preparação em provas Unidos nos Estados Unidos. Na capital irá ser construído um centro desportivo profissional. No manifesto que escreveu para a fundação, Mutola diz: «Quando a bandeira de Moçambique sobe nos estádios internacionais não vencemos apenas uma prova desportiva; » Mutola quando aprendeu a ler que o poeta José bemeirinha lhe ensinou, um descoberto, aos 14 anos, a retirou dos campos de futebol - onde ela julgava estar o seu futuro - e atirou para as pistas, onde suas pernas musculosas tinham que dar um futuro glorioso. «Ele foi deste o meu Deus, o meu criador», diz Mutola, ainda saudosa de quem semper chamou «o Poeta», falecido em Fevereiro ano. Ele foi o seu golpe de sorte. Adolescente num Moçambique estraçalhado pela guerra, Mutola não tinha outra brincadeira que não fosse jogar futebol. Disputava a bola ombro a ombro, nas peladinhas com os rapazes do bairro da Mafala ombro em Maputo. «Queria ser futebolista, em Portugal, como o Eusébio, ou nos Estados Unidos, onde sabia que havia equipas femininas. Mas também jogava por causa da guerra. Não teríamos que comer, não poderíamos fazer nada, ir a lado nenhum. Não tínhamos liberdade, ficávamos segurança na cidade, onde havia alguma segurança. E o desporto era o meu refúgio». Maria já era o avião da força que agora ostenta as pistas. Convenceu a restante equipa dos Águias de Ouro a inscrevê-la numa competição municipal masculina. «Fomos campeões. Ninguém pensou que fosse problema eu ser rapariga», conta. Mas ganharia com isso a competição era oficial e, mesmo com quem habitualmente se das regras africanas, houve isso com isso da pequena falha para. «Queriam que fossemos desclassificados». Na altura, ficou destruída. Sem perceber ainda que aquela peripécia espreita um novo futuro, longe dos relvados - onde, aliás, nenhuma mulher tem grande destino. Ninguém pensou que fosse problema eu ser rapariga», conta. Mas ganharia com isso a competição era oficial e, mesmo com quem habitualmente se das regras africanas, houve isso com isso da pequena falha para. «Queriam que fossemos desclassificados». Na altura, ficou destruída. Sem perceber ainda que aquela peripécia espreita um novo futuro, longe dos relvados - onde, aliás, nenhuma mulher tem grande destino. Ninguém pensou que fosse problema eu ser rapariga», conta. Mas ganharia com isso a competição era oficial e, mesmo com quem habitualmente se das regras africanas, houve isso com isso da pequena falha para. «Queriam que fossemos desclassificados». Na altura, ficou destruída. Sem perceber ainda que aquela peripécia espreita um novo futuro, longe dos relvados - onde, aliás, nenhuma mulher tem grande destino.
O caso deu brado nos jornais de Maputo. E chamou a atenção do escritor José Craveirinha que considera o esporte uma das causas da emancipação mbicana. Ele teve uma visão, quando decidiu observar Mutola a jogar. Reparou na maneira como a rapariga corria atrás da bola, os seus gémeos a esticarem-se sem perderem força, os glúteos contraídos num pontapé. Viu nela a campeã. «Quando ele me falou da primeira vez do atletismo, eu nem sabia o que isso era», recorda Mutola ao EXPRESSO, dando uma das gargalhadas com que costuma afastar os nervos, dentro e fora da pista. São conhecidos os sorrisos largos com que se deixa fotografar depois de poderosos «sprints» finais, em corridas com cara fechada e ar de quem pode levar tudo à frente. Dois dias antes da prova da sua vida - sexta-feira da semana passada estava em causa um milhão de dólares, «jackpot» Liga de Ouro da Federação Internacional de Atletismo, quem ganhar cinco das sete principais da autoridade internacional - Mutola ainda dizia que preferia não pensar prêmio. «Quando ganhar logo penso no que vou fazer com o dinheiro». Foi essa força e humor que levou a um bairro de caniço madeira e zinco, em Maputo, até o pódio do letismo mundial, e sempre e todas as dificuldades. A primeira, como «dores horríveis no corpo», que diz ter sentido depois da primeira semana de treinos com o filho de Craveirinha, Stélio, treinador de atletismo. O escritor comprado-lhe como primeiras sapatilhas. Durante seis dias, Mula correu distâncias curtas eto facilidades. Ao sétimo estava numa pista a sério, para uma sessão de intervalos de 300 e 400 metros. «Aquilo mais trabalho do que euva afiguração. Desisti e pensei em nunca mais na vida ver o Poeta», grava Mutola. Craveirinha obrigou-a à persistência. Desistir era o erro de tantos outros e isso irrita o patriota, que via no corpo atlético dos moçambicanos mais futuro do que os resultados indiciavam. Até ali nunca Moçambique tinha ganho uma medalha olímpica. Craveirinha culpava a discriminação colonial também por isso. «Ele foi a minha casa convenha os meus pais de que eu tinha de correr», conta a atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. Craveirinha obrigou-a à persistência. Desistir era o erro de tantos outros e isso irrita o patriota, que via no corpo atlético dos moçambicanos mais futuro do que os resultados indiciavam. Até ali nunca Moçambique tinha ganho uma medalha olímpica. Craveirinha culpava a discriminação colonial também por isso. «Ele foi a minha casa convenha os meus pais de que eu tinha de correr», conta a atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. Craveirinha obrigou-a à persistência. Desistir era o erro de tantos outros e isso irrita o patriota, que via no corpo atlético dos moçambicanos mais futuro do que os resultados indiciavam. Até ali nunca Moçambique tinha ganho uma medalha olímpica. Craveirinha culpava a discriminação colonial também por isso. «Ele foi a minha casa convenha os meus pais de que eu tinha de correr», conta a atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. que via no corpo atlético dos moçambicanos mais futuro do que os resultados indiciavam. Até ali nunca Moçambique tinha ganho uma medalha olímpica. Craveirinha culpava a discriminação colonial também por isso. «Ele foi a minha casa convenha os meus pais de que eu tinha de correr», conta a atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. que via no corpo atlético dos moçambicanos mais futuro do que os resultados indiciavam. Até ali nunca Moçambique tinha ganho uma medalha olímpica. Craveirinha culpava a discriminação colonial também por isso. «Ele foi a minha casa convenha os meus pais de que eu tinha de correr», conta a atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. conta um atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender. conta um atleta. Craveirinha teve uma conversa notável com os pais dela, João e Catarina Mutola, que tinham mais cinco filhos e poucos rendimentos. Ele era funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, ela cultivava leguminosas no quintal para vender no mercado. Acenou-lhes com os futuros louros da caçula da família. Certos, no seu entender.
Os tempos eram. Os pais acessam aos pedidos do auto-empossado «treinador» e deram-lhe a «tutela desportiva» da filha. Craveirinha sabia como convencê-la. Levou-se-pôs no vídeo da Olimpíadas de Los Angeles 194. O desempenho de Carl Lewis era o argumento que faltava. Resultou. «Nunca tinha visto um estádio tão cheio de gente». Apenas alguns meses depois, em 1988, no dia em que estava 16 anos, completaria a corrida nas Olimpíadas de Seul, terminando em sétimo lugar. O tempo obtido - dois minutos, quatro, 36 centésimos - deu-lhe acesso à Bolsa Olímpica de Solidariedade. «Era uma tristeza, mas sabia que tinha de deixar ir embora, Moçambique não tem uma cultura que apoie o desporto», diria Craveirinha. Aos 18 anos, sem saber uma palavra de inglês, Mutola embarcou num avião para Chicago, via Paris. Num dia de chuva, instalei-se em Eugene, no gélido e frondoso Estado do Oregon. Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». instalou-se em Eugene, no gélido e frondoso Estado do Oregon. Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». instalou-se em Eugene, no gélido e frondoso Estado do Oregon. Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». no gélido e frondoso Estado do Oregon. Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». no gélido e frondoso Estado do Oregon. Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». Vivia com uma família americana tinha aulas numa escola secundária, onde partilhava a sala de aula com adolescentes americanas e tinha aulas com vestidos e festas americanas. As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». onde partilhava sala de aula com adolescentes americanas festas com vestidos e festas As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». onde partilhava sala de aula com adolescentes americanas festas com vestidos e festas As suas performances deram nas vistas, o que, aliado à sua condição de estrangeira e ao ar másculo - que se acentuou com os treinos no ginásio vezes por semana -, pensado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. Tive de aprender inglês rápido, ninguém sabia uma palavra de português. Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». aliado à sua condição de estrangeira e ao ser másculo estrangeira - que se acentuou com os treinos no ginásio - complementado para que fosse o gozo na escola. «Foi muito difícil. 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Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade». Não desistiu porque uma vez liguei para casa a chorar e minha irmã disse-me que se eu voltasse ia ser uma moça igual às outras, para aí nas ruas». A sua treinadora desde os tempos de escola, a americana Margot Jennings, tem outra explicação: «Ela estava a milhas das colegas em maturidade».
GOVERNO PAGOU CASA DOS PAISla
diz simplesmente que a sua preocupação era saber se os pais «tinham comida para comer». Pouco tempo depois, receberá uma boa parte dos 250 mil dólares que a filha iria ganhar por ano pouco, especializando-se nos 800 metros. «Acho que quem sentiu mais as mudanças foram os meus pais. O Governo até mandou reparar a casa deles - a casa que a minha mãe nunca quis deixar. Até hoje!»
A carreira foi fulgurante. Nos Campeonato do Mundo de 1991, Mutola terminou a prova em quarto lugar, nas Olimpíadas de 1992 ficou em quinto, jogos em que correu os seus únicos 1500 metros numa prova internacional, ficando-se pelo 9º lugar. Nos anos seguintes tornar-se-ia a rainha dos 800 metros. O primeiro título de Mutola foi conquistado nos Mundiais de Estugarda, em 1993, no mesmo ano em que ganhou também os Mundiais de Pista Coberta de Toronto. Em 1995, em Gotemburgo, Mutola teve um dos únicos desaires da sua carreira: foi desclassificada por ter saído da pista. Prostrou-se de joelhos na pista. Mas alguns meses mais tarde recuperaria, quebrando o record da vencedora de Gotemburgo. Em 1996, em Atlanta, conquistou a primeira medalha olímpica para Moçambique, embora de bronze. Até 2000. Nas suas quartas olimpíadas, em Sidney, arrebatou o ouro dos 800 metros (com 1:56:15) e foi recebido em Maputo com uma passagem vermelha e honras do herói nacional. De 1992 a 1995 não perdeu uma prova única, tendo, segundo ela própria confessou, «perdido um pouco a motivação». O regresso estímulo depois duma pequena conversa com Nelson Mandela - seu ídolo de sempre -, que chamou ao palácio presidencial para garantir que a África tinha os olhos nela postos. Apesar de ser herói nacional, Mutola nunca mais voltou a viver em Moçambique. «Agora já podia comer lá - porque tem ginásio e pista de tartan - mas não tinha sossego. Não é por mal, mas não me concentrava», diz. Tem um pequeno rancho nos EUA, que teve de abandonar por causa das alergias primaveris. E mudou-se para a África do Sul, onde fica mais perto da mãe (sozinha, depois da morte do pai num acidente de carro). Treina com a inglesa Kelly Holmes - a companheira que ela de ganhar o segundo lugar, corrida 800 metros no Mundial, na semana passada. Este ano foi o melhor da sua carreira e, para já, Mutola não faz planos de reforma. «Ainda sou nova, quero continuar a correr», afirma. Mas quando as pernas já não a deixarem, o poiso será certo - a sua terra, Moçambique - «onde espero ajudar o povo naquilo que sei». E é tanto.
Texto de Catarina Carvalho , com Mateus Chale , correspondente em Maputo
em : Expresso